Não costumo
entrar em discussões inúteis sobre futebol, política, economia, ou saúde. Sobre
os três primeiros elementos, a divergência sobre os assuntos e as preferências
das pessoas a discussão existe há décadas aqui no Brasil. Já tivemos milhões de
técnicos capazes de escalar a seleção brasileira e isso foi histórico. Depois
surgiram os analistas de política. Alguns renomados jornalistas emitiam opinião
sobre o comportamento político e tentavam “acertar” sobre quais candidatos se
elegeriam. Vieram as pesquisas de opinião pública sobre as preferências em
candidatos, sobre o desempenho de governantes, etc. Agora... vejamos:
Em cada chegada
de uma nova Copa do Mundo, quando da convocação da seleção brasileira, muita
divergência sobre quem deveria ter sido convocado. Por exemplo, pouco antes da
Copa de 1970, o zagueiro Brito, do Vasco, era muito criticado, diziam que ele
não tinha condições técnicas para jogar na seleção. Pouco antes da Copa, foi
contratado pelo Flamengo, virou queridinho de todos e jogou muito futebol pela
seleção. A partir do nosso penta, em 2002, multiplicaram-se os técnicos, os
comentaristas de rádio e TV que opinam sobre futebol, principalmente
ex-jogadores. Para mim, o mais detestável é o Casagrande, que sempre foi um mau
exemplo para os jovens, e que está lá comentando na Globo. Foi um bom
centroavante, mas como comentarista é apenas mais um...
Quando fui
candidato às eleições para Prefeito em Ouro, SC, o jornalista Cláudio Prisco
Paraíso, na afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, fez um comentário dizendo
que nas cidades pequenas do Vale do Rio do Peixe o PMDB ia “levar” em todas as pequenas
cidades. Na hora, falei comigo mesmo: ”Está totalmente errado! Vou ganhar e bem”!
Fiz 57 por cento dos votos válidos, e pronto! Depois, vieram os resultados: PDS
levou em Ouro, Catanduvas, Treze Tílias, e Tangará; PFL em Pinheiro Preto; PMDB
em Capinzal, Lacerdópolis, Joaçaba, Herval d`Oeste, Erval Velho, Campos Novos, Ibicaré
e Água Doce. Como Campos Novos, Joaçaba e Capinzal eram consideradas “cidades
grandes”, em comparação com as outras, restaram 5 vitórias do PMDB, 4 do PDS e
uma do PFL. Então, o PMDB levou metade das prefeituras das consideradas
“cidades pequenas”.
Agora, com as
redes sociais e os canais de TV “News”, então, para ficarem 24 horas por dia no
ar, recrutaram um amontoado de jornalistas-comentaristas, rostinhos bonitos e
cabelos bem arrumados, tanto os femininos quanto os masculinos, que ficam
emitindo opinião furada, tentando prever
o futuro das coisas e dos fatos, muitas vezes com total despreparo, sem
conhecer o assunto em debate ou o acontecimento do momento, verdadeiras
“marias-vão-com-as-outras”, fora os desacordos gramaticais do nosso vernáculo. Paralelamente,
a economia, com todo mundo se achando economista, mas sem condições de
sustentar uma conversa com um entrevistado, por falta de argumentos.
Agora, com a
pandemia da Covid-19, então, a maioria condenando este ou aquele, discutindo
coisas sobre as quais nem os médicos têm sequer uma convergência de opinião. E,
com relação ao comportamento do novo coronavírus, ninguém sabe muito, ou a maioria
pouco sabe, e outros sabem nada. Eu também pouco ou nada sei sobre o assunto,
embora busque informações em todos os momentos. Tanto é que os valentões, inclusive muitos dos
grupos de risco, andam nas ruas sem máscaras, conversando lado-a-lado, ou reunindo-se
para comer churrasco, ouvir música, ou jogar baralho. Pessoalmente, telefonei
para algumas pessoas que atuam na saúde na microrregião, pessoas que estão há
muito atuando na área, com pessoas que estão em isolamento porque estão
positivadas, pessoas que já passaram pelo problema e superaram e até outros que
perderam parentes na pandemia. Também tive
relatos, por exemplo, que numa mesma família, alguns pacientes estão
tomando dipirona, azitromicina e ivermectina, enquanto que os casos mais adiantados
estão usando hidroxicloroquina, com receitas emitidas por médicos. E que estão superando ou superaram os
problemas, estando em alta médica. Numa mesma unidade sanitária da região, há
um médico receitando ivermectina e outro receitando hidroxicloroquina, independente
do quadro clínico do infectado. A realidade é que, quando a doença chega, o
atingido não quer saber o que os políticos, os jornalistas e mesmo muitos
médicos pensam sobre este ou aquele medicamento: querem sentir menos dor, poder
respirar normalmente, não ter febre nem diarreia, ou qualquer ouro mal que os
incomode ou ponham a sua vida em risco. Ninguém vai esperar para se tratar
somente depois que houver comprovação científica do efeito do medicamento.
Enquanto isso, os coquetéis que estão sendo administrados por aqui é que estão
ajudando as pessoas a superarem a doença e tendo o alento psicológico.
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