domingo, 31 de dezembro de 2023

A cidade se cobre de luzes - poema da virada!

 


 



A cidade se cobre de luzes - poema da virada!


A cidade se cobre de luzes

Como se fossem milhões de velas

Que no escuro do céu reluzem

Enquanto barulham as vuvuzelas.


Os animaizinhos, coitados

Procuram por lugares onde esconder-se 

Gritam seus gritos assustados

Querem ter onde proteger-se.


Alegrias sendo extravasadas  

No ar, o desenho das comemorações

Sons alucinantes, gentes nas sacadas

Assobios em todas as direções.


Pois que um novo ano é chegado!

Salve nosso dois mil e vinte quatro

Que pra você seja abençoado

Saúde pra todos, de patrão a empregado!

Euclides Riquetti

Um novo tempo, a bela vida

 


 


 



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Buscar um novo tempo, viver a bela vida
Sem traumas, sem tropeços, com alegria
Rejeitar os infortúnios e toda a dor sentida
Sorver, deliciosamente,  o sol do novo dia.

Buscar a paz pra nossa alma, buscar o alento
Jogar para o alto a tristeza, a dor que angustia
Viver intensamente em cada bom momento
Livrar-se de tudo que nos preocupa em cada dia.

Dar lugar apenas àqueles que já mostraram
Que são nossos amigos, amigos verdadeiros
Não se esquecer daqueles que nos amaram
Daqueles que já foram leais e companheiros.

Dar vida à vida dos que nos estendem a mão
Olhar com olhos justos os seres que merecem
Nunca rejeitar quem sabe amar de coração
Viver a alegria sem as dores que entristecem!

Euclides Riquetti

Como flores de verão! (Adeus, dezembro!)

 


 


Como flores de verão!

       Bom dia, janeiro! Já se foram todos os outros meses, de janeiro a novembro. Agora, chega ao fim o nosso dezembro...  Do presente tiro lições, do passado bem relembro! O futuro, dizem, a Deus pertence. Acho que isso nem me convence, pois quero que seja longo, alegre e bem bonitense!

      Pra você, leitor, leitora, desejo a Paz e lhe dou poesias. Muita inspiração e ... encantamento! Não quero pra mim, nem pra você, nada de sofrimento. Que a vida seja um trajeto de emoções, um caminho com ida e volta, livre, sem precisar de escolta. Que continue a usar a inteligência que o Divino lhe deu para criar coisas belas, cultivar flores cheirosas, esplendorosas, muitas rosas!

       Que tenhamos que usar poucos pontos finais, muitas vírgulas e muitos de exclamação. Podem haver algumas reticências, mas usadas para desafiar a inteligência. Pois que os ventos ventem, o mar assobie, as laranjeiras deem frutos e que venham as uvas sauvignon, niágara, francesa, todas elas. Que venham os morangos que me inspiram os poemas românticos, os melões e os mamões. 

       Possam os velhos continuar a sorrir, as crianças a nos alegrar e desafiar. Sem tropeços nas redes wireless, mas sim com dedos ágeis e saudáveis para dedilhar cordas de violão, mover teclas de pianos, acariciar corpos esculturais. Que brotem águas das fontes, que seja azul nosso horizonte. Que haja ondas brancas e espumantes no mar, areias para pisar e sol para nos bronzear. Janelas por onde olhar!

       Portas abertas para entrar e sair, fechaduras imaginárias para preservar os momentos íntimos. E que os cabelos grisalhos, o charme da mulher madura, a vivacidade e a energia da moça estejam sempre presentes. Que venha um ano novo com belas expectativas, que continuemos a sorrir para a vida!

       Que nossa vida possa ser tão jovial e bela como flores de verão!


Euclides Riquetti

30-12-2023

A perda de Luiz Carlos Fleck Júnior - o Xandó - (um ano depois - reedição)


 


       As comunidades de Capinzal e  Ouro perderam, sendo sepultado na véspera de Natal, o Júnior, Luiz Carlos Fleck, também popularizado como o Xandó. O apelido deve-se ao  Xandó, jogador de voley que fez sucesso na seleção brasileira. A sua partida foi muito sentida nas cidades gêmeas. As informações que obtive me deram conta de que na quinta-feira sentiu-se mal após trabalho em sítio da família, sendo que a situação foi-se agravando. Hospitalizado, teve que ser transferido para Caçador, onde veio a falecer. Foi sepultado junto ao lugar onde repousou o corpo de seu pai, na tarde de sábado, 24, em Capinzal. 


       Xandó perdeu o pai quando ainda era criança. A mãe, Carmen Nice Zóccoli  Fleck, cuidou dele e da irmã Cybele com muito jeito e carinho. Tinham sete e cinco anos, respectivamente. O pai, Luiz Carlos Fleck faleceu jovem, aos 30 anos. Era funcionário da Celesc e eu mesmo abasteci a pick up  que ele dirigia por muito tempo, no Posto Ipiranga. Lembro-me bem do dia de seu falecimento. Eu estava em Capinzal, viera de União da Vitória visitar meus familiares que residiam em Ouro. A Carminha , mesmo só, transformou os filhos num cidadão e numa cidadã bem educados, respeitáveis, seres humanos cordatos e muito bem queridos pela população  das cidades de Capinzal e Ouro, onde vinham residindo. Pessoas de ótima índole, honestíssimas, norteados pelos melhores princípios da moral e dos bons costumes. 

       O Júnior foi meu aluno no Colégio Mater Dolorum, era desportista e, na maturidade, tornou-se adepto do ciclismo. Também estimulava os filhos à prática dos esportes de quadra, como ele mesmo fez em sua adolescência e juventude.  

       Meu irmão Hiroito o tinha como um dos melhores amigos. A sua partida é muito sentida por todos nós. Lembro de seu sorriso, sua animação, seu jeito simples e educado em tratar as pessoas. Era despachante do Detran de Santa Catarina em Capinzal e sempre muito bem relacionado com todos. Deixo o abraço fraterno em todos os familiares e tenho a certeza de que estará, no céu, cercado por uma infinita legião de anjos. 

       Vou usar aqui a frase que ele mesmo usava sempre que ia despedir-se de amigos e pessoas que conhecia, por ocasião da partida definitiva: "Deus o tenha"!

Euclides Riquetti e família

25-12-2022 

Reedição em 31-12-2023

Porque dos amigos jamais devemos nos esquecer!

A fuga da alma


 

 


 




A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Se se foge do corpo, não se foge dela
Se se foge do pensamento que persegue
Não se foge da lua nem mesmo da estrela
Não há força que nos carregue...


A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Se se busca um porto e não se encontra
É porque não temos o rumo certo
O mundo novo que nos amedronta
É o mesmo que nos inspira a novo verso...


A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Euclides Riquetti

Vem beber no cálice da paixão - vem comemorar!

 



Vem beber no cálice da paixão
Vem beber do vinho que nos excita
Vem beber de minha alma e de meu coração
Vem beber-me  com tua boca bonita...

Vem, e traz com ela teu corpo sedutor
Os teus olhos amendoados
Delicados...
A tua pele macia
E tua  voz de poesia...

Traz também as tuas mãos carinhosas
As tuas pernas formosas
O teu rosto divinal
O teu corpo colossal.

Vem beber de meus sonhos
De meus lábios risonhos
Vem banhar-te em meu suor
Declamar-me versos de cor.

Vem. Te espero...
Vem beber no cálice da paixão!

Euclides Riquetti

Guarde todos os meus poemas


 


Guarde todos os meus poemas


Os poemas que você guardou, guarde-os bem...

Aqueles bilhetinhos escritos em papel branco

Ou em papel fino, já amarelado

Onde meus versos são mais sinceros e francos

Guarde-os todos, simplesmente!


Os poemas que você leu ou ouviu-me recitar

Os em que falo de flores, de musas e de mar

Os de alegria desmedida, de entusiasmo, de euforia

Até os em que me entrego à saudade e nostalgia

Pegue-os todos pra você,  guria!


Segure e guarde bem meus poemas criados

Pois têm um recado simples, mas importante

O futuro vem sempre depois do antes

Então, os meus versos brancos ou os rimados

Quero que deixe protegidos no coração guardados!


Sim, meus poemas são meu grande capital

Eles e as pessoas a quem eu mais amo

Tudo o resto terá apenas  o seu valor material

Passarão os dias, os meses, serão fugidios os anos

A vida é só um andar por um caminho natural. 


Então, guarde todos os meus poemas!

Euclides Riquetti


www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Com tintas de todas as cores, pinte sua vida!

 


 





Com tintas de todas as cores, pinte sua vida!

Desenhe-a com a maior força de expressão

Riscos suaves na tela nova, embranquecida

Memórias a serem eternizadas por sua mão!


Com sensibilidade, faça tudo com maestria

Imagine um cenário a ser pintado com paixão

Dê-lhe toques de beleza com toda a harmonia

E coloria cada detalhe com elevada precisão!


Faça de contas que sua tela é como o caderno

Onde você escreve as suas magistrais poesias 

Tire do presente o que quer que fique eterno! 


Eu pego suas juras de amor para as transformar 

Eu carpinto nesses versos sua saudosa nostalgia

E vou fazendo este soneto enquanto ouve o mar!


Euclides Riquetti

Dos tempos do Palmeirinhas da Rua da Cadeia e do Campo Municipal de Capinzal

 

 

Em pé: Darci Lucietti, o Tostão, Luiz Pàulo Andrioni, Irineu (Nico de Oliveira), Ivo Santo Guerra (Bode  Branco), Moacir Damião Richetti e Euclides Riquetti (Pisca). Agachados: Antônio José Doin (Zezo), Pedro Pelegrini, Cid Ney Surdi, Adelir Paulo Lucietti (Paulinho) e Altivir Souza. Tostão, Andrioni, Nico e Pelegrini e Altevir, in memorian). O estádio municipal, que pertencia à RFFSA foi transformado na atual Praça Pedro Lélis da Rocha e a Rodoviária Municipal, em Capinzal. O cenário de fundo é onde se localizam a Telefônica, a Celesc, o INSS e o Centro Educacional Prefeito Celso Farina. O esquadrão acima era o infanto-juvenil, que ao final dos anos 60 ocupou o lugar do tradicional juvenil do Palmeirinhas. 


Dos tempos do Palmeirinhas da Rua da Cadeia e do Campo Municipal de Capinzal

       Na década de 1960, Capinzal detinha os times do Associação Esportiva Vasco da Gama, Arabutã Futebol Clube, Grêmio Esportivo São José (no Distrito de Ouro), Indústria Reunidas Ouro, categoria adultos e aspirantes. Na área rural, dezenas de times nos dois lados do Rio do Peixe. Na categoria juvenil, tivemos o EGO - Esporte Ginasial Olímpico, formado por estudantes do antigo Ginásio Padre Anchieta. Em meados dos anos 60, formaram o Grêmio Esportivo Operário (que iniciou como Pedreiros Futebol Clube, fundado pelos descendentes de Ângelo (Gigi) Gramázzio. Todos eles mandavam seus jogos no estádio Municipal. Nas categorias infanto-juvenil, havia o Botafogo FR (Capinzal), o Juvenil do GE São São José, e o Sociedade Esportiva Palmeiras (Ouro), que iniciou com o nome de Palmeirinhas da Rua da Cadeia. Também tivemos o Vasquinho (dos familiares de Ernesto Zortéa), o Fluminense (de Rogério Caldart) e o Ameriquinha, dos Baratieri. 

      O futebol era amador, mas as rivalidades eram fortíssimas. Arabutã e Vasco utilizavam as tardes de domingo. São José e Ouro os sábados à tarde. As equipes juvenis utilizavam as manhãs de domingo. Não sobrava tempo para o gramado se recuperar. O centro do campo era um chão de terra vermelha, pois não dava tempo de o gramado se recuperar. Saudades dos jogos, das encrencas, das rifas de ferro elétrico e guarda-chuva para comprar bolas e uniformes. E o futebol era garra, dedicação, arte e nos duas chuvosos, umas sacas de serragem da empresa Hachmann jogada nas áreas dos goleiros nos permitiam jogar. Bolas pesadas, velhas e duras, que faziam doer os pés da garotada.

       Vivi esses bons tempos, fui feliz!


Euclides Riquetti

30-12-2023 - REEDIÇÃO

       

Em meio às flores do verão

 



 

Em meio às flores do verão


Em meio às flores do verão

Está você

Como se fosse em pedestal erigida

Está você!


Embaixo do sol que bronzeia

Está você

Esculpida qual bela sereia

Está você!


Perto do mar calmo e azul 

Está você

Em qualquer praia aqui do Sul

Está você!


E, onde quer que você esteja

Sob o manto celestial

Ou sob um chão de estrelas

Procuro você!


Porque você, assim, doce e natural

Me encanta sinplesmente

E eu, verdadeiramente

Também me encanto por você!


Euclides Riquetti

Adeus, ano velho!

 


  


 



Adeus, ano velho

Que seja bom para este povo

Que passe aqui um escaravelho

Para que eu embarque de novo. 


Adeus. vinte-um

Que chegue amanhã o vinte-e-dois

Com saúde, paz e muito requinte

E que apareça pouca ressaca depois.


Adeus carinhoso pra quem se foi

Vitimado pela pandemia

E que logo chegue o depois

Pra que retorne nossa alegria.


Adeus e agora boas-vindas

Ao novo que vai chegar

Que nossas manhãs sejam lindas

E nossas tardes azul cor de mar!


Seja bem-vindo o novo ano

Com toda a alegria possível

Com a proteção do Soberano

Nosso Deus indescritível. 


Felicidades a todos, com saúde e muita alegria!


Euclides Riquetti

Eu queria reaver todos os meus poemas

 


 



Eu queria reaver todos os meus poemas

Desde os da adolescência até os atuais

Estes,  ainda guardo com razoável zelo

Aqueles, claro, não os reaverei jamais!


Eu devia tê-los em chave, guardados

Ou talvez escrito em paredes caiadas

Só que não deveria tê-los abandonado

E poderia relê-los nessas madrugadas,


Quem sabe centenas deles, verdadeiros

Brotados do fundo de meu coração

E escritos em meus tempos fagueiros.


Agora, tiro poemas lá da minha mente

Versos livres, brancos, sonetos, paixão

Só verte de mim o que o coração sente!


Euclides Riquetti

Toca o sino o sineiro...você vai voltar!

 


 


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Toca o sino o sineiro
Lá no campanário.
Ouvem-no o carpinteiro
O frei do seminário
O filho do pedreiro
O público funcionário.

Toca o sino anunciando
Com dor e pesar
Que em algum lugar
Alguém foi andando
Subiu para o outro andar
Alegre e cantando.

E, na terra, ficarão entes
Tristes e a chorar
Nas tardes quentes
Quando o verão chegar
Enquanto outros, contentes
Continuarão a sonhar!

Mas agora, no inverno
O moçoilo olha, na janela
Num encantamento eterno
De quem muito espera
De gravata e de terno
A vinda da primavera....

Enquanto isso, o sineiro
Continua a tocar
O sino, prazenteiro
Para poder anunciar
Para o vilarejo inteiro
Que você vai voltar...


Para mim...

Euclides Riquetti

Um luar ao amanhecer

 




 


Um circulo prateado postou-se diante de minha janela
No céu da manhã de pré- inverno, cinzenta
Flutuando na imensidão sedenta
De amor e paz , de após noite singela.

Era um como se fosse um astro ocidental
A decorar a paisagem que me enternece
A abençoar o dia que amanhece
Com sua bênção fraterna e divinal.

Era um indício de que o luar queria continuar presente
Desafiando o sol que ainda se escondia
E que eu esperava com suave nostalgia
Para que viesse num repente!

Oh, doce luar extemporâneo que concorre
Com o sol bloqueado pelas nuvens densas
Vem para reafirmar minhas convicções e crenças
Do amor que veio e que nunca morre.

Oh, doce olhar que perpassa o firmamento
Que vai, que corre no universo
Doce olhar que canto em prosa e verso
Doce olhar que leva meu pensamento...

Até você!



Euclides Riquetti

sábado, 30 de dezembro de 2023

Sorriso de mulher






foto-miriam


Sorriso de mulher
Inspiração de poeta
Jovem, bonita, discreta
Mulher mãe, mulher mulher!

Sorriso exuberante
Amor, carinho, paixão
Desejo, luz, sedução
Mulher contagiante!

Sorriso que não envelhece
Sorriso doce e franco
Sorriso jogado a lanço
Que veio, ficou, permanece!

De repente, bateu uma saudade...

 



De repente, me bateu uma saudade...
Não sei de quem...
Não sei de onde...
Não sei por quê...

Acho que é o clima de Natal...
Que amolece o coração dos rudes...
Que enternece a alma dos brutos...
Que desperta a sensibilidade
Em tempos de fraternidade!

De repente, me bateu uma saudade...
Um sentimento que não se explica...
Que não se define...
Que não se reprime...
Que vem e que fica!

De repente, bateu uma saudade...

Acho que são os anos
Que nos fazem somar lembranças...
De nossos tempos de criança...
Mas que nos fazem sentir saudades!

Saudades de ti..,
Saudades de mim mesmo...
Saudades...
Apenas saudades!

Euclides Riquetti

Onde anda você?

 


 




Onde anda você, que saiu a caminhar pelos trilhos dos raios de meu  sol?
Onde anda você, que ainda não disse a ninguém para onde foi e nem quando vai voltar?
Onde anda você, que me fitava com seu olhar de brilho sem igual?
Onde anda você, com seus belos olhos de cor do mar?

Onde anda você, que no meu frágil coração causa turbulências?
Onde anda você, que me encantou  com sua voz e rosto angelical?
Onde anda você, que na minha vida traçou as linhas da benevolência?
Onde anda você, com sua beleza ímpar, beleza sem igual?

Talvez eu possa encontrar você no meio das estrelas que cintilam
Talvez eu possa encontrar você andando nos raios de meu sol ameno
Talvez eu possa encontrar você nas noites de sereno...

Talvez eu possa encontrar você em meio às luzes que ainda brilham
Sim, porque você será o alento para minh´alma tão sofrida
Será, por certo, só você, pois só você será a luz de minha vida!

Euclides Riquetti

Eu... e meu ócio!

 


 


Procuro um sócio

Para com ele dividir
Meu ócio...

Pode ser um sócio preguiça
Sem ideal, sem cobiça...

Um sócio sem dinheiro
Mas que seja bom companheiro.
Que goste de prosa
Que traga conversa prazerosa
Pra jogar fora
Pra terminar não ter hora...

Quero um amigo bom de papo
E que,  por acaso
Seja contador de casos...

Mas, se falar demais, boto-lhe esparadrapo!

Que traga uma erva
Da conserva
Para sorver um mate...
E que, destarte
Entro com a cuia e a chaleira
A bomba reluzente
E a água quente
Para na tarde fagueira
Tenho quase que por certo
Escrever um verso!

Mas se o sócio for uma sócia
Melhor ainda!
Sempre é bem vinda!

Foi domingo, depois Natal
Mais domingo
Ano novo
E, bem ou mal,
Domingo de novo!

Ócio, delicioso ócio
Nada de fazer negócio
Nada de concreto
Nem de abstrato
Nada de assinar contrato.

Apenas escolher um tema
E compor um poema!

Euclides Riquetti

Quero dar-te um abraço terno...

 


 



Quero dar-te um abraço terno
Um abraço simples, mas que seja eterno
Não mais descolar-me de ti:
Um eterno e terno abraço,  (em ti...)
Eterno, eterno abraço terno!

Quero levar-te o abraço do encantamento
O abraço que se perde no firmamento
E que se encontra, depois, ali depois do raio de sol
O abraço que se esconde... sob o branco lençol!
E que te percas em mim por um mágico momento...

Quero que aceites meu abraço dado
Quero que me apertes  no abraço apertado
O abraço na manhã que te surpreende
O abraço no teu corpo que me acende
E que busca o teu beijo sagrado...

Enfim, não te surpreendas, não
Com as reações de teu coração!
E não te assustes com minha ousadia
Nem  te incomodes com tanta rebeldia
Pois quero apenas tua atenção.

Quero dar-te um abraço terno
Quero ganhar teu beijo, quero muito, quero!

Euclides Riquetti

Quero ser o poema perfumado

 




Quero ser o poema perfumado que você devora
A rima preferida que me abandonou
O soneto alexandrino que se foi embora
A alça da blusinha que a gente rasgou...

Quero ser o poema inspirado que você deseja
Ou a canção romântica que você cantava
Que escrevo e apago antes que você o veja
Ou as toalhas enroladas que você guardava...

Quero ser o sonho doce  que nós dividimos
A ousadia vivida, o perigo iminente
Não quero acreditar que nós  desistimos
Que lutamos muito, mas não o suficiente.

Quero ser o futuro que sorri muito contente
Que ri do passado sem lógica ou explicação
Quero ser o reencontro que volta neste presente
Que me embala no sonho das notas de sua canção.

Euclides Riquetti

Azul é o mar

 







Azul é o mar
Dos pensamentos leves e  morenos
Dos olhos pequenos
Que me fazem sonhar
Porque o céu é azul
E azul é o mar!

Desfilam na orla
Os corpos sensuais
Correndo em si as almas
Que me confortam
Porque os corpos tais
Se banham e se queimam na orla!

Pecam-se em pecados os pensamentos
Que sobrevoam as ondas
E se perdem com o vento
E a água na vastidão da planície
É tudo como se tu existisses
Em todos os lugares do firmamento...

Porque azul é o mar!

Euclides Riquetti

Todos os mares do mundo

 



Todos os mares do mundo são seus
Desde os calmos aos mais bravios
Os que nascem nas geleiras e são frios
Todos os seus mares buscam os meus!

O mais perto de você, o mar Atlântico
Um oceano de águas e das paixões
De areias claras, de nítidas sensações
Que animam o poeta no tom romântico.

Os mares que povoam as madrugadas
Que ocupam seu pensamento jovial
São todos seus no seu espaço natural.

Então, sempre que estiver acordada
Fortaleça-se em mim, leia as estrelas
Que na noite escura você pode vê-las!

Euclides Riquetti

Reflexão para final de ano (crônica de memórias) - Aconteceu em Linha Bonita!

 


 


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          Quando criança ainda, numa de minhas férias escolares, fui passar um mês com meus avôs em Linha Bonita. Os Baretta  eram comerciantes, tinham um casarão que mais atrás servira também de pousada. E, naqueles idos de 1961, eu era bastante observador, cuidava dos movimentos das pessoas e daquilo que faziam. Lembro que,  nos domingos à tardinha, após os jogos de futebol, vinham os jovens de toda a redondeza para jogar baralho. E tomar umas "birotas". Naquele tempo não tinham geladeira, pois não tinham energia elétrica suficiente, embora a maioria das casas tivessem  um rodão d´água, que acionava um dínamo, que permitia clarear os ambientes apenas para umas duas, no máximo três lâmpadas. Então, a cerveja era resfriada num tanque de alvenaria, construído sob o assoalho de madeira, com água do poço, retirada com baldes de madeira também. E pediam para minha nona, Severina, cozinhar ovos na água, em dúzias, para matarem a fome no final de tarde.

          Lembro que um dos jovens senhores que vinham até lá era o Vitalino Bazzo, com chapéu de feltro cinza, terno da mesma cor, de um xadrez discreto. (Foi na década de 1970 que os paletós "xadrezão" entraram na moda. Combinavam com aquelas calças boca-de-sino e os cabelos longos das pessoas).  baldes do poço. E havia o Américo e o Nézio Módena, o Fernande Maziero, o Dirceu Viganó, o Nézio e o Vilson Rech, o Alcides Antonietto, o Nelson Falk, o Itacir Dambrós, o Valdir Baretta, que se misturavam com outros mais jovens e com meus tios. Tinham chapéu de feltro, que eram os chiques. Alguns, de palha. Comprei um aos 9 anos, quando já estava morando na cidade e trabalhava. Lavava louça e lustrava a casa para uma prima. Com meu primeiro salário, comprei um belo chapéu.... Ah, e trabalhar não tirou nenhum pedaço de mim, não me queixo disso, mas me orgulho, pois aprendi a valorizar todas as minhas coisas.

          Na época, havia um cidadão que vinha da Estação Avaí, que ficava do outro lado do Rio do Peixe ,o Sérgio Martins, e ia ver a namorada, filha de um dos muitos Barettas que ali moravam, do Serafim, a Lindamir, irmã da Nair.  E tinha algo que dava inveja a todos os outros: um par de galochas de borracha, pretas. Era um material bem elástico e flexível, um "sapato maior que envolvia um sapato menor", que não deixava que o de couro embarrasse, nem que nele entrasse umidade. E ainda tinha um guarda-chuva com as varetas de madeira, bem grande. Vinha a pé, passava pela balsa ou bote, vinha de uma distância de dois quilômetros e meio para ver a namorada. Quando passava defronte à bodega, todos o invejavam. Naquele tempo não conhecíamos ainda as capas  chuva, de nylon, que apareceram por lá apenas uns cinco anos depois. Imagine o sucesso dele se tivesse também uma capa de chuva. Ter uma, foi um de meus sonhos de adolescência, que não pude realizar, pois só "quem podia" conseguia ter uma. (Só consegui comprar um chapéu...)

          Era o tempo em que não havia tratores para trabalhar. Colhíamos trigo com foicinhas, usávamos as enxadas para carpir, as máquinas pica-paus para plantar milho. E trilhadeira alugada para colher o trigo. Havia máquinas acionadas a mão para debulhar ou moer milho. Depois vieram equipamentos a gasolina e os elétricos. Foi uma "revolução na roça".

          E, relembrando dessas coisas, das galochas que caíram em desuso, lembrei-me do cinzeiro que meu pai ganhou de uma aluna, lá do Belisário Pena, do 4º ano, a Cássia.  Isqueiro  era um presente bonito para um aniversário, dias dos pais, formaturas. (Agora, eu não daria cinzeiros ou isqueiros para ninguém).  E davam também abotoaduras, algumas combinadas com um filete metálico que prendia a gravata, tudo ornando e combinando. E, antes ainda, as mulheres usavam luvas e  chapéus, que as tornavam mais elegantes. Bonitas não, pois bonitas elas já eram, apenas que os ornamentos as deixavam mais atraentes, chamativas, engraçadas.

         Hoje os sonhos de consumo são outros, criaram outras necessidades para nós, encontraram outras formas de nos atrair, contagiar. As máquinas de escrever foram substituídas por computadores com impressoras. Muitos deixaram de fumar e dar um isqueiro ou um cinzeiro de presente é coisa muito brega e deselegante. Luvas, agora, para o trabalho,  para pilotar motos, ou proteger contra o frio. As máquinas fotográficas convencionais foram substituídas por digitais. Os filmes de pelícola 35 mm estão dando lugar a sistemas digitalizados. As vitrolas , os gravadores de rolo ou fita, os toca-discos, deram lugar a mídias moderníssimas, chegando-se aos blue rays.

          Muitos  acessórios clássicos, tão presentes nas novelas e filmes de época e revistas  podem voltar à nossa mente nesses dias em que paramos para refletir a chegada de mais um final de ano. Pensar nos chapéus de feltro, nas abotoaduras, nas luvas das senhoras, nos isqueiros, nos cinzeiros, nas galochas, nas agulhas dos toca-discos e nos discos de vinil. Quanta coisa mudou e quanto ainda tudo vai mudar. Até as bodegas das colônias desapareceram, junto com a energia da juventude de muitos amigos que se foram ou que estão aí, resistindo ao tempo. Olhamos para trás e vemos um filme que nos traz simples, mas saudosas lembranças.  E nos resta pedir saúde a Deus, e que nossas ideias não caiam de uso, não se tornem obsoletas também!

Euclides Riquetti

A chuva sedutora que me faz sonhar

 


 








Uma chuva fresca, doce e sedutora
Nesta  cálida manhã de um pós-verão
Devolve-me a serenidade redentora
A calma que requer o meu coração!

Uma chuva de alento e promissora
Que reverdeja as folhas e os gramados
Das melancolias a tenaz reparadora
Instigadora dos encontros esperados.

Chuva que amaina almas turbulentas
Vem para refrescá-las e trazer alentos
Vem pra saciar nossas almas sedentas
Vem pra afagar os nossos sentimentos.

Vem, chuva suave que me faz lembrar
Da mulher amada que me faz sonhar!

Euclides Riquetti

Choveu, no penúltimo dia de dezembro


 


 




Choveu, no penúltimo dia de dezembro

Na metade de uma tarde quente de verão

Foi uma chuva mansa, graciosa, lembro

Uma coisa própria daquela estação! 


Caiu a abençoada para refrescar a noite

Para regar as roças  e todos os pastos 

Então, já clareou-se o céu no horizonte

E, de novo, ecoou o canto dos pássaros.


Pois que volte o ânimo aos plantadores

E que ela seja regular nos dias de janeiro

Eque Deus proteja os nossos agricultores.


A água é a dádiva, a maior das bênçãos 

É nosso bem precioso, útil e prazenteiro

Para nossas lágrimas, o maior dos lenços!


Euclides Riqueetti

De sol, de Canasvieiras, de areia...

 


 


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De sol, de Canasvieiras, das águas do mar
De cangas nas areias, de cor e de bronzear
De tranças, de morenice, de céu todo azul
De sabores, de brejice, dos ventos do Sul.

De ritmos, de danças, perfumes e de cantos
De istmos, de balanços, flores e de encantos
De toalhas brancas e de sandálias rasteiras
De maiôs vermelhos e de saias de rendeiras.

E assim se define a tarde quente e ensolarada
Assim se embeleza a vasta praia emoldurada
Redesenhada em todos os sorrisos e na beleza
Colorida por mulheres sensuais e incertezas!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

É noite

 


 




É noite, dos pensamentos sem dono
É noite de novo...
É noite das estrelas prateadas
Das almas condenadas (perdoadas??).
Mas é noite!

É a noite dos namorados
É a noite dos sonhos encantados...
É a noite das orações
Das dores nos corações...
É, sim, é a noite!

A noite é  dos amantes
Dos beijos provocantes
A noite é dos aflitos
Dos versos escritos e ditos
A noite é apenas a noite...

E, atrás daquela  janela
Alguém se esconde.
Atrás da cortina singela
Uma voz responde:
Estou aqui...
Pensando em ti!
Somente em ti.
Em ti...
(Aqui...)

Euclides Riquetti