Anda
Anda, poeta da noite, cantor de boemia
Procura a forma de dizer a poesia...
Anda... Procura a dona desta noite: a prostituta
Não te preocupes com moral ou com conduta!
Afinal...
A noite é o dia, a noite é o claro do cantor
E a viola, é a glória do incansável tocador!
Anda...Anda, menestrel de nosso tempo moderno
Dize aos ouvintes que teu canto é eterno!
Que o amor é a rima, a rima do teu verso
E que no mundo, só o poeta escreve o certo...
Afinal...
O poeta, pra ser rei, só se for rei pobre
Pois se o rei é poeta, esse rei é nobre!
Anda, tocador de viola, em seu bom repente
Nas praças e palcos faze-te presente
Leva a alegria ao coração partido...
E não ter aborreças com o amor perdido!
Pois, se hoje és tu e amanhã não és
Pode vir um louco e beijar teus pés...
Vai, Anda...Cavaleiro andante das estradas
Cantando em bares, clubes e pousadas.
Sê mais guerreiro do que foi o romano
E não te intimides com o soberano!
Afinal...
De que vale o ouro, esse vil metal
Se a vida rica é sempre tão banal?
Anda, soldado bravo, anda pelo mundo!
Cabelos longos, barba espessa, olhar profundo.
Grita pra todos que esta vida é uma grande festa
E que não há outra cidade como esta!
Afinal...
Onde se encontram os tesouros que procuras?
Aquelas almas sem pecados, brancas, puras?
Busca teu caminho entre os bons e o bem...
Busca teu caminho sem o mal!
Euclides Riquetti
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Ciclovida
O vento
Moveu a folha
Que passou dos galhos
E caiu na relva
E depois secou.
O frio
Branqueou a neve
Que cobriu as plantas
Se estendeu no vale
E depois se foi.
Setembro
Coloriu a flor
Pôs de verde a planta
Pôs azul no rio
E encantou a vida.
O sol
Fez o céu tão claro
Que estrelou a noite
E morenou a pele
E fez você bonita.
O verde
Abandonou a folha
Que virou amarela
Que virou marrom
E de novo secou.
Euclides Riquetti
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Verdes folhas
Verdes folhas
Do ramo da rosa
Flutuam solitárias
Sobre as incertezas.
Pequenas bolhas
Na água inodora
Emergem crisálidas
Em sua leveza.
Nuvens densas
Confundem o dia
Mudam o céu
Escondem o sol.
Tardes imensas
Nos dão nostalgia
Da noiva, do véu
Do céu arrebol.
Pequenas lembranças
As folhas nos trazem
Do tempo passado
Do longo caminho.
A vida balança
Na verde ramagem
No ramo quebrado
Na ponta do espinho.
E eu
Que sou eu
Que sou teu
Quero o amor que foi meu
E que nunca morreu.
Euclides Riquetti
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Maio
Fria manhã cinzenta de maio
Mês da mãe, da noiva, da mulher
Manhã que inspira o desejo da noite
Da cama, do lençol, de alguém que se quer...
Fria manhã dos pensamentos perdidos
Dos sentimentos doridos
Do amor escondido
Do olhar proibido!
Fria manhã das almas confusas
Das palavras difusas
Das mensagens escusas...
Fria manhã do encontro casual
Do olhar fatal
Do tratamento legal!
Bom dia!!!
Com muita alegria
Com carinho, amor, nostalgia...
Euclides Riquetti
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Lembranças
É fácil falar do vento, que rima com o pensamento
Do ar, que vem do mar
Da flor, que revela o amor
Do sentimento, que remete no tempo...
É fácil falar do inverno, do amor eterno
Da desmedida paixão
Que explode no coração
E que leva do céu ao inferno!...
É fácil falar da terra, da alegria da primavera
Da planta que cresce
Do broto que floresce
Dos longos anos de espera!
É fácil falar de um porto e de um olhar absorto
Do dia do verão quente
Que queima a pele da gente
E do cansaço que mata o corpo!
É tudo muito belo !!!
Formosa inspiração !!!
Difícil
É lembrar de cada estação
Dia, mês, ano...
De cada beijo profano
De cada momento mundano
De corpo e alma em profusão...
E em cada olhar
Em cada pensar
Em cada lembrar
Querer que tu voltes
E não te ver voltar!...
Euclides Riquetti
24/03/2010
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