Mas, na TV, no final da década de 1960, meu ídolo era um lutador de Telecatch, da TV Excelsior e apresentado também na Rede Tupi, através da TV Piratini, de Porto Alegre, que nos trazia os espetáculos no sábado à noite. Ted Boy Marino, o Mário Marino, que nasceu na Calábria, ao Sul da Itália, e que viveu sua juventude na Argentina, encenava lutas num bando de "bons e maus", até malvados lutadores do catch. E nós vibrávamos com eles. Discutíamos com os mais velhos, com o Tio Arlindo Baretta e o Olávio Dambrós, que diziam que aquilo tudo era fingimento, marmelada para enganar nós, trouxas. E nós, teenagers na época, revidávamos, diziamos que eles tinham inveja, não sabiam nada de luta nem de TV.
Quanta inocência e ingenuidade a nossa! Mas que boa a nossa inocente e pura ingenuidade, que nos enche de saudades...
Depois, na maturidade, vamos descobrindo todas as enganações que podem ocorrer no mundo da recreação, onde a suprarrealidade está mais presente do que a realidade. E que as brigas protagonizadas na TV pelo Verdugo, Jóia - o psicodélico, Fonatomas, Aquiles, Rasputim Barba Vermelha e La Múmia eram apenas números artísticos impecavelmente ensaiados, que ninguém apanhava, ninguém levada pontapés e socos de verdade. Alguns dedos nos olhos também eram pura enganação, afinal tinha tanto chuvisco na tela que nem com bombril amarrado na antena se podia ver direito.
Mas, que o Ted Boy Marino nos emocionou muito, ah, tenho absoluta certeza, emocionou. Pelo menos a mim, ao Altivir Souza, ao Ademir Mantovanello, ao Moacir Richetti.
Ted Boy Marino, que além de lutador foi apresentador de TV e integrante de "Os Trapalhões", deixou-nos ontem, dia 27-09-2012, após parada cardiorrespiratória em uma intervenção cirúrgica. Vai com Deus, meu ídolo de juventude!
Euclides Riquetti
28-09-2012
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