Minha coluna no Jornal Cidadela, de Joaçaba, SC, em 05-05-2017
Dia do
Trabalhador com comemorações tímidas, muita frustração e resignação... Assim vi o Primeiro de Maio deste ano. E não
é para menos!
Os brasileiros
amargam mais de 13 milhões de pessoas, trabalhadores em idade legal e repletos
de energia para trabalhar, sem emprego e com pouquíssimas possibilidades de as
nuvens negras dissiparem-se. Pois bem
nesse dia, o Instituto de Pesquisas Datafolha divulgou uma pesquisa sobre o que
os brasileiros pensam da reforma previdenciária pretendida pelo governo. 71% dos entrevistados são contra a Reforma da
Previdência. As mulheres rejeitam a reforma em 73%, sendo que são 74% entre os
que ganham entre dois e cinco salários mínimos; 76% entre os jovens de 25 a 34
anos, e o mesmo percentual dentre as pessoas com curso superior.
É possível que o
Governo consiga o número suficiente de parlamentares para a aprovação da sua
proposta, mas a tarefa não vai ser fácil. Fora os propagandistas, os economistas
do capitalismo selvagem e os comentaristas vendidos, que fogem de seu
compromisso profissional para defenderem posições à custa de dinheiro ou por
algum interesse pessoal, poucos são os que defendem a dita reforma.
Sou aposentado
como professor estadual, trabalhei 31 anos em sala de aula, somei 41 anos de
tempo de serviço quando consegui a aposentadoria, aos 55 anos de idade. Meu
braço direito dói todos os dias de tanto que escrevi em quadro de giz. Nunca
tirei atestado em razão disso. Hoje fico pensando em como será a vida
profissional de pessoas que terão trabalhado tanto quanto eu, estiverem com
limitações físicas, idosos, e mesmo com sua condição psicológica abalada por
estresse. Continuo reafirmando que o financiamento da Previdência Social deva
acontecer em função das riquezas que o trabalhador gera e não apenas encima do
lombo do trabalhador e seu salário.
Entendemos que o
sistema previdenciário precisa ser reformulado, sim. Os brasileiros pagam
imposto de renda, pagam muitos outros impostos e, parte deles, deveria ser
canalizada diretamente para a conta do INSS. E todos aqueles compromissos
assumidos pela Seguridade Social deveriam ser separados, de forma que o que não
for aposentadoria conquistada por tempo de serviço prestado e contribuição,
sejam pagos com dinheiro do Tesouro Nacional. Se houve irresponsabilidade dos
governos em concessões facilitadas nos últimos 50 anos, não é o trabalhador que
deve pagar a conta. A reforma não foi discutida amplamente com os setores de
produção e do trabalho, apenas é negociada entre políticos corruptos e que
estão sendo investigados por roubos de dinheiro público. Por isso nada houve
para comemorar, mas muito para lamentar. O brasileiro vem sendo domesticado e
condicionado a resignar-se pelo bombardeio dos meios de comunicação,
infelizmente!
Euclides Riquetti – Escritor Membro da ALB/SC
www.blogdoriquetti.blogspot.com
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