segunda-feira, 8 de maio de 2017

O Pior Dia do Trabalhador do Milênio


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Minha coluna no Jornal Cidadela, de Joaçaba, SC, em 05-05-2017

       Dia do Trabalhador com comemorações tímidas, muita frustração e resignação...  Assim vi o Primeiro de Maio deste ano. E não é para menos!
       Os brasileiros amargam mais de 13 milhões de pessoas, trabalhadores em idade legal e repletos de energia para trabalhar, sem emprego e com pouquíssimas possibilidades de as nuvens negras dissiparem-se.  Pois bem nesse dia, o Instituto de Pesquisas Datafolha divulgou uma pesquisa sobre o que os brasileiros pensam da reforma previdenciária pretendida pelo governo.  71% dos entrevistados são contra a Reforma da Previdência. As mulheres rejeitam a reforma em 73%, sendo que são 74% entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos; 76% entre os jovens de 25 a 34 anos, e o mesmo percentual dentre as pessoas com curso superior.
      É possível que o Governo consiga o número suficiente de parlamentares para a aprovação da sua proposta, mas a tarefa não vai ser fácil. Fora os propagandistas, os economistas do capitalismo selvagem e os comentaristas vendidos, que fogem de seu compromisso profissional para defenderem posições à custa de dinheiro ou por algum interesse pessoal, poucos são os que defendem a dita reforma.
       Sou aposentado como professor estadual, trabalhei 31 anos em sala de aula, somei 41 anos de tempo de serviço quando consegui a aposentadoria, aos 55 anos de idade. Meu braço direito dói todos os dias de tanto que escrevi em quadro de giz. Nunca tirei atestado em razão disso. Hoje fico pensando em como será a vida profissional de pessoas que terão trabalhado tanto quanto eu, estiverem com limitações físicas, idosos, e mesmo com sua condição psicológica abalada por estresse. Continuo reafirmando que o financiamento da Previdência Social deva acontecer em função das riquezas que o trabalhador gera e não apenas encima do lombo do trabalhador e seu salário.
       Entendemos que o sistema previdenciário precisa ser reformulado, sim. Os brasileiros pagam imposto de renda, pagam muitos outros impostos e, parte deles, deveria ser canalizada diretamente para a conta do INSS. E todos aqueles compromissos assumidos pela Seguridade Social deveriam ser separados, de forma que o que não for aposentadoria conquistada por tempo de serviço prestado e contribuição, sejam pagos com dinheiro do Tesouro Nacional. Se houve irresponsabilidade dos governos em concessões facilitadas nos últimos 50 anos, não é o trabalhador que deve pagar a conta. A reforma não foi discutida amplamente com os setores de produção e do trabalho, apenas é negociada entre políticos corruptos e que estão sendo investigados por roubos de dinheiro público. Por isso nada houve para comemorar, mas muito para lamentar. O brasileiro vem sendo domesticado e condicionado a resignar-se pelo bombardeio dos meios de comunicação, infelizmente!
Euclides Riquetti – Escritor Membro da ALB/SC
www.blogdoriquetti.blogspot.com

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