Tenho
acompanhado as entrevistas de alguns repórteres de televisão, em especial
daquela emissora que sempre foi privilegiada com as contas de publicidade dos
governos, aquela que é rejeitada tanto pela direita como pela esquerda, e
apreciada pelos aproveitadores de centro. E, com muito afinco, me detive a
analisar as entrevistas que fazem com o ainda Juiz Sérgio Moro, aquele que deu
um novo conceito à Justiça Brasileira, aquela que acontece nos tribunais de
primeira e segunda instância. A mesmice e a falta de capacidade criativa vão
desde as formulações dos mais jovens até às dos mais madurões e convencidos.
Aquela
perguntinha assim: “O Senhor acha certo que um juiz assuma um ministério sem
ainda ter-se demitido do cargo de juiz”? ou “O Senhor sempre afirmou que não
era político e agora passa a ocupar um cargo político”? Então, o Meritíssimo
responde que ele está em férias e que uma pessoa em férias pode fazer de seu
tempo o que quiser fazer, que não correria o risco de deixar sua família
desamparada caso algo acontecesse com ele. E olhem que temos exemplos de risco:
lembrem da facada desferida contra
Bolsonaro em campanha. Diz isso com muita elegância de postura e linguagem,
coisa que eu não conseguiria descrever aqui. E, ainda, que vai ocupar um
ministério na condição de técnico e não de político.
Posso asseverar
que assim é, pois eu também fui secretário municipal na condição de técnico, com
formação contábil, mas para formular projetos junto com uma equipe técnica,
somando meus conhecimentos aos dos demais, e conseguindo êxito na sua
aprovação, consequentemente obtendo recursos de origem estadual e federal para
um município. Eu até tinha vergonha de ser classificado como político, tanta
barbaridade vi de alguns partidários ou aliados, em 22 anos de trabalho em
função pública. O meu pecado, acho, foi ter sido eleito na única vez em que fui
candidato e, como meu colega Euclides Miazzi, de Lacerdópolis, fizemos nosso
trabalho e buscamos outras formas de servir à população. Pessoas de perfil
técnico, quando entram para a política, ou se convertem ou abandonam o ramo tão
logo termine seu mandato...
Tenho cuidado de
observar que Jair Bolsonaro, Presidente eleito, tem convidado para os
ministérios pessoas com vasto conhecimento de suas áreas. As últimas escolhas
foram a da Engenheira Agrônoma e Deputada Tereza Cristina para o Ministério da
Agricultura, e do PHD em Economia, Joaquim Levy, para o BNDES. É também
Engenheiro Naval e conhecido no meio financeiro mundial como o Chicago Boy. O Comandante Moisés, Governador eleito,
Policial Militar reformado e professor universitário, com mestrado em Direito,
convidou para sua equipe de transição uma base formada por professores da
Universidade Federal de Santa Catarina e Policiais Militares, todos de
carreira.
Procurei
informações sobre os mesmos, seus currículos, e vi que são conhecedores das
diversas áreas, mas que ainda não tiveram oportunidade de mostrar serviço, pois
nunca foram convidados a ocupar cargos em nosso estado, porque não são daqueles
“políticos de carreira”. Imagino que ele vá convidar para o secretariado pessoas
com conhecimento técnico e que já tenham administrado ao menos diretorias
estaduais, sem terem sua vida manchada por acusações, e que tenham sido
competentes em seu trabalho. Há muitos bons servidores de carreira, nessas
condições, que podem ajudar a melhorar nossa Santa Catarina. Se temos muito
servidores acomodados, também temos outros bem dedicados tanto no quadro
federal quanto no estadual.
Recado aos
políticos que pretendem concorrer à reeleição em 2020: Votos que já foram
nossos escorregam da mão da gente como grãos de areia, em tempos de mudança.
Pensar em ideias inovadoras, ser propositivo, fugir da mesmice e mostrar que
tem grande capital de conhecimento. Projetinhos manjados e replicados de outras
cidades, dão pouco resultado e nada de votos. O eleitor quer muito mais.
Euclides Riquetti – Escritor – membro da ALB/SC – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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