domingo, 25 de agosto de 2019

Cidades violentas e cidades lentas: temos muito que melhorar!


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       Estive fora da cidade por alguns dias, visitando familiares em Curitiba, São José dos Pinhais, Itapema e Florianópolis, aproveitando a viagem para conhecer novos lugares e rever outros por onde não passava há muito tempo. No litoral do Paraná, vi cidades   que melhoraram muito seu aspecto paisagístico, seu padrão urbanístico melhorou, ainda conseguem ter um trânsito organizado, com um fluxo regular, as pessoas parecem manter o equilíbrio necessário à vida.

       A parada final fiz em Florianópolis, nossa Ilha da Magia, para onde costumo dirigir-me algumas vezes ao ano, cumprindo obrigações familiares e para o próprio lazer. Sendo assim, consigo ter uma ideia das mudanças que lá ocorrem, dos costumes dos ilhéus, das angústias dos comerciantes de suas praias na baixa temporada turística,  quando não há o afluxo habitual de turistas. Tenho amizades lá, converso com algumas pessoas que me dão o norte  para o próximo verão e, neste ano, as expectativas são piores do que as do ano anterior, pois, Canasvieiras principalmente, depende muito da situação econômica e política da Argentina. Neste ano, em especial, com as eleições presidenciais ocorrendo por lá, com a dificuldade que têm em fazer a sua economia andar, fica no ar um pessimismo também por aqui.

       Entretanto , o que me assusta, em Florianópolis, é a bagunça do trânsito, não apenas porque pelas suas ruas andam mais veículos do que elas comportam, mas pelo inadequado comportamento dos motoristas. Poucos coletivos nas ruas, muita gente apressada, ousada demais (ou descuidada?) para meu gosto. Ao final do dia da última sexta-feira, 09 de agosto, estivemos na Universidade Federal de Santa Catarina para participarmos da formatura de uma sobrinha. Para um percurso de 20 Km, entre Canasvieiras e a UFSC, reservei um período de duas horas, pois sei que, ao final da tarde, há intensa movimentação de carros nas ruas próximas. Na  Rua Admar Gonzaga, num entroncamento, pouco antes da Secretaria da Agricultura, a primeira grande aventura, com um monte de motoristas apressados e xingando quem quer ter o cuidado de não bater e de não ser abalroado pelos outros. Nas demais, da mesma forma.

       Consegui chegar a tempo ao compromisso, mas não sem antes passar por muito medo naquelas ruas. O sinal do trânsito abrindo e fechando,  e os carros não conseguindo fazer os cruzamentos a tempo, ficando um amontoado de veículos nesses espaços, gente buzinando doidamente como se isso resolvesse a situação, motociclistas “costurando” para chegar primeiro ao seu destino, carros trancando a frente de outros, atravessando-se nas pistas, xingamentos, gritos, dando-nos a impressão de que nos estão assaltando, e isso vai até o horário em que terminam as aulas do período noturno, além das 22 horas, quando os acadêmicos saem da UFSC e só então volta a calmaria.

       Mas nossa Ilha da Magia tem muitas belezas, locais aprazíveis, encantos naturais, e nem por isso deixamos de nos fazer presentes por lá algumas vezes ao ano. E, nesse tempo, percebemos o quanto as autoridades e as lideranças locais falham em não criar opções de lazer para visitantes na baixa temporada, atrativos que poderiam melhorar a regularidade de renda de quem vive da atividade turística. Uma discussão muito forte, lá no Norte da Ilha, dá-se pelo fato de que, há mais de dois anos, a Havan e outros empreendimentos projetados para Canasvieiras aguardam licença ambiental do Município para construírem. A empresa tem a Licença Estadual, mas não a Municipal...

       Em encontro a isso, na volta para casa, vim ouvindo a Rádio Catarinense, (rezando por voltar são e salvo, pois na BR 101 estamos sempre em risco) e um representante do Sine falando sobre a redução das contratações por empresas em Joaçaba, enquanto tivemos crescimento da microrregião. Compreensível: As dificuldades e chicanas que encontram para registrarem empresas em Joaçaba, não acontecem nas demais cidades. Muita gente daqui registrando suas novas empresa em Luzerna e Catanduvas, e mesmo nas demais cidades. Embora haja um esforço da Administração Municipal para resolver isso, alguma coisa não anda do jeito que precisa andar...

Euclides Riquetti – Escritor – Autor de Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros lugares
Publicado do Jornal  Cidadela - Joaçaba - SC -  em 16-08-2019

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