Estive fora da
cidade por alguns dias, visitando familiares em Curitiba, São José dos Pinhais,
Itapema e Florianópolis, aproveitando a viagem para conhecer novos lugares e
rever outros por onde não passava há muito tempo. No litoral do Paraná, vi
cidades que melhoraram muito seu aspecto paisagístico,
seu padrão urbanístico melhorou, ainda conseguem ter um trânsito organizado,
com um fluxo regular, as pessoas parecem manter o equilíbrio necessário à vida.
A parada final
fiz em Florianópolis, nossa Ilha da Magia, para onde costumo dirigir-me algumas
vezes ao ano, cumprindo obrigações familiares e para o próprio lazer. Sendo
assim, consigo ter uma ideia das mudanças que lá ocorrem, dos costumes dos
ilhéus, das angústias dos comerciantes de suas praias na baixa temporada
turística, quando não há o afluxo
habitual de turistas. Tenho amizades lá, converso com algumas pessoas que me
dão o norte para o próximo verão e,
neste ano, as expectativas são piores do que as do ano anterior, pois,
Canasvieiras principalmente, depende muito da situação econômica e política da
Argentina. Neste ano, em especial, com as eleições presidenciais ocorrendo por
lá, com a dificuldade que têm em fazer a sua economia andar, fica no ar um
pessimismo também por aqui.
Entretanto , o que me assusta, em
Florianópolis, é a bagunça do trânsito, não apenas porque pelas suas ruas andam
mais veículos do que elas comportam, mas pelo inadequado comportamento dos
motoristas. Poucos coletivos nas ruas, muita gente apressada, ousada demais (ou
descuidada?) para meu gosto. Ao final do dia da última sexta-feira, 09 de
agosto, estivemos na Universidade Federal de Santa Catarina para participarmos
da formatura de uma sobrinha. Para um percurso de 20 Km, entre Canasvieiras e a
UFSC, reservei um período de duas horas, pois sei que, ao final da tarde, há
intensa movimentação de carros nas ruas próximas. Na Rua Admar Gonzaga, num entroncamento, pouco
antes da Secretaria da Agricultura, a primeira grande aventura, com um monte de
motoristas apressados e xingando quem quer ter o cuidado de não bater e de não
ser abalroado pelos outros. Nas demais, da mesma forma.
Consegui chegar
a tempo ao compromisso, mas não sem antes passar por muito medo naquelas ruas.
O sinal do trânsito abrindo e fechando, e os carros não conseguindo fazer os
cruzamentos a tempo, ficando um amontoado de veículos nesses espaços, gente
buzinando doidamente como se isso resolvesse a situação, motociclistas
“costurando” para chegar primeiro ao seu destino, carros trancando a frente de
outros, atravessando-se nas pistas, xingamentos, gritos, dando-nos a impressão
de que nos estão assaltando, e isso vai até o horário em que terminam as aulas
do período noturno, além das 22 horas, quando os acadêmicos saem da UFSC e só
então volta a calmaria.
Mas nossa Ilha
da Magia tem muitas belezas, locais aprazíveis, encantos naturais, e nem por
isso deixamos de nos fazer presentes por lá algumas vezes ao ano. E, nesse
tempo, percebemos o quanto as autoridades e as lideranças locais falham em não
criar opções de lazer para visitantes na baixa temporada, atrativos que
poderiam melhorar a regularidade de renda de quem vive da atividade turística.
Uma discussão muito forte, lá no Norte da Ilha, dá-se pelo fato de que, há mais
de dois anos, a Havan e outros empreendimentos projetados para Canasvieiras
aguardam licença ambiental do Município para construírem. A empresa tem a
Licença Estadual, mas não a Municipal...
Em encontro a
isso, na volta para casa, vim ouvindo a Rádio Catarinense, (rezando por voltar
são e salvo, pois na BR 101 estamos sempre em risco) e um representante do Sine
falando sobre a redução das contratações por empresas em Joaçaba, enquanto
tivemos crescimento da microrregião. Compreensível: As dificuldades e chicanas
que encontram para registrarem empresas em Joaçaba, não acontecem nas demais
cidades. Muita gente daqui registrando suas novas empresa em Luzerna e Catanduvas,
e mesmo nas demais cidades. Embora haja um esforço da Administração Municipal
para resolver isso, alguma coisa não anda do jeito que precisa andar...
Euclides Riquetti – Escritor – Autor de Crônicas do Vale do
Rio do Peixe e outros lugares
Publicado do Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - em 16-08-2019
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