Fotos: Caçadores de Imagens - Capinzal - SC
"Gente muito competente"!
Nosso Oeste verde cada vez mais verde!
Saia por aí,
leitor, percorra o Vale do Rio do Peixe, vá para o Oeste, ande no território
que, nos Séculos XVIII e XIV foi sendo ocupado, lentamente, pelos paulistas, na
condição de entradistas, vindo para nossa região através da cidade de
Guarapuava, depois por Palmas, do Paraná.
Na época, os bandeirantes vieram de São Paulo até o planalto de Lages e
os campos novos, onde se formaram rebanhos. Nessas paragens e pastagens
passaram os grandes rebanhos que vinham do Sul com destino a Sorocaba, São
Paulo. No litoral, abaixo da Serra, os açorianos tentavam plantar trigo, linho-cânhamo
e mandioca, sendo que apenas nesta última tiveram razoável sucesso.
Já com a
inauguração da estrada-de-ferro, durante as décadas de 1910 e 1920, Oeste e
Meio-oeste catarinense passaram a receber descendentes de italianos e alemães,
originários da Serra Gaúcha, principalmente. E, com o partilhamento das terras
em minifúndios, pelas empresas colonizadoras, as famílias foram ocupando montes
e vales, plantando principalmente trigo, milho, cevada, feijão, mandioca, e
praticando o extrativismo da madeira e da erva-mate. Os montes foram
encarecados e o solo, então virgem, nos deu muito milho e trigo. Porém, a
partir do início da década de 1980, com a aquisição das Indústrias Reunidas
Ouro, de Capinzal, e a Pagnoncelli, de Herval d´Oeste, pela então Perdigão, e a
forte expansão da Sadia, em Concórdia, e a Aurora, mais à Oeste, o modos de
produção em sistema de integração, para criatórios de aves e suínos, os
agricultores foram deixando de lado o cultivo das terras montanhosas e passando
a produzir para a agroindústria, recebendo a ração pronta e produzindo em
grande escala. A indústria
metal-mecânica foi-se fortalecendo e modernizando, ganhando mercados
internacionais. As máquinas rudimentares, produzidas aqui em Joaçaba, que foram
de grande valia para nosso desenvolvimento, foram dando lugar a equipamentos
sofisticados, concebidos pelos projetos de automação bem sucedidos. As áreas mais favoráveis foram recebendo o
trabalho mecanizado. A mão-de-obra humana foi-se reduzindo, os filhos dos
agricultores buscaram as cidades, as escolas, as universidades, e grandes
mudanças foram ocorrendo nas últimas quatro décadas. A produção de bovinos de
corte e leite, em pastagens plantadas ou em confinamentos, tornou-se muito
forte.
Este introito
todo, uso para chamar a atenção do leitor para que, se jovem, conheça, e se
maduro, estabeleça as mesmas comparações que me fazem as pessoas com quem falo
nas ruas e mercados: nossas cidades e nossos campos estão mais verdes!
Sim, porque a
consciência de preservar, e a própria opção de trabalho para a sobrevivência,
nos levaram a ter muitos mais hectares de cobertura verde do que tínhamos há 40
anos. As matas pioneiras existentes em
1980 foram mantidas. E as áreas
desfavoráveis ao trabalho produtivo foram sendo repovoadas por milhões de
árvores. As florestas secundárias, que surgiram sobre as restevas das culturas
de inverno e verão, foram recompondo nossa natureza. Trinta anos são
suficientes para que centenas, quem sabe milhares de espécies voltem a povoar tais áreas. E, quanto mais os anos forem
passando, mais capital verde nossas cidades terão. Com isso, de minha parte,
não consigo aceitar que os países europeus, principalmente, a exemplo da
Alemanha, queiram nos dizer o que precisamos fazer com nossas florestas. Tem
muito jornalista e metido a besta falando bobagem. Também, acho que a
capacidade intelectual de nossos índios tem sido desconsiderada e eles até
humilhados pelos que se dizem seus defensores. Considerá-los incapazes não faz
mais sentido. Assim como o pobre gosta de ser capitalista, o índio também, em
sua maioria, quer o conforto que a tecnologia lhes possibilita e dispor de seus
bens para o que lhe aprouver. O uso bem regrado e sustentável de nossa
natureza, para o bem dos brasileiros, é uma condição da qual não podemos
prescindir. Santa Catarina foi propositora de um Código Florestal que, senão
perfeito, ao menos permitiu que os proprietários saibam, com clareza, o que
podem e o que não podem fazer com suas terras. Certamente que, hoje, possuímos em
nossa região, no mínimo o dobro de matas de que dispúnhamos há quatro décadas. Vamos
dar mais apoio ao Brasil e menos aos que nos colonizaram!
Euclides Riquetti – Autor de “Crônicas do Vale do Rio do
Peixe e outros lugares” – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 23-08-2019
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