Li,
recentemente, um texto em que é posta uma análise de como se processa a
propagação de notícias sobre o Brasil ao redor do mundo, em especial a Europa.
O brasileiro, por sua maneira de ser, contestador e inquieto, produz uma imagem
muito negativa de nosso País. Se estiverem acontecendo cinco coisas boas e
cinco ruins, ele propagará uma boa e nove ruins. Nunca se teve a preocupação
maior em mostrar ao mundo o que temos realmente de bom. Apenas, durante algumas
décadas, exportamos futebol e conhecimento sobre este. Hoje, exportamos
jogadores mais por quantidade do que por qualidade.
Sempre soube
que, além do futebol, lá fora, éramos conhecidos pelo nosso belo carnaval. A
exploração do nu (condenável), a exuberância das fantasias, a ginga das mulatas
e a habilidade dos percussionistas encantaram e ainda encantam o mundo. Hoje,
temos a mostrar aos turistas estrangeiros belas praias, serras contagiantes,
uma cultura bastante diversificada. Mas não sabemos, ainda, mostrar ao mundo
toda nossa capacidade produtiva, nossa prodigiosa natureza, nosso clima
tropical favorável, a regularidade da ocorrência das chuvas, a luminosidade
natural. Porém, pela força da iniciativa privada, somos grandes produtores de
commodities e industrializados, que vão desde as cerâmicas até aviões de bom
desempenho e segurança. Somos um País magnífico! Mas há, muito latente no
íntimo do brasileiro, aquele desejo de manifestar-se desfavoravelmente às suas
próprias coisas, dando a impressão de que, por aqui, tudo é muito ruim. E,
grande culpa disso tudo, é da imprensa nacional, que tem muito prazer em buscar
melhores índices de audiências mostrando nossas desgraças, em detrimento do que
é bom. Dão grande espaço às porcarias e pouco ao que é importante.
Por exemplo,
quanto têm falado dos focos de incêndio que ocorrem em vários pontos do
território brasileiro, como se tudo fosse ocasionado por inescrupulosos
danificadores de nosso Ambiente natural! O inverno seco e a ocorrência de
geadas fortes secaram os pastos e o fogo pode se propagar facilmente, inclusive
ocasionado pelo lançamento de tocos de cigarros nas margens das rodovias. A
imprensa e as ONGs culpando o Governo e o Governo achando culpados. Hoje, é
preciso observar e analisar tudo atentamente para poder-se perceber o que há de
verdadeiro e o que há de falso em tudo o que vimos e ouvimos.
Em meio a tudo
isso, o que mais nos causa pena, é vermos que temos muita gente desempregada,
principalmente nas grandes cidades. Nas pequenas, as pessoas sempre dão um
jeito de se acomodar em alguma coisa, tentando criar uma forma de obter renda,
mesmo que informalmente. Mas a vida dos brasileiros poderia ser facilitada se
não houvesse a danosa burocracia atrapalhando a vida de quem quer investir. É
dificuldade pra tudo, tem lei pra tudo, tem gente ganhando para fazer as coisas
andarem direito, mas tudo acontece ao contrário, pois, nos órgãos públicos,
principalmente, se alojam muitas pessoas mal preparadas, ou mesmo de má
vontade. A estabilidade gera acomodação e zonas de conforto.
Por falar em
ineficiência, minhas contas de cartão de crédito e outras vinham chegado em
minha casa com três semanas de atraso. Agora, com mais de um mês! Pouco me
importa se os serviços de correio forem realizados por empresas públicas, autárquicas
ou privadas. O que eu quero é que as minhas correspondências cheguem em minhas
mãos com a rapidez com que o mundo hoje requer e possibilita.
Vejo muita
reclamação de diversos órgãos públicos brasileiros reclamando de cortes ou
contingenciamentos de recursos do Orçamento Geral da União. Ainda bem que estão
acontecendo, pois, se fizerem como vinham fazendo durante duas décadas, iríamos
ainda mais para o fundo do poço. Mas tem um jeito de as coisas andarem com um
pouco de fluidez: é só pararem de reclamar e mexerem-se. Notícias ruins,
acomodação de quem deveria agir mais, e burocracia, são entraves para nossa
retomada do crescimento. As esperadas reformas, com muitos políticos se
colocando na situação de protagonistas, bem ou mal, estão acontecendo!
Euclides Riquetti – Autor do livro “Crônicas do Vale do Rio
do Peixe e outros lugares”
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