domingo, 3 de novembro de 2019

A deselegância na política e as sabotagens no ambiente natural brasileiro



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Hermanas argentinas sempre decorando a praia
de Canasvieiras - em Florianópolis - SC - Brasil
"Aqui sem sabotagem alguma"!

       Políticos não precisam “se amar”, apenas respeitar-se e respeitar as nações que representam e as instituições nelas comportadas. Vejam: A sempre quebrada Argentina teve eleições presidenciais no último domingo, 27. Antes, o presidente eleito lá, Alberto Fernández, e Jair Bolsonaro, já tinham se bicado por razões de interesse ideológico. Agora, sobre o novo Presidente, Bolsonaro disse:

“Não pretendo parabenizá-lo. Agora, não vamos nos indispor. Vamos esperar o tempo para ver qual é a posição real dele na política, porque ele vai assumir, vai tomar pé do que está acontecendo e vamos ver qual linha que ele vai adotar".

            Convivo com argentinos durante 8 semanas por ano, pois frequento Canasvieiras, a praia catarinense preferida por eles. Lá também convivo com uruguaios. Converso com eles sobre política, cultura e economia. Aprendo muito com eles.

       Um senhor, uruguaio, dizia-me que os seus patrícios estão muito atrasados em relação ao Brasil. Liberais em questões sociais e nos costumes, não cuidaram da Educação como deveriam. Têm pouca habilidade nas relações comerciais com seus países vizinhos. Precisam de um choque de dinâmica, coragem dos administradores e, como nós também precisamos, cuidar melhor das pessoas. Não são um forte mercado consumidor, a abertura para os investimentos estrangeiros tem sido tímida. Por outro lado, vejo muitos argentinos, de toda a sorte, atuando na camelotagem e em serviços braçais e atendentes de comércio, em Canasvieiras. Dizem que, mesmo com algumas dificuldades, é bem melhor viver no Brasil do que por lá.

       A sobrevivência política é uma questão de inteligência. O pragmatismo, na maioria vezes, cheira a oportunismo. Tanto Bolsonaro como Fernández  precisam desarmar seus ânimos e colocar os interesses da população e de seus países em primeiro lugar. Diálogo constante, diplomacia e parcerias são elementos imprescindíveis. Dos países da América do Sul, o Brasil é o mais forte, tem mais de 200 milhões de consumidores. O Brasil tem muito a oferecer à Argentina e esta ao Brasil.

       O Brasil teve aprovada a reforma da Previdência Social, mas é necessária a Reforma Administrativa e a Tributária. O pacto federativo precisa ser efetivado. As despesas precisam continuar a ser controladas como estão.  Um Plano de Carreira com menos privilégios para o funcionalismo público precisa ser definido e aprovado, estabelecendo regras novas para quem entrar no serviço público doravante. A comunicação do Presidente precisa ser melhorada, ele tem que tomar mais suco de maracujá, os seus três principezinhos precisam colocar-se em seu devido lugar, pois são uns chatos de galochas e arrumadores de confusão. Quem se diz  Governo, precisa ajudar e não atrapalhar. Oposição é papel para a oposição.

       Sabotagem ambiental? -  Pessoas que não gostam de se envolver em política e nem em polêmicas, levantaram-me uma situação: Teria sido uma sabotagem ao nosso ambiente natural o aparecimento de óleo no litoral brasileiro?  Uma provocação ou uma vontade de provocar confusão e gerar polêmicas? Seria mais um forte “foco de incêndio”, como aconteceu recentemente? Há outras formas possíveis de sabotagem? Quais seriam?  Diante dos fatos, é preciso que todas as situações sejam efetivamente investigadas, os verdadeiros culpados sejam dados ao conhecimento dos brasileiros e, quem quiser ajudar, pegue uma pá e uns vasilhames, vá lá, e retire o óleo, destinando a lugar adequado. Há 35 anos, ajudei a retirar óleo de uma praia do litoral do Paraná. Na época, o óleo teria vazado de um petroleiro. Agora, vejo que o problema nas praias será resolvido pelos próprios municípios que precisam preservar sua atividade turística. E os órgãos dos governos estaduais e federal, cuidar de retirar o óleo dos mangues, pois, esse sim, é um dano muito sério, causando impactos imedíveis em nossas flora e fauna. E, sobre o presidente eleito na Argentina, não é uma escolha ideológica. Os Hermanos querem que o Governo melhore sua Economia, consequentemente sua vida. Daí votarem pela mudança!

Euclides Riquetti – Autor de Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros lugares
Minha coluna no Jornal Cidadela, de Joaçaba - SC, em 25-1-2019

Um comentário:

  1. Não concordo com a comparação que você faz entre Bolsonaro e Fernandes: Bolsonaro está desgovernando a nação a quase um ano. Dá provas todos os dias de sua incompetência e traição ao povo que representa, seja através da retiradas de direitos dos trabalhadores, da entrega do patrimônio público, da destruição da educação, da saúde e das relações internas e principalmente externas.
    O homem conseguiu detonar a unidade latino americana construída a duras penas, tudo em benefício dos EUA, que ele adora muita mais do que o Brasil. Fernandes não, ainda é uma incógnita, prometeu recuperar a esperança perdida com o neoliberalismo de Macri. Tomara que ele cumpra suas promessas, diferente de Moreno no Equador.
    A América Latina hoje é um grito só contra esse sistema amaldiçoado implantado pelo capitalismo, esse tal de neoliberalismo. Não podemos ignorar os acontecimentos recentes no equador, Bolívia, Uruguai, Argentina e Chile o mais massacrado de todos. Desde a derrubada de Allende e a colocação pelos EUA de Pinochet em 1973, o país virou um verdadeiro laboratório neoliberal. Lá os Chjicago Boys, entre eles esse infame chamado Paulo Guedes. Eles detonaram os chilenos: Privatizaram tudo, das empresas, à Previdência até a água. Tudo virou mercadoria, o cidadão não conta, a coisa tem que dar lucro para o rentismo, é claro.
    Quem só vê ou lê a mídia hegemônica não vai entender, porque eles fazem parte desse sistema e ganham muito com ele. Como a coisa é matemática, se alguém ganha, a lógica é que outros percam e no caso entram os vários povos da Latino América.
    Aqui, se deixarem Bolsonaro, Guedes and company no conforto que estão logo estaremos no nível dos chilenos. Esconjuro. Deus nos livre pelos nossos filhos e netos.
    Sobre sabotagem ambiental eu entendo que o maior sabotador chama-se Jair Bolsonaro. No caso do derramamento de óleo no litoral nordestino, ele nem se dignou a visitá-los.
    A questão política é uma questão de visão. Eu vejo assim, não consigo ver de outra forma.
    Só uma sugestão: para entender essa questão do capitalismo neolibertal, da apropriação vergonhosa do lucro pelo restismo no Brasil e no mundo leiam - A Era do Capital Improdutivo de Ladislau Daowbor.

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