Quando o ministro Augusto Heleno disse
que os parlamentares estão chantageando o Governo, não disse nenhuma mentira.
Até as pedras em que as pessoas tropeçam sabem que boa parte dos parlamentares,
em todos os níveis, costumam chantagear os prefeitos, governadores e até os
presidentes da república. Foi assim e continua assim, mesmo com os sustos que
têm levado nas eleições. No pleito de 2018, em nível federal, muitos deles
foram banidos e estão sumidos do mapa. A maioria dos que restaram perdeu espaço
e anda desaparecida também. Os brasileiros não sentem falta deles. Agora, há um
forte movimento de convocação para que ocorra um ato em favor de Bolsonaro, dos
militares, e contra os que dificultam as ações do Governo, incluindo ali, além
dos parlamentares, os ministros do STF.
Sempre ouvi falarem que o Brasil começa
a andar depois do carnaval. Isso quer dizer que, nos primeiros 50 dias do ano,
as coisas andam meio que no arrasto com a barriga, que decisões importantes
deixam de ser tomadas, que iniciativas vão sendo proteladas, e assim por
diante. Na verdade, a enforcação do serviço público começa lá pelo fim da
terceira semana de dezembro e só para, mesmo, na semana seguinte à do carnaval.
Recentemente, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, falou em parasitas no
serviço público e houve uma chiadeira geral. Nunca nada deve ser generalizado, mas
sabemos muito bem quem desempenha suas obrigações funcionais e vão além delas,
e quem mal dá conta de cumprir com suas obrigações perante o empregador, seja o
Município, o Estado ou a Nação.
Mas agora, quando tudo deve voltar à
normalidade, é hora de mostrarem serviço. E os servidores, em todos os níveis,
eleitos, indicados ou concursados, precisam mostrar a quem os sustenta de que
estão ali para trabalhar, cuidar com muito zelo do patrimônio público, seja ele
material ou imaterial. Aos eleitos, sobram poucos meses para que mostrem aos
seus eleitores o que fizeram, porque é muito fácil para os cidadãos comuns
perceberem em que foram atendidos e em que tiveram suas expectativas
frustradas.
Agora é hora de o eleitor cobrar a conta
de seu candidato, pegar o programa de governo deste e verificar o que fez e o
que deixou de fazer. Não vale justificar as omissões por causa do dinheiro
curto. Quem se candidata, precisa saber como é o orçamento que vai administrar,
devendo considerar que sempre ocorrem oscilações, para mais ou para menos! E,
por falar nisso, o pessoal anda indagando sobre aquela carta que a ACIOC
apresentou aos candidatos a Prefeito, há três anos e meio atrás e que havia um
pacote de sugestões para serem implementadas e que grande parte delas não
aconteceram e dificilmente vão acontecer. Os dirigentes da ACIOC, ainda antes
do período eleitoral, deveriam promover um debate entre seus associados,
preferencialmente aberto à participação da Sociedade, (pois sem sociedade não
haveriam as empresas e consequentemente as entidades), e avaliar o que foi
feito até agora. Aliás, a “carta” elaborada não colocou a agricultura e a
pecuária como itens a serem contemplados com ações de Governo... E o contorno
viário não foi defendido com a importância que deveria ter, ficando apenas na
voz do vereador Chico Lopes, que defende isso desde seu mandato anterior.
Muitos neo-parlamentares não têm defendido a causa como deveriam. Aliás, muitas
causas defendidas em campanha não estão sendo defendidas!
Tenho dedicado um tempo maior a ouvir as
pessoas que gostam de política e mesmo os cidadãos e cidadãs mais comuns.
Pessoas simples têm opinião própria e, embora não se manifestem publicamente,
quando abordadas sabem muito bem fazer suas reclamações. Tenho ouvido muitas
críticas no âmbito local, muitas queixas por conta de promessas que não estão
sendo cumpridas. De minha parte, tenho meus elogios e também minhas
discordâncias. É muito verdadeira
aquela máxima em que se diz: “Quem não ajuda, que não atrapalhe”. Vale muito
para os parlamentos, em todos os níveis. Gosto de política, conheço alguns
caminhos para o êxito eleitoral e também para o fracasso. A gente só é dono do
voto da gente mesmo. Os outros precisam
ser conquistados com alto poder de persuasão e de convencimento. E é mais fácil
perder do que ganhar votos. Prestar sempre muita atenção nos recados das urnas.
Os meios digitais ajudam, mas o mesmo voto que brota do coração pode ser negado
pela razão. Vamos pensar nisso e estar mais presentes “no meio do povo” para
sentir de fato o que este sente!
Euclides Riquetti – autor de
“Crônicas dos Antigos Rio Capinzal, Abelardo Luz/Ouro e arredores.
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