Já mencionei aqui, no blog, algumas passagens de minha adolescência e juventude, as quais muito me marcaram. E imagino que você, leitor, leitora, quando as lê, também revolve seu pensamento para algo parecido que lhe aconteceu um dia em sua vida. Com mais ou com menos tempo de história, cada ser vai formando seu quinhão, vai enchendo seus cestos e balaios, vai moringando as ideias, vai alimentando um fabuloso leque de saudosismos.
Pois, sempre que quero acalmar minha alma, ponho-me a lembrar de meus amigos, de algumas situações que presenciei, muitas de que participei, até outras que protagonizei junto com amigos. E, na tarde do domingo passado, 25 de outubro, recebi um telefonema de uma senhora de voz alegre e gentil, que me perguntava: "É da casa do Euclides Riquetti?" - Respondi que sim. E, ainda: "Você é o Pisca?" - Respondi que sim, que era meu apelido, assim me chamavam quando queriam inticar comigo na adolescência e eu ficava fulo da vida. Depois, com o tempo, mudei de cidade, ganhei outros apelidos e acabei virando o Riquettão...
"Você tem algum amigo de infância em Lages?" - perguntou-me.
"Ah, certamente que tenho, falei. Tenho alguns. Seria o Djair Pecinatto?"
"Ele mesmo! Sou a esposa dele. Vou passar-lhe o telefone!"
Acho que a conversa com o amigo Djair levou mais de uma hora! Foi só alegria! Tenho a imagem do Djair "Picinato", meu conterrâneo capinzalense, muito presente em minha memória. Não consigo vê-lo como um senhor de 64 anos. O Djair que eu conheço tem menos de 20 anos, é magro, cabelo liso, claro e bem penteado para o lado direito, pele clara, gestos calmos e gentis. E vejo-o em duas situações, somente: vestido com o uniforme de gala do Ginásio Padre Anchieta, aquele de roupa de tergal ou tropical azul-marinho, com o quepe na cabeça portando o distintivo do educandário, sapatos pretos e meias brancas, aquele cinto preto de couro, com uma fivela niquelada portando um brasão de nosso colégio amado; ou aquele que vestia meias e calção branco, camisa branca com uma faixa verde em horizontal no peito, a do nosso Palmeirinhas, da Rua da Cadeia, no Ouro. Há, havia também as camisas "regata", tingidas de verde e com "P" bordado em ponto corrente. E as meias listradas, brancas e verdes. Também as camisas de manga longa, brancas, para os dias de frio. tudo comprado com rifas "americanas" que fazíamos. Uma vez rifamos um ferro elétrico e um guarda-chuva...
Fomos colegas de aula no Padre Anchieta em 1965 e 1966. Depois mudei de escola e, em 1971, foi embora para Lages. Em 1972 fui para Porto União da Vitória. E nunca mais nos vimos!
Nossa conversa, ao telefone, foi muito animada. Falou-me que estava vendo uma foto de nosso tempo de Palmeirinhas, em que eu estou com as mãos mirando o chão, para esconder meus pés, pois estava descaço. Verdade! A coisa era tão preta pra mim, na época, que não tinha como comprar um par de chuteiras. No máximo, o que sue podia, era ter uma conga azul, ou branca, mas que, com os chutes, ia pro pau. os mais bem situados na grana conseguiam uma "bamba", que era mais forte. Adiante, um kichute...
Contou-me a história daquele comerciante que levou o "Nízio" para um tratamento na Colônia Santana... foi de Kombi e tinha uns cacoetes bem acentuados. Lá, com atrapalho na avaliação, internaram o comerciante e liberaram o Nízio. Lembramos do saudoso Diomedes, que ia para o açougue do Baretta, ali na Rua do Beco, (agora Giavarino Andrioni), segurando o prato de pôr a carne como se fosse o volante de um carro e fazendo, com a boca, um ruído como se fosse o ronco de um caminhão...
Lembramos da sede do Palmeirinhas, primeiro na Rua da Cadeia, no porão do Bépi Thomazoni, pai do Mário, do Arlindo e da Nina, e depois no que sobrou de nossa casa, danificada pelo pesa da neve de 1965 e desbarrancamento de terra, e que teve que ser demolida, ali onde temos nosso sobrado até hoje, na Felip Schmidt, no Ouro. Depois aos fundos da loja do pai dele, na "Oficina do Paraguai", no local onde hoje funciona a Churrascaria Riquetti, no centro de Capinzal, de meus primos, filhos e netos do tio Vitale. Lembramos dos tempos de colégio, do futebol, falamos dos filhos, do que fazem, onde moram...
Lembrou-me carinhosamente, do "Foguete", que era meu saudoso irmão Ironi, treinador do Palmeirinhas. Uma vez, quando o juvenil do Grêmio Esportivo São José estava invicto há mais de 30 jogos, nosso time conseguiu vencê-lo por 3 a 2 e o Djair fez dois gols. Ganhou, de "bicho", do Ironi, um ingresso para um filme no então Cine Glória. Como foi bom lembrar disso tudo!
Foi um papo pra matar saudades, que muito me alegrou. Certamente que nos encontraremos em breve, pois em 40 anos ele somente voltou a Capinzal há poucos dias, onde procurou informação sobre nossa família e acabou se comunicando comigo.
Grande abraço, amigão Djair! Foi muito bom ter reencontrado você e saber que você tem sua família, seus negócios, e que está morando em Lages, depois de ter vivido em Guarujá, no litoral paulista. E que Deus nos dê saúde para que possamos viver por muitos anos e nos encontrarmos em breve!
Euclides Riquetti
31-10-2015
Pois, sempre que quero acalmar minha alma, ponho-me a lembrar de meus amigos, de algumas situações que presenciei, muitas de que participei, até outras que protagonizei junto com amigos. E, na tarde do domingo passado, 25 de outubro, recebi um telefonema de uma senhora de voz alegre e gentil, que me perguntava: "É da casa do Euclides Riquetti?" - Respondi que sim. E, ainda: "Você é o Pisca?" - Respondi que sim, que era meu apelido, assim me chamavam quando queriam inticar comigo na adolescência e eu ficava fulo da vida. Depois, com o tempo, mudei de cidade, ganhei outros apelidos e acabei virando o Riquettão...
"Você tem algum amigo de infância em Lages?" - perguntou-me.
"Ah, certamente que tenho, falei. Tenho alguns. Seria o Djair Pecinatto?"
"Ele mesmo! Sou a esposa dele. Vou passar-lhe o telefone!"
Acho que a conversa com o amigo Djair levou mais de uma hora! Foi só alegria! Tenho a imagem do Djair "Picinato", meu conterrâneo capinzalense, muito presente em minha memória. Não consigo vê-lo como um senhor de 64 anos. O Djair que eu conheço tem menos de 20 anos, é magro, cabelo liso, claro e bem penteado para o lado direito, pele clara, gestos calmos e gentis. E vejo-o em duas situações, somente: vestido com o uniforme de gala do Ginásio Padre Anchieta, aquele de roupa de tergal ou tropical azul-marinho, com o quepe na cabeça portando o distintivo do educandário, sapatos pretos e meias brancas, aquele cinto preto de couro, com uma fivela niquelada portando um brasão de nosso colégio amado; ou aquele que vestia meias e calção branco, camisa branca com uma faixa verde em horizontal no peito, a do nosso Palmeirinhas, da Rua da Cadeia, no Ouro. Há, havia também as camisas "regata", tingidas de verde e com "P" bordado em ponto corrente. E as meias listradas, brancas e verdes. Também as camisas de manga longa, brancas, para os dias de frio. tudo comprado com rifas "americanas" que fazíamos. Uma vez rifamos um ferro elétrico e um guarda-chuva...
Fomos colegas de aula no Padre Anchieta em 1965 e 1966. Depois mudei de escola e, em 1971, foi embora para Lages. Em 1972 fui para Porto União da Vitória. E nunca mais nos vimos!
Nossa conversa, ao telefone, foi muito animada. Falou-me que estava vendo uma foto de nosso tempo de Palmeirinhas, em que eu estou com as mãos mirando o chão, para esconder meus pés, pois estava descaço. Verdade! A coisa era tão preta pra mim, na época, que não tinha como comprar um par de chuteiras. No máximo, o que sue podia, era ter uma conga azul, ou branca, mas que, com os chutes, ia pro pau. os mais bem situados na grana conseguiam uma "bamba", que era mais forte. Adiante, um kichute...
Contou-me a história daquele comerciante que levou o "Nízio" para um tratamento na Colônia Santana... foi de Kombi e tinha uns cacoetes bem acentuados. Lá, com atrapalho na avaliação, internaram o comerciante e liberaram o Nízio. Lembramos do saudoso Diomedes, que ia para o açougue do Baretta, ali na Rua do Beco, (agora Giavarino Andrioni), segurando o prato de pôr a carne como se fosse o volante de um carro e fazendo, com a boca, um ruído como se fosse o ronco de um caminhão...
Lembramos da sede do Palmeirinhas, primeiro na Rua da Cadeia, no porão do Bépi Thomazoni, pai do Mário, do Arlindo e da Nina, e depois no que sobrou de nossa casa, danificada pelo pesa da neve de 1965 e desbarrancamento de terra, e que teve que ser demolida, ali onde temos nosso sobrado até hoje, na Felip Schmidt, no Ouro. Depois aos fundos da loja do pai dele, na "Oficina do Paraguai", no local onde hoje funciona a Churrascaria Riquetti, no centro de Capinzal, de meus primos, filhos e netos do tio Vitale. Lembramos dos tempos de colégio, do futebol, falamos dos filhos, do que fazem, onde moram...
Lembrou-me carinhosamente, do "Foguete", que era meu saudoso irmão Ironi, treinador do Palmeirinhas. Uma vez, quando o juvenil do Grêmio Esportivo São José estava invicto há mais de 30 jogos, nosso time conseguiu vencê-lo por 3 a 2 e o Djair fez dois gols. Ganhou, de "bicho", do Ironi, um ingresso para um filme no então Cine Glória. Como foi bom lembrar disso tudo!
Foi um papo pra matar saudades, que muito me alegrou. Certamente que nos encontraremos em breve, pois em 40 anos ele somente voltou a Capinzal há poucos dias, onde procurou informação sobre nossa família e acabou se comunicando comigo.
Grande abraço, amigão Djair! Foi muito bom ter reencontrado você e saber que você tem sua família, seus negócios, e que está morando em Lages, depois de ter vivido em Guarujá, no litoral paulista. E que Deus nos dê saúde para que possamos viver por muitos anos e nos encontrarmos em breve!
Euclides Riquetti
31-10-2015
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