Marcos Valnei - locutor de rádio
Temos ouvido tanta bobagem
sendo dita, tanta coisa feia saindo da boca de pessoas, e isso vale para
políticos, artistas, comentaristas, interneteiros e toda a sorte de gente que
quer dizer alguma coisa, com acentuado e frequente atentado ao vernáculo, que
volvo meu pensamento para algo que escrevi, um dia, no Blog do Riquetti, e que,
diante do quadro atual, torna-se atual e até relevante. Vejam isso:
"Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem
dinheiro." (José Granado, leitor de um site noticioso, comentando uma
notícia de que um casal armou um barraco muito grande num voo que saiu de São
Paulo para Nova York em 28 de dezembro de 2016, causando tanta confusão, que
o avião teve que pousar no aeroporto de Brasília, antes de rumar para NY.
Belas
frases não precisam se constituir de pensamentos de filósofos e pensadores.
Podem vir de pessoas simples, peças publicitárias, simples comunicadores de
rádio ou TV.
Lembro-me, seguidamente, das propagandas que eu escutava na minha adolescência
nas rádios "Catarinense" e Herval D ´Oeste, ambas de Joaçaba, ou na
Rádio Clube, de Capinzal, mas que funcionava no Ouro. Aquelas propagandas
das Casas Pernambucanas cantadas, por
exemplo: "Não adianta bater/Que eu não deixo você entrar. As Casas
pernambucanas/É que vão... aquecer o meu lar" E seguia-se: "Vou
comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar, e não vou sentir/O inverno
passar". Certamente que você, o leitor madurão, deve ter ouvido isso...
Ivo Luiz Bazzo,
duas vezes Prefeito em Ouro, SC, me introduziu à política. E me dizia:
"Fazer o que se pode com o que se tem"! À época, isso parecia denotar
certo acanhamento em ter arrojo. O tempo, depois, mostrou-me que esta é uma verdade
insofismável. Se as pessoas, em sua família, em sua empresa, ou mesmo na Gestão
Pública, assim agissem, talvez não tivéssemos, num primeiro momento, um
desenvolvimento acelerado. Mas, com o tempo, observar-se-ia que "dar o
passo conforme o tamanho das pernas", pode resultar num crescimento mais
firme, seguro e sustentável. Não aconteceria o que acontece hoje, com tanta
quebradeira de empresas, pessoas físicas e instituições públicas.
O próprio prefeito Bazzo me
contava de uma frase que Sebastião Félix
da Rosa, filho de escravos, o "Véio Borges", pioneiro do Bairro
Navegantes, costumava dizer: "Não cai uma folha de uma laranjeira
sem que seja vontade de Deus". Fiquei com as frases de ambos em minha
cabeça. Assim como já havia ficado quando o professor Francisco Filipak, na
FAFI, em União da Vitória, nos falava de uma pequena paródia que fizera da
famosa "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias: "Meu amigo
passageiro/Quando a viagem lhe convenha/Pelo solo brasileiro/Vá e venha pela
Penha"! E a usava para nos explicar as "redondilhas maiores"
para nós, seus estudantes da disciplina de Teoria Literária.
Como a beleza das
frases não precisa ter época, podem ser atemporais, vou mencionar duas ainda,
atualíssimas: a primeira, da Pedreira Joaçaba, que uma época constava numa
faixa colocada perto de minha casa, em Ouro: "Nós movemos as pedras para
construir seus sonhos"... Quanta beleza numa frase para fazer propaganda
de pedras britadas. Bem que eu gostaria de saber quem foi o seu criador. Outra,
vem de um locutor da Rádio Catarinense, aqui em Joaçaba, Marcos Valnei, que ao
finalizar seu programa "Rádio Saudades", ao final da tarde, dizia:
"Escreva no seu presente a história de suas futuras saudades". Marcos
Valnei aposentou-se nesta semana dos serviços de comunicação na emissora onde
trabalhava. Numa homenagem havida no programa Rádio Contato, uma mensagem de
sua mãe, curta, objetiva e tocante; e
outra de um filho, com uma linguagem simples, mas comovente e mensagem muito
criativa. Felicidades, Valnei!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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