O primeiro
Ministro Francês Charles de Gaulle, certa vez, teria dito que o Brasil não era
um país sério! Hoje, sabe-se que a frase fora proferida por um embaixador
brasileiro na França, por ocasião de uma querela que ficou conhecida como a
“Guerra das Lagostas”, entre o Brasil e a França. Tenho que, como muitos outros brasileiros, continuar concordando com o autor, seja ele quem for. Embora que os outros países também não o
sejam.
Na semana
anterior, um catarinense de Rio do Sul se autoexplodiu em Brasília, nossa
Capital Federal. Uma vida que se perdeu e uma festa para a classe política, as
redes sociais, alguns jornais impressos que ainda sobrevivem, e as emissoras de
televisão. O coitado do homem, que dizem os mais próximos estava deprimido
após um divórcio, somou a isso a raiva nutrida contra os ministros do Supremo
Tribunal Federal, foi com seu carro de bastante uso até diante do STF,
arremessou artefatos explosivos contra a Estátua da Justiça, outros em direção
ao prédio do STF, mas que não tiveram o alcance nem o resultado que ele
pretendia obter. Depois, com um desses explosivos que ele produziu usando fogos
de artifício, pedaços de preços e canos de pvc, fez explodir sua cabeça e
morreu.
O Senado, mesmo
tendo seu presidente alertado pelo que ocorrera, continuou sua sessão
normalmente e até realizou uma votação. O presidente Lula estava reunido com
dois ministros do Supremo e eles trataram de cada um ir para sua casa. A Câmara
dos Deputados suspendeu os trabalhos. O pânico maior foi instalado nas redes
sociais. O corpo do autovitimado permaneceu lá por 13 horas, até que
especialistas foram detonando alguns explosivos que foram encontrando. O carro
tinha o porta-malas cheio de tijolos usados acoplados em blocos, e artefatos
artesanais explosivos. A situação material foi sendo normalizada e um robô foi
usado para detonar explosivos guardados numa casa que o catarinense alugara há
poucos meses em Ceilândia, 35 Km longe do local de sua tragédia.
Direita e
esquerda entraram em campo de imediato. Juízes do Supremo passaram a emitir
seus comentários. Lula ficou quieto e fez muito bem, pois sabe que o
oportunismo sempre acaba lhe trazendo dissabores. A festa da Imprensa se
prolongou no assunto, pois o projeto de anistia que trata da anistia aos que
participaram dos vandalismos de 08 de janeiro, com isso, passou a ser
criticado. Os que dizem que a ação foi a de um “lobo solitário”
contra-argumentaram e a coisa se prolongou até o sábado, quando os eventos da
G20, no Rio de Janeiro, começaram a acontecer, paralelamente ou antecipadamente
à grande conferência que ocorreria na segunda e na terça, 18 e 19 de novembro.
A partir do
sábado, alguém se encarregou de jogar farinha (ou merda) no ventilador e o foco dos tiros passou a ser outro. A primeira dama do Brasil, alcunhada de Janja da Silva, no alto de todo
o seu despreparo, falou um desastrado “Ilon Musk, fuck you”, um palavreado
horrível, igual ao que um ex-presidente e seus filhos costumavam usar e que era muito condenado. Não aprendeu nada,
ainda, a mocinha deslumbrada que saiu do Bairro São Cristóvão, aquele que sempre
é alagado pelo Rio Iguaçu quando de suas enchentes. Levou bomba de adversários
e a condenação até de seus companheiros políticos. Porque, com cargo ou não no
Governo de seu marido, sendo uma pessoa pública que o acompanha nos eventos
empresariais, políticos ou de diplomacia, precisa portar-se com urbanidade,
educação e postura adequada à posição que ocupa no momento.
Independente do
que pensam os outros, assevero aqui que ela mais atrapalha do que ajuda o
Governo Lula III. Falam em prejuízos diplomáticos, pois Musk ocupará importante
cargo no Governo dos Estados Unidos a partir de 2025. Só o tempo dirá se causou
ou não um estrago na diplomacia do Brasil em relação àquele país da América do
Norte. Mas, no momento em que Lula estava emprenhado em melhorar uma possível
relação entre os dois países, pois posicionou-se contra o presidente eleito
Donald Trump antes das eleições lá realizadas, seria de bom alvitre que Janja
não causasse aborrecimentos. Não bastasse isso, chamou de “Bestão” o
desesperado que se matou tentando explodir o STF. Na manhã de domingo, em Rio
do Sul, a ex-esposa do Senhor que atentou contra sí mesmo em Brasília, ateou
foco na casa deles, que ela vinha ocupando em Rio do Sul. E acabou se
queimando e socorrida com queimaduras.
Resultado: O
brilho que Lula esperava ter no evento da G20 foi altamente ofuscado e
alimentou a rivalidade entre o empresário Musk e a esquerda brasileira. E nós
continuamos como uma nação que era exitosa no futebol e na fórmula 1, mas que
não somos mais. E pouco fazemos para que os brasileiros possam se orgulhar do
Brasil. Precisamos passar ao mundo a imagem de que podemos ser um país sério,
ao menos!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Nunca me conformei com as mentiras e meias verdades que me contavam e me contam. Desde muito guri fui assim:, nunca gostei daquela obrigação dominical de ir a igreja... se não fosse, estragava a semana.
ResponderExcluirNo final da década de 1950, início de 1960 havia um reboliço político no Brasil, Fidel fizera a revolução em Cuba, a Guerra Fria estava em pleno andamento. Vínhamos de dois solavancos políticos muito fortes: em 1954, Getúlio pressionado pelos EUA, através de nossa elite entreguista, comandada pela antiga UDN e seu arauto maior, Carlos Lacerda suicida-se.
Em 1955 ,JK ganha a eleição para presidente e quase não consegue assumir porque a mesma turma que sacrificou Getúlio continuava armando contra o Brasil.
Em 1961, Jânio renuncia e Jango que visitava a China de Mao , a princípio, é impedido constitucionalmente de assumir ...Bem. aí desembocamos no famigerado golpe de primeiro de abril de 1964 (...)
Em 1964 eu havia acabado os primeiros quatro anos da educação básica e deveria ir para o ginásio. Deveria, como disse, mas não fui. Aqueles que nos admitiam ( frei Gilberto e professora Lorena Moraes) resolveram montar uma uma turma especial (entenderam que não estávamos preparados ainda), que chamaram de quinto ano, e funcionou no próprio ginásio padre Anchieta, Bons tempos!
Daquela turma, lembro- me com saudades de alguns colegas: José Luiz Cadorin, Airton Felizberto Tonini, Almir Besbati, Vilson Dambros, Jandir leal, José Perlegrini, Valmor Sisin, Claudir Silva, Mario Luis morosini, Vitalino Buzelatto, Raul Savaris ...
Sempre gostei de ler e no ginásio tinha uma biblioteca razoável onde podíamos fazer nossas pesquisas e retirar livros para leitura. Havia, porém, uma censura velada com alguns autores. Quando tentei ler Jorge Amado e Érico Verissimo fui impedido e só mais tarde fui entender por que^: o primeiro era comunista e o segundo dizia algumas verdades que incomodavam a igreja.
Em 1969 fui para Ponta Grossa e lá a biblioteca era uma maravilha, não havia censura, você poderia ler tudo o que quisesse. Fiz minha carteirinha e a primeira leitura que fiz foi O tempo e vento, de Érico Verissimo, que já li três vezes. Daí li Jorge Amado e muitos outros. Entendo que a censura funciona como um atrativo contrário poderoso Quando me proíbem alguma coisa quero saber porque. A coisa funciona assim, não proíba, oriente, fale a verdade que é melhor para todo o mundo.
Fiz esse preâmbulo para dizer que a Europa, para mim, é uma meia verdade, onde passaram produziram misérias, tragédias... seja na África, na Ásia ou aqui. A mais recente é o genocídio palestino, no qual são os maiores culpados -desde o século XIX, passando pela fundação do Estado sionista de israel até o genocídio vergonhoso em Gaza e na Cisjordânia. Eles, juntamente como Império do Caos, são os principais promotores de quase todas as guerra que ocorrem mundo afora.
Então, dizer como eles (a Europa e os eua), que "o Brasil não é um país sério`" é, no mínimo, repetir aquilo que os interessa. Os outros, desde o começo, sempre foram taxados de bárbaros, terroristas e inferiores. Entendi isso depois de ler "Orientalismo" de Edward Said, "Ensayos en torno de la colonialidad del poder" de Aníbal Quijano, "Ensaios insanos" de Darcy Ribeiro, entre outros.
Nós somos as vítimas do eurocentrismo desde 1500.
Descobrir as verdades dá um pouco de trabalho, demanda vontade e tempo. Faço isso com prazer, apesar de sentir que muitos pessoas próximas a mim torcem o nariz, elas preferem ficar com as "verdades da Globo, por exemplo.
Sempre fui assim desde quando, nas aulas de história, contrariava meu professor, um capuchinho convicto de suas verdades. Numa das suas aulas sobre Reforma e Contra-Refoma resolvi contrariá-lo dando razão a Martinho Lutero. Por quê, ameaçou-me com aquele cordão de soga e não permitiu que eu fizesse a prova dando-me zero. Tive que me conformar.
Hoje, tenho até que agradecer esses acontecimentos, eles ajudaram a formar meu pensamento.