domingo, 31 de agosto de 2025

Passeando pelos caminhos de Criciúma e Urussanga com amigos das regiões de Capinzal e Joaçaba

 


        



      Sempre desejei conhecer a região de Criciúma e Urussanga. Eu passara por Criciúma há umas duas décadas, mas não parei na cidade. Nas carteiras escolares, me ensinaram sobre as minas de carvão daquele lugar. Vi muitas reportagens sobre as doenças contraídas pelos mineiros, cujos pulmões acabavam contaminados pelas fuligens e pó de carvão. Eu tinha um conceito errado sobre a cidade e a paisagem de lá. Imaginava que tudo fosse muito preto. Numa vez que por lá eu passei, mudei meu conceito. Os times de futebol sempre representaram bem a cidade. Ao final da década de 1960, o Metropol, clube local, representou bem nosso estado na Copa do Brasil. O Comerciário nos revelou o ponteiro direito Valdomiro, ídolo do Internacional de Porto Alegre e que chegou a vestir a camisa canarinho da Seleção Brasileira. 

      Saímos de Joaçaba às 22 horas do dia 15 de agosto, uma sexta-feira, com ônibus da Classe Turismo, aqui de Joaçaba, em viagem organizada pela agência de turismo GAPEN, de Capinzal. A responsável pelo passeio foi a Cristiane Gálio, minha ex-aluna da Escola Prefeito Sílvio Santos, do Ouro, cria da Nossa Senhora da Saúde, da tradicional e histórica família Gálio. Amanhecemos em Imbituba, na parada para o Café, o Paradouro Graal, cidade onde nasceu e mora meu amigo Antônio Nunes, o Lico, com quem joguei futebol nos veteranos do Arabutã FC, ali na Baixada Rubra, em Ouro. Ele também foi meu treinador, e sua esposa, Simone, me substituiu nas minhas aulas de Inglês, no Sílvio Santos, em 1998, quando fui submetido a cirurgia de menisco e ligamentos no joelho esquerdo, em razão de torções quando eu jogava no Arabutã. 

       Foi uma alegria muito grande em ter como colegas de viagem dois colegas e escola e ex-alunas. A Sandra Módena, filha do saudoso Américo, meu amigão e colaborador na época em que eu fui prefeito em Ouro. Osvaldo Federle, o conhecido Machadinho, empresário, que foi meu colega do curso de Técnico em Contabilidade, da antiga Escola Técnica de Comércio Capinzal, de 1969 a 1971, com a esposa professora Elzira Carleto (Federle), minha colega de magistério catarinense, e o neto Guilherme;  Mário Morosini, e a esposa Aracy Pessoa (Morosini),  assistente social aposentada do Fórum de Capinzal, ele meu colega no Primário do Colégio Mater Dolorum, e depois no Ginásio Padre Anchieta, em Capinzal.  Amarilene De Bortolli Dupont e Marinez Riguel Dupont, e Marlei Golin, nossas alunas do Sílvio Santos, também fizeram parte da comitiva. Daize Borsoi, o marido e o filho, já conhecíamos. Rosângela Borsoi e Elizeo, ela professora e minha conterrânea, com quem fui falando em italiano. 

       Foi uma alegria imensa passar três dias com essas queridas pessoas, a quem admiramos e devotamos verdadeira amizade. Conhecemos outras pessoas, afinal o grupo estava com 45 pessoas, incluindo os dois motoristas, Cleiton e Sidney, e o guia local João Paulo. Formamos novas amizades, conhecemos pessoas simpáticas, empáticas e agradáveis. 

       Na manhã de sábado conhecemos o Castelo Belvedere, construído por um sacerdote, e almoçamos num restaurante junto a um mirante, e à noite, nos hospedamos no Hotel Darolt, em Criciúma, e jantamos num shopping, onde saboreamos gostoso susshi. 

       Na tarde de sábado, também  fomos conhecer o Palácio Britânico, construído por um casal, ela brasileira, onde jazem relíquias em termos de porcelanas, cristais, móveis e roupas trazidas da Inglaterra, objetos antigos mas muito bem preservados, coisas muito bonitas. rumamos para Urussanga, passando por Morro da Fumaça e Cocal do Sul.

       No domingo pela manhã rumamos a Urussanga, em itinerário de trem, com máquina Maria Fumaça. Tomamos o vagão de primeira classe, o número 08, onde Dona Selma, a ferro-moça, caracterizada com uniforme típico e de época, nos passava informações sobre a história, juntamente com o conhecedor e eficiente guia João Paulo Durante.  Dois gaiteiros passaram pelo vagão, executando e cantando músicas sertanejo-raiz, gauchescas e folclóricas. Muita alegria, emoção, lembranças saudosas. Afinal, eu e a Miriam não andávamos de trem desde 1974, quando saímos de Porto União para Capinzal, no dia 23 de dezembro, e voltamos dia 26, em nossa viagem de noivado, na casa de meus pais, em Ouro. 

       Almoçamos, no domingo,  na Cantina Trevisol, um almoço com comida colonial italiana e degustação de vinhos. A casa é bem caracterizada e muito interessante para ser conhecida.  O destaque fica por conta dos vinhos da variedade Goethe, muito rara. O Goethe é produzido em Urussanga e era o vinho consumido pelo Presidente Getúlio Vargas, que solicitava que fosse enviado ao palácio do Catete, no Rio de Janeiro. 

       Urussanga é a Capital do vinho Goethe é reivindicada como único lugar no mundo em que ainda aquela vinha é cultivada. Porém, em Ouro, na Vila Unida, que pertence à comunidade de Linha Sagrado, Vanderlei Rech e seu filho Vanderlan, Engenheiro Agrônomo, estão com 1.200 plantas produzindo. O nonno Alcides Rech conseguiu preservar a variedade que foi trazida pelos seus ancestrais ao Rio Grande do Sul, proveniente da Itália. Veja isso que estou copiando de outra publicação minha aqui no meu blog: 

"Segundo Vanderlei, seu bisavô Noé Rech, filho de João Rech, foi nascido em 1899, em  Sere del Grappa, Itália, e chegaram ao Brasil em 1918, residindo no Distrito de Mato Perso,  mas Noé morreu com 37 anos. Na época, Mato Perso pertencia a Caxias do Sul,  e hoje faz parte do município de Flores da Cunha.  Era casado com Francesca de Cesaro. Noé e seu filho Guido Rech trouxeram as mudas de parreiras, chamadas de carmelas,  da Itália, e a variedade era chamada de "La Rossarda". Foram trazidas em sacos confeccionados em couro, com areia úmida dentro para evitar que perecessem. Os sacos eram trazidos enrolados em roupas pois havia a ideia de que era proibido trazer as mudas para o Brasil. Hoje está presente em Urussanga e Ouro."

       A viagem foi muito bacana, nos divertimos muito, aprendemos também sobre a história de imigração italiana no litoral e sul de Santa Catarina, uma vez que da Serra Gaúcha já conhecemos e vivenciamos.

        Parabenizo a GAPEN, através da Cristiane, e à Classe Viagem, através do Cleiton e seu colega Sidney,  pela excelente organização de seus serviços, e ao dinâmico guia local João Paulo Durante. Viajei algumas vezes com eles e são merecedores de confiança e de meu aplauso!


Euclides Riquetti

31-08-2025


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2 comentários:

  1. Quanta riqueza de detalhes, me vi novamente em viagem, através do seu relato. Estava nesse grupo, como a única representante da cidade de Curitibanos.
    Claudia (Cacau) Almeida.

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