segunda-feira, 8 de setembro de 2025

O necessário equilíbrio para a sustentabilidade




       As inconveniências de se ter um ambiente muito dependente de outro ficaram evidenciadas após as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos da América às outras potências mundiais, notadamente China, Índia, Rússia e Brasil. Aquele país está sendo governado por um Presidente impetuoso, Donald Trump, que sucedeu a Joe Biden, de perfil muito diverso do dele. Trump está fazendo para os estadunidenses aquilo que prometeu em campanha. Pode-se condenar suas atitudes, mas é preciso entendê-las.

       No Brasil não é diferente. Luiz Inácio Lula da Silva prometeu um governo dirigido às classes sociais menos favorecidas e está fazendo isso. O próprio Bolsonaro tentou fazer aquilo que pregara em campanha, mas pelo confronto com o Judiciário acabou tendo seus projetos frustrados. Eleições sempre expressam a vontade popular. É preciso entender isso.

       Vejo e analiso os discursos das cidades pelas suas lideranças, sua classe política, seu empresariado. Formam um sistema, agregam interesses, remam para um ou outro lado. Cidades precisam ter uma identidade e propagá-la. Algumas a têm, em outras as lideranças não conseguem nem sequer projetar um rumo. Ganhar eleições  é o jogo. Ter projetos de Governo é a linha. Porém, cidades precisam de projetos de desenvolvimento. E, quando assim falo, quero significar o trilho do caminho da sustentabilidade, da independência, da interdependência. Tudo em seus termos adequados, ajustado, o que é uma tarefa difícil de se executar.

       A glória de um prefeito ou de um governador é fazer muito, encantar seus eleitores, mostrar-se como um líder idealizador. Mas nem sempre os ideais do gestor são os mesmos da sociedade. Então, esta se divide. Nosso caso mais evidente é o de nosso País, onde temos uma classe política  altamente dividida. O discurso para um setor, com rejeição ao outro, é péssimo, nada agrega e nada produz de bom. Só ocasiona conflitos e divisões. Está muito evidenciado o  “nós e eles”, o “rico contra os pobres”. Tal divisão é nefasta, em nada nos ajuda.

       A eficiência está no aproveitarem-se bem os recursos financeiros, fazer o melhor com aquilo que se tem. E ele acontece melhor nos municípios, depois nos estados. Em termos de Brasil é tudo uma decepção. Temos riquezas naturais para fazer inveja ao mundo, tempos e clima favorável, a maioria da população trabalha e estuda, busca aprender a fazer sempre o melhor. O êxito vem como resultado do esforço, da determinação em se atingir objetivos, do conhecimento e da habilidade que temos ou não temos.

       Os políticos são eleitos para atenderem às expectativas da população. Nem todos votam, mas todos têm a vida a ser vivida, não importa se crianças ou velhos. A classe ativa precisa produzir para manter a outra. Temos o básico, necessário, mas temos também o sofisticado, o que nos pode dar muito além do conforto. Tudo começa por termos o que comer, onde nos agasalharmos, ter saúde e energia para fazer aquilo que queremos ou daquilo que precisamos. Já ficamos no lucro quando não nos atrapalham, quando nos deixam ser o que queremos ser.

       Os meios de comunicação nos desafiam, testam nossa razão, desafiam a sensibilidade, provocam para que se gaste, se consuma. Nos oferecem as facilidades do moderno, o encanto das coisas bonitas, a agilidade da automação, as temperaturas reguladas pelos aparelhos de ar condicionado, a visão em várias dimensões, a inteligência artificial. E, paralelamente, os aproveitadores agindo, tirando o dinheiro e o sossego tanto dos mais ingênuos como dos que se acham mais espertos.

       Enquanto isso, o mundo continua a girar, as plantas continuam precisando de chuva e luminosidade, de fertilizantes naturais ou químicos, as águas descem pelos declives e os carros andam movidos a alguma forma de energia. Uns trabalham muito e pouco ganham, outros pouco trabalham e muito ganham. Conhecimento, esperteza, habilidades, capital, entusiasmo, sonhos, energia, tudo pode ser bom se tivermos saúde. Sem está, de nada nos adiantará o resto.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

Um comentário:

  1. Concordo com você, não é o governo americano que temos que condenar, se bem que condenado está.
    Seja ele democrata ou republicano, na essência, são iguais - diferente daqui. onde a elite dominante nunca produziu um projeto de nação e sempre viveu das migalhas, como sócio menor do sistema.
    È isso que está acontecendo no Brasil, enquanto mais da metade apoia a inclusão e a defesa da soberania nacional, a outra parte, vergonhosamente, como vimos nas comemorações do sete de setembro, estendem e se derretem pela bandeira do império. Para com isso. Isso é feio, ridículo, ... pelo amor de Deus.
    O governo Lula está coberto de razões quando defende a nossa soberania. Ele não está fazendo nada de errado, está apenas cumprindo aquilo que diz nossa Constituição.
    Errados estão aqueles que fazem o dito acima, eles são os Joaquins Silvérios em seu mais alto grau. Incapazes de pensar coletivamente criticam e boicotam qualquer iniciativa de integração e defesa do Brasil.
    A coisa não é fácil, vivemos uma encruzilhada, é preciso ter a coragem de enfrentar os inimigos do Brasil, sejam eles externos ou internos.
    Hoje, a coisa mais importante, independente das pressões de Donald Trump, é concluir o processo do golpe de Estado e punir exemplarmente os culpados.
    Essa, na minha modesta opinião, é a melhor forma de pacificar o país. Quebra-se um paradigma, que ao longo da história sempre beneficiou a mesma panela, os donos do poder, em detrimento do conjunto, da harmonia nacional.
    Donald Trump vai passar, o Brasil não, porque o Brasil somos todos nós independentemente da ideologia .
    É isso que precisamos entender para pacificar esse colosso.

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