quarta-feira, 8 de abril de 2015

À deusa adormecida

Repousa, qual deusa, qual princesa adormecida
Jazendo além das areias, além do casario
Como que a sonhar um sonho de menina
Na chuva do inverno, e no verão do estio
Repousa, majestosa, distante e altaneira
Moldurando a paisagem santa e praieira.

Estendida, inerte, plácida e soberana
Um  corpo  a se banhar ao sol que nos aquece
Uma alma a compor um ser que nos emana
A sensação de prazer  que nos enternece
Estendida, a esperar pela clara  noite de luar
Pelas estrelas no céu, pela brisa que vem do mar.

Nem o tempo a extingue, nem o frio a abala
Nem a chuva a destrói ou mesmo a amedronta
Nem mesmo o vento que as folhas  embala
Lhe ousam  desafiar com a mínima afronta
Enquanto que atiças, senhora,  os meus dilemas
Senhora que inspira meus versos, meus poemas.

 Euclides Riquetti
08-04-2015





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