A greve dos
caminhoneiros mostrou aos brasileiros o quanto nosso (des) governo é incapaz de
lidar com crises. Não imagino que ele não tenha um serviço de informações capaz
de lhe adiantar o que poderia acontecer em caso de ocorrência de uma greve de
tamanha dimensão. Bons governos são assessorados por equipes muito competentes,
que, em vez de puxar o saco, orientam o chefe sobre o que pode acontecer e
quais as consequências do que acontece. Mas não dá mesmo para esperar alguma
coisa positiva de um grupo que chegou ao poder apenas para proteger seus
interesses e os de seus apaniguados.
E o descrédito
do Governo Temer é tão grande perante a população, que nenhum candidato que se
situe no “centrão” consegue decolar. O centrão é composto por políticos de
direita que fingiram, ao longo dos anos, serem de esquerda, para ficar bem com
o eleitor mais pobre. Primeiro, uns que se achavam inletectualizados, cheios de
teorias sobre política, economia e gestão pública, que aprovaram uma
constituição que eles agora veem como torta e desatualizada. Depois, foram se
acostumando com a vida boa e as vantagens de lidar com empreiteiras que prestam
serviços aos governos.
Uma pesquisa do
Instituto Data Folha do último final de semana, mostra que 72% dos entrevistados acham que a
economia piorou nos últimos meses. Bem, o Governo vinha comemorando dados de
inflação baixa, baixando, inclusive, os juros. Agora, toda a instabilidade
política ocasiona a alta do dólar e péssimas consequências em nós. Até a
palavra “indexação” chegou ser mencionada, termo em desuso há mais de 20 anos,
desde o advento do Plano Real.
Mas a pesquisa
mostra também a baixa popularidade de Michel Temer, que bate recordes encima de
si mesmo. Há poucos meses, ele se vangloriava de que a sua impopularidade era
resultado das medidas que colocava para votação no Congresso Nacional. Agora,
não tem como justificar. E o candidato que for apoiado por ele para Presidente
vai perder votos. Aliás, há estudos que mostram que o candidato que for apoiado
por Luiz Inácio herdará muito de seu capital eleitoral. E, como as eleições se
definem na hora da campanha, certamente que o candidato que o PT apontar terá
grande possibilidade de ir para o Segundo Turno nas eleições deste ano.
Numa greve,
poucos ganham e muitos perdem. Imagino que, em curto prazo, vamos perder muito
com ela. Mas é possível que, num ano, tudo seja superado e que voltemos ao
desejado crescimento econômico e, quem sabe, tenhamos melhores condições de
vida para todos os brasileiros. Que o tempo passe depressa, as coisas de
acalmem, e que nosso País não afunde de vez.
Euclides Riquetti – Escritor – membro da ALB/SC
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!