sábado, 16 de junho de 2018

Governo capengando e Brasil afundando


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       A greve dos caminhoneiros mostrou aos brasileiros o quanto nosso (des) governo é incapaz de lidar com crises. Não imagino que ele não tenha um serviço de informações capaz de lhe adiantar o que poderia acontecer em caso de ocorrência de uma greve de tamanha dimensão. Bons governos são assessorados por equipes muito competentes, que, em vez de puxar o saco, orientam o chefe sobre o que pode acontecer e quais as consequências do que acontece. Mas não dá mesmo para esperar alguma coisa positiva de um grupo que chegou ao poder apenas para proteger seus interesses e os de seus apaniguados.

       E o descrédito do Governo Temer é tão grande perante a população, que nenhum candidato que se situe no “centrão” consegue decolar. O centrão é composto por políticos de direita que fingiram, ao longo dos anos, serem de esquerda, para ficar bem com o eleitor mais pobre. Primeiro, uns que se achavam inletectualizados, cheios de teorias sobre política, economia e gestão pública, que aprovaram uma constituição que eles agora veem como torta e desatualizada. Depois, foram se acostumando com a vida boa e as vantagens de lidar com empreiteiras que prestam serviços aos governos.

      Uma pesquisa do Instituto Data Folha do último final de semana,   mostra que 72% dos entrevistados acham que a economia piorou nos últimos meses. Bem, o Governo vinha comemorando dados de inflação baixa, baixando, inclusive, os juros. Agora, toda a instabilidade política ocasiona a alta do dólar e péssimas consequências em nós. Até a palavra “indexação” chegou ser mencionada, termo em desuso há mais de 20 anos, desde o advento do Plano Real.

       Mas a pesquisa mostra também a baixa popularidade de Michel Temer, que bate recordes encima de si mesmo. Há poucos meses, ele se vangloriava de que a sua impopularidade era resultado das medidas que colocava para votação no Congresso Nacional. Agora, não tem como justificar. E o candidato que for apoiado por ele para Presidente vai perder votos. Aliás, há estudos que mostram que o candidato que for apoiado por Luiz Inácio herdará muito de seu capital eleitoral. E, como as eleições se definem na hora da campanha, certamente que o candidato que o PT apontar terá grande possibilidade de ir para o Segundo Turno nas eleições deste ano.

      Numa greve, poucos ganham e muitos perdem. Imagino que, em curto prazo, vamos perder muito com ela. Mas é possível que, num ano, tudo seja superado e que voltemos ao desejado crescimento econômico e, quem sabe, tenhamos melhores condições de vida para todos os brasileiros. Que o tempo passe depressa, as coisas de acalmem, e que nosso País não afunde de vez.

Euclides Riquetti – Escritor – membro da ALB/SC




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