O mês de junho,
ao contrário dos anos anteriores, em que as festas juninas eram o local
predileto para os políticos circularem em meio aos seus eleitores, terminou de
uma maneira bem diferente, com um pandemônio na área saúde no território
brasileiro e também na área política. Muita confusão na esfera federal, em
alguns estados e mesmo relativamente a alguns municípios. O drama da expansão
do novo coronavírus tem deixado as pessoas deprimidas, até desoladas. Por outro
lado, a cada dia que passa, mais pessoas saem às ruas, buscam a recreação, o
lazer, ou mesmo para cumprir os compromissos de trabalho. O crescimento do
número de óbitos e os casos confirmados como positivos após testagem nos
assustam.
Nos últimos
dias, o Presidente Jair Bolsonaro até que se comportou, foi comedido em suas
falas, demonstrou querer aderir ao jeito do “paz e bem”. Entusiasmado com a
possibilidade de nomear um Ministro da Educação altamente titulado, que
ter-se-ia doutorado na Argentina e feito pós-doc na Alemanha, militar da
reserva da Marinha, disciplinado, educado e bem-sucedido, ainda por cima de cor
escura, novidade num ministério composto por brancos, Bolsonaro era só
sorrisos. Num primeiro momento, um ou outro representante de alguma entidade
pôs reparos na escolha, coisa de política. Muitas entidades se mostraram
satisfeitas com a nomeação de Carlos Alberto Decotelli para o Ministério da
Educação, vago após a passagem de Ricardo Vélez Rodriguez e Abraham Weintraub. Eu
mesmo achei que, diante do currículo do cidadão e do seu semblante denotando
simpatia, após os comentários de líderes de entidades que, finalmente, a
educação estaria em mãos de uma pessoa muito séria, pois o Ministério em
referência é de uma estrutura muito complexa a ser administrada. Mais no campo
das ideias do que na estrutura física e na humana.
Mas a alegria do
Presidente e dos que achavam que iríamos passar a navegar num mar de calmarias
durou pouco! O fim de semana teve os meios de comunicação repleto de notícias
com sérios reparos ao currículo lates da nova Excelência. O ministro publicara
ter doutorado sem ter defendido tese, e o pós-doc não documentado, além de
outras falhas “muito feias”, até grosseiras. E mesmo plágios! E tudo foi
desmentido pelos reitores das universidades citadas pelo candidato. Agora, até
mesmo a FGV nega que ele tenha sido professor da mesma, e sim um professor
colaborador, tendo ministrado cursos sem ser professor efetivo nos seus
quadros, equivalendo a quase que um “ACT” na Educação Básica aqui em Santa Catarina.
Mas me parece difícil acreditar que uma pessoa que atue por décadas para a FGV
não seja considerado professor da mesma.
As justificativas fracas e a inconsistência do currículo, acabaram fazendo com
que ele pedisse demissão, sem mesmo ter tomado posse...
Esse tipo de
atitude de inflar currículos não é privilégio de Decotelli, pois tivemos
“inadequações” nas menções dos dois ministros que o antecederam, bem como da
Ministra Damares Alves e do Ministro Ricardo Salles. Ainda, andaram na mesma
conduta “equivocada” a ex-presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio de
Janeiro Wilson Witzel, o prefeito Marcelo Crivella, para citarmos os mais
famosos. Todos têm suas explicações, atribuem a falhas técnicas, a falhas de
assessores, mas, como é dito nessas ocasiões, “explica, mas não justifica”, um
falar muito adequado aos casos.
Porém,
pandemônio, mesmo, foi o que aconteceu aqui em Santa Catarina, na tarde da
terça-feira, 30, em que um violento vendaval varreu o estado, saindo de Oeste e
indo para a Leste, até o Oceano Atlântico, causando mortes e muitos danos a
edificações e à natureza. No Rio Grande do Sul a ocorrência de uma morte
estragos. Estragos também em cidades do Paraná. Repetiu-se o que já é histórico
aqui em Santa Catarina, em que eventos climáticos adversos acontecem quase que
sistematicamente, anormalidades que espalham o terror e o medo dentre os
catarinenses. Hoje, nossa Defesa Civil é bem preparada, emite sinais de alerta
da ocorrência desses fenômenos, as pessoas procuram se resguardar ou proteger,
mas a força dos ventos em tornados ou ciclones é devastadora. E, como dizia o
ex-prefeito de Herval d ´Oeste, Nelson Primo, já há três décadas, “depois da
tempestade vem... o conserto dos estragos”!
Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - em 04-07-2020
bolsonaro, é um psicopata perigoso e adora o caos. Na companhia de Guedes vai demolindo aquilo que FHC começou na década de 1990 (!/1/1995 - 1/1/2003).
ResponderExcluirA indicação do ministro da educação é apenas mais um triste episódio entre tantos. Não dá para esquecer da insistente indicação de Eduardo bolsonaro para a embaixada dos EUA. Quer coisa mais ridícula?
Os grandes responsáveis por isso são: O interesse do Império, a falta de caráter de nossos políticos, as instituições, (Congresso, STF, e um pinduricalho, "foro do contexto", que fez toda a diferença, chamado Lava Jato, comandado por um juiz e uma trupe de procuradores, orientados desde Washington, com o finalidade de destruir a Petrobras, nossas grandes empresas e tirar todo e qualquer protagonismo verde amarelo. Acrescente-se ainda a essa tragédia o trabalho incessante da mídia venal, da elite canalha, corroborado pela ignorância da classe média. Somando tudo isso, mais a devastadora ação do Covid-19 e a maneira como o governo federal se comporta, deu no que deu. Sobrou, impotência, desespero e vergonha.
Perdemos todo o respeito, duramente conseguido perante o cenário mundial. Basta ler qualquer jornal sério, de qualquer país, para entender o que estou dizendo. A reconstrução vai nos custar muito, e eu ousaria dizer, com essa gente que nos desgoverna será praticamente impossível.