Conterrâneo Aristides Cimadon
O ano era 1972. Havíamos concluído o curso equivalente ao atual Ensino Médio no ano anterior, na Escola Técnica de Comércio Capinzal, como Técnico em Contabilidade. Representávamos uma geração de trabalhadores, a maioria do serviço pesado. Eu trabalhava como frentista no Posto Ipiranga, de Capinzal. Antes, fora lavador de carros noutro, serviço que me causou uma pneumonia e interamento hospitalar por uma semana. Tínhamos que tomar algum rumo, mas todos tínhamos uma determinação: Deveríamos continuar a estudar.
Alguns colegas iriam para Florianópolis, outros para Curitiba. Muitos não queriam deixar a cidade, tinham conseguido empregos em escritórios contábeis ou em empresas e estavam com a vida pessoal encaminhada, não desejavam mudar de cidade. Cogitei estudar Economia em Lages, mas gostava de ler, de escrever, não tinha nenhuma definição ainda sobre o que cursar. Costumava ler biografias de grandes vultos nacionais e percebia que, a maioria deles, tinha formação jurídica ou em letras. Encantava-me. Queria ser como eles, queria escrever, compor poesias, contos, crônicas até.
Meu pai, Guerino, professor, disse-me que entre ser professor e economista eu deveria ser professor. Certamente que não ficaria rico, mas que ganharia o suficiente para me sustentar. Então, o professor Teófilo Proner ajudou-me na decisão. Disse-me que em União da Vitória havia a Fafi, onde eu poderia estudar Letras/Inglês. Foi na medida pra mim. Iria buscar meus fundamentos para escrever, iria conhecer novas pessoas e matar quem me matava: o Inglês. Eu era uma calamidade em Inglês. Mas fui.
Alguns dos colegas que permaneceram em nossa cidade também tiveram ótimas perspectivas: Em Joaçaba, distante apenas 35 Km, iria começar a funcionar um curso Administração de Empresas. Estavam criando, há quase a 4 anos, a FAJO, Faculdade de Admistração de Joaçaba. Começou com 9 professores. Foi a salvação da lavoura para aqueles jovens determinados e estudiosos. De nossa "Rio Capinzal" tivemos e exitoso colega Osvaldo Federle, o Machadinho, hoje um dos proprietários da Êxito Contadores. Começou na primeira turma, a de 1972. Mas, por falta de condução para locomover-se a Joaçaba, trancou matrícula e esperou o segundo semestre, quando também foram acadêmicos o Adauto Francisco Colombo e o Benoni Zóccolli (filho).
Esses foram os três primeiros acadêmicos de nossa cidade a fequentarem a FAJO, que funcionou nos dois primiros anos junto ao Colégio Marista Frei Rogério. Depois foi transferida para o Colégio Celso Ramos, na sequência para o Pavilhão Frei Bruno e para o Colégio Cristo Rei, onde permaneceu até a inauguração da sede atual.
O amigo Machadinho conta que o primeiro transportador de alunos para Joaçaba foi o Ludovino Baretta, popular Chascove, meu primo e compadre, com uma de suas Kombis. Depois o Zeca Almeida e um funcionário do Banco do Brasil, o Rogério, conhecido como "Desligado", comprou uma Kombi e continuou a realizar o serviço. Os custos de transporte eram bancados pelos próprios acadêmicos. A Rodovia Estrada da Amizade não tinha nenhuma pavimentação. Muitas vezes tiveram que empurrar as Kombis nos dias de barro. Ou desviar por Linha Sete de Setembro, aumentando em muito o tempo da viagem.
A Fajo foi transformada em FUOC, Fundação Universitária do Oeste Catarinense. Em 1992 já era transformada em Universidade do Oeste Catarinense e, em 1996, reconhecida como Universidade. O grande comandante de toda a sua evolução foi, sem dúvida alguma, o Professor e Doutor Aristides Cimadon. Coordenou toda a sua implantação. E, desde 2004 é seu Reitor. Tem mandato até 2016. É difícil imaginar a Instituição sem a figura do Aristides.
Na década de 1970 trabalhou como educador em Capinzal. Em 1978 ingressou nos quadros do Estado de Santa Catarina através de concurso, tendo obtido o primeiro lugar na área de sua formação. É um cidadão muito inteligente. Suas entrevistas, no rádio, seguem um extraordinário padrão didático. Ouvi-lo, é a mesma coisa que estar tendo uma aula.
Ingressei no magistério em outra área, no mesmo concurso. Cruzamo-nos muitas vezes em encontros da educação e nos jogos de futebol. É muito elegante no falar e tem elevado carisma. Quando ele saiu de Capinzal, preocupamo-nos, pois perdíamos um grande professor. Mas agora vemos que não foi uma perda, foi um ganho. Nossa região ganhou muito com ele. Só o campus da Unoesc em Joaçaba tem 6.000 alunos. E ele é um dos principais protagonistas da sua ascensão. Homens determinados implantaram a FAJO há 4 décadas. Sua semente foi a que proporcionou os melhores frutos para a nossa região. Permitiu que tivéssemos um grande impulso de dsenvolvimento. Graças a isso, hoje, nossa iniciativa privada é muito forte e segura, efetivamente, a economia da região, com excelência na qualidade dos serviços e produtos.
Euclides Riquetti
26-03-2013
Alguns colegas iriam para Florianópolis, outros para Curitiba. Muitos não queriam deixar a cidade, tinham conseguido empregos em escritórios contábeis ou em empresas e estavam com a vida pessoal encaminhada, não desejavam mudar de cidade. Cogitei estudar Economia em Lages, mas gostava de ler, de escrever, não tinha nenhuma definição ainda sobre o que cursar. Costumava ler biografias de grandes vultos nacionais e percebia que, a maioria deles, tinha formação jurídica ou em letras. Encantava-me. Queria ser como eles, queria escrever, compor poesias, contos, crônicas até.
Meu pai, Guerino, professor, disse-me que entre ser professor e economista eu deveria ser professor. Certamente que não ficaria rico, mas que ganharia o suficiente para me sustentar. Então, o professor Teófilo Proner ajudou-me na decisão. Disse-me que em União da Vitória havia a Fafi, onde eu poderia estudar Letras/Inglês. Foi na medida pra mim. Iria buscar meus fundamentos para escrever, iria conhecer novas pessoas e matar quem me matava: o Inglês. Eu era uma calamidade em Inglês. Mas fui.
Alguns dos colegas que permaneceram em nossa cidade também tiveram ótimas perspectivas: Em Joaçaba, distante apenas 35 Km, iria começar a funcionar um curso Administração de Empresas. Estavam criando, há quase a 4 anos, a FAJO, Faculdade de Admistração de Joaçaba. Começou com 9 professores. Foi a salvação da lavoura para aqueles jovens determinados e estudiosos. De nossa "Rio Capinzal" tivemos e exitoso colega Osvaldo Federle, o Machadinho, hoje um dos proprietários da Êxito Contadores. Começou na primeira turma, a de 1972. Mas, por falta de condução para locomover-se a Joaçaba, trancou matrícula e esperou o segundo semestre, quando também foram acadêmicos o Adauto Francisco Colombo e o Benoni Zóccolli (filho).
Esses foram os três primeiros acadêmicos de nossa cidade a fequentarem a FAJO, que funcionou nos dois primiros anos junto ao Colégio Marista Frei Rogério. Depois foi transferida para o Colégio Celso Ramos, na sequência para o Pavilhão Frei Bruno e para o Colégio Cristo Rei, onde permaneceu até a inauguração da sede atual.
O amigo Machadinho conta que o primeiro transportador de alunos para Joaçaba foi o Ludovino Baretta, popular Chascove, meu primo e compadre, com uma de suas Kombis. Depois o Zeca Almeida e um funcionário do Banco do Brasil, o Rogério, conhecido como "Desligado", comprou uma Kombi e continuou a realizar o serviço. Os custos de transporte eram bancados pelos próprios acadêmicos. A Rodovia Estrada da Amizade não tinha nenhuma pavimentação. Muitas vezes tiveram que empurrar as Kombis nos dias de barro. Ou desviar por Linha Sete de Setembro, aumentando em muito o tempo da viagem.
A Fajo foi transformada em FUOC, Fundação Universitária do Oeste Catarinense. Em 1992 já era transformada em Universidade do Oeste Catarinense e, em 1996, reconhecida como Universidade. O grande comandante de toda a sua evolução foi, sem dúvida alguma, o Professor e Doutor Aristides Cimadon. Coordenou toda a sua implantação. E, desde 2004 é seu Reitor. Tem mandato até 2016. É difícil imaginar a Instituição sem a figura do Aristides.
Na década de 1970 trabalhou como educador em Capinzal. Em 1978 ingressou nos quadros do Estado de Santa Catarina através de concurso, tendo obtido o primeiro lugar na área de sua formação. É um cidadão muito inteligente. Suas entrevistas, no rádio, seguem um extraordinário padrão didático. Ouvi-lo, é a mesma coisa que estar tendo uma aula.
Ingressei no magistério em outra área, no mesmo concurso. Cruzamo-nos muitas vezes em encontros da educação e nos jogos de futebol. É muito elegante no falar e tem elevado carisma. Quando ele saiu de Capinzal, preocupamo-nos, pois perdíamos um grande professor. Mas agora vemos que não foi uma perda, foi um ganho. Nossa região ganhou muito com ele. Só o campus da Unoesc em Joaçaba tem 6.000 alunos. E ele é um dos principais protagonistas da sua ascensão. Homens determinados implantaram a FAJO há 4 décadas. Sua semente foi a que proporcionou os melhores frutos para a nossa região. Permitiu que tivéssemos um grande impulso de dsenvolvimento. Graças a isso, hoje, nossa iniciativa privada é muito forte e segura, efetivamente, a economia da região, com excelência na qualidade dos serviços e produtos.
Euclides Riquetti
26-03-2013
Se o cidadão Aristides Cimadon, que não conheço, tem todas essas qualidades, e é acima de tudo muito inteligente, dificilmente aceitaria o cargo de ministro de Educação no desgoverno bolsonarop: primeiro, porque não conseguiria colocar em prática suas boas ideias. Esse time que está aí não permitiria, seria mais um ministro de fachada como Weintraub, Salles, Damares...coisa horrorosa!
ResponderExcluirSe quiser preservar sua biografia, não vá.