Resta uma semana para o dia das eleições que elegerão prefeitos, vices e
vereadores. O eleitor joaçabense tem quatro opções para prefeito, não há muitas
diferenças de níveis entre eles. Mamão foi prefeito duas vezes e busca nova
eleição. Dioclésio deseja reeleger-se e é egresso do mundo empresarial. Chico
Lopes já esteve interinamente no cargo. Mamão e Chico têm experiência
legislativa. Jorge Pohl tem experiência no serviço público, pois circulou na
Prefeitura e na SDR e se constitui forte liderança no meio empresarial. Agora,
cabe ao eleitor escolher qual será o prefeito para os próximos quatro anos.
Nosso município tem algumas carências. Somos virtuosos em alguns setores
e fracos em outros. Sistema universitário, médico e jurídico acima da média,
comércio diversificado. Nossas estradas rurais melhoraram muito na atual
administração. Tivemos perdas de empresas, não contamos com um distrito
empresarial, há deficiências na mobilidade e nem sequer temos um projeto de
contorno viário. Falta-nos o asfalto rural, estamos há tempos aguardando que o
aeroporto seja adequado e possa ter linhas de voos, não temos um posto de saúde
que possa, além da consulta, dar ao trabalhador os medicamentos receitados à
noite, ao menos os analgésicos, anti-inflamatórios e os antibióticos básicos.
Atendimento de excelência na UPA, conveniada, mas o cidadão precisa esperar o
outro dia para receber os medicamentos, a não ser que tenha dinheiro para
comprar em farmácia de plantão.
Não temos um projeto habitacional consistente capaz de reduzir o déficit
de moradias. Não temos mais estádio, o ginásio do bairro Santa Tereza não foi
inaugurado ainda, não temos uma “casa de dia” para os idosos ficarem enquanto
os familiares vão trabalhar, não temos um museu histórico-cultural, nossas
ações para o turismo não acontecem, embora tenhamos hotelaria e gastronomia
para fazer inveja a outras cidades. Pouca arborização, flores são raridade, os
rebaixos das calçadas para acessibilidade a cadeirantes são precários.
Rodoviária velha não sendo devidamente aproveitada e município pagando aluguel
de salas. Praça da Catedral não humanizada. Infraestrutura viária, turismo e
cultura são nossas principais fraquezas.
Revi, no
feriadão, o filme documentário produzido por Elias Zampirão sobre a história da
soja, “Legião de Pioneiros – 50 anos de Soja” aqui na região. Um primor de trabalho! Pesquisou
muito, entrevistou as pessoas certas, a maioria de Joaçaba e Capinzal. Traz-nos
um conhecimento histórico formidável sobre acontecimentos das quatro últimas
décadas do século XX. Acho que o joaçabense é mais um dos que é pouco
valorizado em nossa cidade em termos de cultura. Poeta, tem levado prêmios nos
eventos da Casa da Cultura Rogério Sganzerla.
A falta de um
museu histórico-cultural em Joaçaba nos coloca entre os últimos em termos de preservação cultural. Muitas
famílias ainda guardam objetos preciosos que poderiam ser expostos num museu.
Mapas antigos e livros também estão guardados em escritórios de casas de
famílias tradicionais. Precisaríamos de um lugar adequado para que todo o
material pudesse ser catalogado e exposto. No âmbito particular, Francisco Filipin
possui um museu com excelente acervo em seu Hotel Fazenda Pica-pau Verde,
localizado no acesso à Linha Abati.
Na semana
passada falei do bom exemplo que é a construção de calçadas pela CELESC em seus
terrenos no Nossa Senhora de Lurdes. Trabalho concluído, está melhor ainda!
O eleitor tem
uma boa gama de candidatos a vereador para escolher o que o represente na
Câmara. Mas há um percentual elevado deles que não conhece nem sequer a parte
mais básica da legislação eleitoral. Vamos ter uma câmara com maioria de
novos e isso é motivação para que lutem
até o fim da campanha para serem eleitos. Alguns que estiveram foram esperam
voltar.
Joaçaba é um
considerável arrecadador de impostos municipais, estaduais e federais. Buscar
dinheiro em Florianópolis e Brasília é dever dos políticos, pois as nossas
receitas correntes não chegam nem aos pés do volume de impostos aqui pagos e
cujo dinheiro fica, principalmente, em Brasília.
Então, é esperar
que os bons projetos constantes nos planos de governo dos candidatos sejam
efetivados nos próximos 4 anos. Ainda, não é vergonha um prefeito, depois de
eleito e empossado, utilizar as ideias que seus adversários ou mesmo prefeitos
de outras cidades sejam aplicadas à sua. Eu mesmo, quando em campanha para
prefeito, acompanhei a campanha do saudoso Dr. Vítor Almeida, em Capinzal, e
apliquei em Ouro. Copiar bons exemplos não é demérito!
Euclides Riquetti – Escritor
Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 06-11-2020
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