domingo, 8 de novembro de 2020

Nas turvas tardes de domingo

 



Nas inglórias e turvas tardes de domingo
Vem sol, vem chuva, e vem o sol de novo
E, enquanto o céu, de novo,  vai se abrindo
Minha alma arde em chamas, arde em fogo...

Nas turvas tardes de domingo, tão confusas
Corações estão sôfregos e despedaçados
Mesmo as mentes limpas ou aquelas sujas
Vão redesenhando as dores do passado...

E, enquanto as dores ferem a dor de morte
As mentes dóceis loucas  se embaralham
Mas os ânimos reacendem minha sorte
E as lenhas se repartem e se enfornalham...

Para queimar minha alma trôpega e carente
Para abrandar a ira de quem não compreende
Para dizer que minha alma sofre e sente
Porque você não me escuta nem me entende!

Euclides Riquetti

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