Nas inglórias e turvas tardes de domingo
Vem sol, vem chuva, e vem o sol de novo
E, enquanto o céu, de novo, vai se abrindo
Minha alma arde em chamas, arde em fogo...
Nas turvas tardes de domingo, tão confusas
Corações estão sôfregos e despedaçados
Mesmo as mentes limpas ou aquelas sujas
Vão redesenhando as dores do passado...
E, enquanto as dores ferem a dor de morte
As mentes dóceis loucas se embaralham
Mas os ânimos reacendem minha sorte
E as lenhas se repartem e se enfornalham...
Para queimar minha alma trôpega e carente
Para abrandar a ira de quem não compreende
Para dizer que minha alma sofre e sente
Porque você não me escuta nem me entende!
Euclides Riquetti
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