sábado, 26 de dezembro de 2020

2020 - Um ano pra nunca mais nos esquecermos dele

 


 


       O ano que está por se findar vai ficar sempre muito presente na memória das pessoas que habitam nosso Planeta Terra. Ainda antes de seu início, já ouvíamos notícias de que na China surgia um vírus batizado de Novo Coronavírus, o qual ocasionava uma doença gravíssima que foi denominada Covid 19. Matou milhões de pessoas no mundo e, no Brasil, chegaremos quase que a 200.000 mortes por causa do vírus letal.
       Ao final da primeira quinzena de março, os brasileiros entraram em polvorosa, pois começaram a noticiar casos de infecções e mortes em nosso País. Aqui na região, começaram a editar decretos tanto e Estado quanto os municípios. Em nível nacional, querelas feias entre o Presidente da República, que dizia que o que estava acontecendo não passava de mais uma gripezinha. Confrontos com governadores, em especial com João Dória, de São Paulo, e mesmo com o STF -Supremo Tribunal Federal. Na verdade, a bagunça que começou lá atrás, persiste até hoje.
       O ministro da Saúde, Luiz  Henrique Mandetta, vinha se tornando a estrela dos acontecimentos, foi substituído por outro e depois por outro. E ninguém conseguiu resolver nada, até porque os outros países também não resolveram, e agora estão assustados porque o vírus, modificado, começa a dar grandes preocupações a partir do Reino Unido. No Brasil, os índices de contágio e de mortes vinham caindo, falava-se que era para continuarem com os cuidados, pois uma nova onda poderia surgir. No entanto, a primeira onda se prolongou e, no momento, ao findar o ano, a situação está gravíssima.
       Santa Catarina parecia ser um estado exemplar na tomada de medidas para amenizar a situação da pandemia, e quando tudo parecia ir para a normalidade, começaram a surgir muitos novos casos. As UTIs e as alas covid dos hospitais passaram a ficar lotadas, pacientes da nossa microrregião passaram a ser internados em outras, e tudo foi piorando. E continuamos a perder amigos e conhecidos.
       Para uma grande parte da população, parece que nada está acontecendo. Continuam reunindo-se em bares e outros pontos de reunião em busca de lazer, as transmissões do novo coronavírus acabaram por se acelerar, os mais jovens levam o mal para casa, as pessoas mais frágeis, idosas, ou com comorbidades começaram a passar mal e muitos perderam e continuam perdendo suas vidas.
       Acompanho as estatísticas, a situação de cada dia, e aquilo que nos trazia otimismo, agora nos traz a desesperança e as preocupações. Joaçaba e cidades circunvizinhas estão no alerta gravíssimo e assim estão quase todas as regiões e Santa Catarina. Enquanto isso, a busca, no mundo, por vacinas que possam trazer tranquilidade às populações. E, em nosso País, vergonhosamente, os políticos agindo irresponsavelmente e o judiciário ajudando a dificultar as coisas. Em alguns países as vacinas já estão sendo aplicadas. No Brasil, nenhuma delas, até o início desta semana, havia sido liberada dela ANVISA. Acompanhei muitos casos de reclamações, nos últimos 20 anos, pela demora daquela agência em aprovar o uso de medicamentos aqui no Brasil que já estavam aprovados e em produção em muitos países. Aqui, parece que sempre precisamos ser mais cautelosos do que em lugares onde a tecnologia e o conhecimento resultante de pesquisas estão muito à frente de nós. Claro que uma vacina que tem gerado tantas expectativas precisa de uma análise muito profunda para ser aprovada.
       Enquanto na Europa pessoas idosas estão sendo as primeiras a tomarem as vacinas, aqui em São Paulo, o mimado governador João Dória convidou os ex-Presidentes da República para serem os primeiros a tomarem a Coronavac, vacina chinesa que será produzia pelo Instituto Butantã, de São Paulo. Fernando Henrique Cardoso está disposto a tomar. José Sarney pediu que a enviem para Brasília que ele toma lá. Lula não respondeu ao convite e Fernando Collor teria dito que não tomará. Ora, por que não fazer a primeira aplicação num profissional da saúde, alguém que está lidando diretamente com os doentes, sujeito a morrer, como muitos já morreram?
       Aqui em Santa Catarina, na região de Presidente Getúlio, houve a ocorrência de chuva concentrada na semana passada, sendo que até a segunda-feira, havia a confirmação de 20 mortes, infelizmente, por causa das inundações e alagamentos. O Exército Brasileiro está presente no local, auxiliando a Defesa Civil e os órgãos de saúde, para que se possa ter, muito rapidamente, caráter de normalidade nas cidades atingidas. O Brasil precisa, sempre, de ações efetivas no combate aos eventos adversos e menos politicagem.
       Que venha o novo ano com menos problemas e que as novas administrações municipais possam retribuir às populações dos municípios tudo aquilo que receberam em forma de votos.
Tenhamos, todos, um Bom Natal e um Venturoso Novo ano de 2021.
Euclides Riquetti – escritor –

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 25-12-2020 - edição especial

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