Gostou do
título? Entendeu? – Pois leia tudo e poderá entender o que estou querendo
dizer.
Nas eleições à
Presidência da República e Governos Estaduais em 2018, a maior dor de cabeça da Justiça Eleitoral
deu-se na lida com as falsas notícias, as tais de Fake News. E sabe que as
expressões pegam? Aliás, a língua inglesa, o American English ou o British English têm ocupado a mente e despertado o
interesse de grande parte dos brasileiros. E, aprendidos alguns termos, passam
a ser usados conforme a conveniência das pessoas. Até parece que a linguagem
estrangeira é chique e a nacional é brega, para alguns. Antigamente, era chique
saber falar em francês...
Pois dia desses
um familiar meu estava muito revoltado porque falam em “drive thru”, que é a
corruptela do drive through, que adotaram posteriormente ao “drive in” dos
cinemas em estacionamento de carros ou de grandes restaurantes pelo mundo
afora, onde as pessoas podiam ver o filme numa tela enorme a partir de dentro
de seu próprio carro. E, muitas vezes, saboreando delicioso lanche e,
possivelmente, fazendo uns cortejos à namorada... Mas o que deixou muita gente
intrigada, inclusive o Presidente da República, foi o lock down. Foi coisa de dar knock down em muitos
comerciantes brasileiros, principalmente os do ramo de alimentação, que tiveram
que se salvar nas vendas em delivery. Eu também adoro comprar barato em
outlets.
Meu pensamento é
o de que as pessoas precisam cuidar-se muito, ter todos os hábitos de higiene
recomendados, manter-se em constante desinfecção. Não vejo vantagem em se fazer
o fechamento dos estabelecimentos, mas sim a adequação deles para que possam
oferecer seus produtos ou serviços à população com a devida segurança
sanitária. Vejam que as pessoas andam nos ônibus e vans, mesmo que com lotação reduzida, respirando o mesmo tipo de
ar. Então, por que, então, num estádio de futebol com capacidade de 20.000
pessoas não se liberassem para que 5.000 pudessem ver os jogos presencialmente,
ou seja, 25 por cento da capacidade de público. Há diversas outras situações
que podem ser utilizadas como termo de comparação.
Mas todo esse
introito é proposital para chegar onde eu quero: falar de uma modalidade de
ação de comunicação que, legalmente, poderá prosperar nas próximas campanhas
políticas. Se a Justiça teve dificuldade para encarar, julgar e condenar os
emissores de “fake news”, imagine, leitora, leitor, como será difícil tentar
incriminar alguém por usar a nova modalidade que estará em crescimento, a das “Spark
News”. Os marketeiros (mais uma herança estrangeira), os que fazem as
propagandas dos candidatos, se habilidosos, poderão debelar as candidaturas adversárias lentamente, com
“spots” nada falsos, ou pequenas mensagens ou notícias que massificarão as
mentes e as induzirão a concordar com o
que meu candidato quer que eu pense do outro.
Spark News
seriam as notícias “fagulhas”, ou faíscas, que são muito rápidas, mas que
queimam, que brilham, que podem causar estragos lentamente, mas com o mesmo
efeito que “a apark on gasoline”, ou uma faísca na gasolina. Imagine, então, as
pessoas armazenando notícias agora, ditas por alguém, repetidas e
retransmitidas, mas que têm autor conhecido. Pode ter sido uma breve fala de um
Ministro do STF, do Renan Calheiros, do Neymar Júnior, de um neo-famoso big
brother, do balconista da padaria, do Lula, do Dória, dos filhos do Bolsonaro,
de Dona Narizinho, daquele Bonemer que
comanda um jornal televisivo e historicamente tendencioso.
É muito fácil
você detectar e constatar as spark news do dia-a-dia no meio político,
econômico e jornalístico. Uma notícia verdadeira é lançada, repercute, causa
estragos, quem fala pode voltar atrás, age diferente do que pretendia, mas o
estrago fica feito. No outro dia, já se tornou fagulha que fulminou, vem outra
em seu lugar, e você nem lembrará de que
ela existiu. Então, uma afirmação sua, se usada habilmente por um comunicador
que sabe manipular a frágil mente humana, poderá usá-la como arma contra você. Muitas
notícias são plantadas estrategicamente para se verificar o seu efeito.
Conforme a conveniência, são desmentidas ou realinhadas, ou mais claramente
explicadas. No futebol usam: Jogador tal é especulado no clube tal... É o
“agente” do jogador que está querendo arrumar um contrato para seu jogador, que
poderá ficar desempregado se não houver quem o contrate. Planta notícias na
mídia, diz que há diversos clubes da série A ou B interessados, mesmo clubes da
Europa ou da Ásia, ninguém se interessa pela figura perneta, que só foi
promovida à custa de bons amigos na mídia ou bom dinheiro na mão de alguns
jornalistas venais.
An essay about
spark News significará “Um ensaio sobre notícias-fagulha”, onde procuro mostrar
como podem funcionar as notícias que não passam de faíscas mas que, somadas,
podem causar grandes avarias.
Euclides Riquetti – Escritor –
Publicado no Jornal Cidadela –
Joaçaba – SC – em 23-04-2021
A língua inglesa em tempos de globalização traz à baila a análise da difusão mundial do inglês e as implicações desse fenômeno na vida diária dos indivíduos comuns.
ResponderExcluirGostemos ou não, há que conviver e se submeter a ela: trabalhar, estudar, se comunicar... não tem como prescindir disso...Como diz um amigo meu "A colônia tem que aprender a língua da metrópole".
Sobre as fake news, que você disse ser muito fácil detectar, faço uma ilação com a Operação Lava Jato, seu juiz Sérgio Moro, seus procuradores, imprensa, e o pior, todas as nossas instituições.
Boa parte da população ainda não descobriu que aquilo era uma mentira deslavada, e alguns nem querem entender.
Entendo que a coisa não é tão simples assim. A mídia brasileira é do pensamento único, basta analisar os acontecimentos nacionais dos últimos cinco anos.
A forma como colocaram, diuturnamente, suas verdades, seu enredo - (spark news) - foi criminoso..., digno de Goebbels.
Apesar de tudo, muitas vezes, tenho que concordar com o grande Ariano Suassuna que disse: "NÃO TROCO O MEU 'OXENTE' PELO 'OK' DE NINGUÉM. Então, aprender inglês, sim, é uma necessidade, mas cuidado com os excessos: tem muita coisa que não precisa ser mudado...