domingo, 18 de abril de 2021

O que planejar agora para o pós-pandemia?

 



       A vida dos empresários e de todos os trabalhadores da cultura e do turismo e dos transportes coletivos tem sido das piores durante os tempos da pandemia do novo coronavírus, que causa a doença Covid 19, a qual tem feito milhões de vítima em todo o mundo. São setores interligados e os que mais sofreram com as restrições impostas pelos decretos dos governadores e dos prefeitos em todo o Brasil. Cidades que dependem apenas do turismo são as mais atingidas. E, embora não pareça, mesmo em nossa cidade há muito empresário e trabalhador penando pela impossibilidade de realizar eventos. Os transportadores de estudantes ficaram praticamente um ano parados, sem renda, e com as prestações de seus veículos vencendo.

         Nosso Estado, num todo, conseguiu resultados animadores em sua economia, mesmo com as adversidades. O setor da agricultura e da pecuária, mais sua industrialização, foram os que protagonizaram os melhores resultados e ajudaram a nos salvar. A construção civil, com o consumo de muita mão-de-obra e materiais, foi um dos setores que se mantiveram aquecidos.

       As pessoas em geral, de uma forma ou de outra, conseguiram criar alguma coisa, ou trabalharam na força e na coragem, mesmo com as fortes campanhas do “fique em casa”.  Porém, artistas e montadores de equipamentos para espetáculos, todas as equipes de retaguarda de shows, ficaram sem renda, pois dependem da presença de público em seus eventos. Os próprios clubes de futebol estão penando, salvando-se apenas na publicidade e nas contribuições de seus associados. Restaurantes tiveram sensível redução de frequentadores e nem todos conseguem praticar as atividades em formato delivery. Casas de lanches, estas sim, com seus motoboys fazendo entregas em domicílio, faturaram bem. Mas tudo isso vai passar. Hotéis nas cidades turísticas sofreram grandes revezes. A crise sanitária  não passou na última primavera, em setembro do ano passado, como se esperava. Veio e foi-se o verão, estamos no outono e as expectativas, no território nacional, são sombrias. Sendo o aniversário de nossas cidades comemorado em final de agosto, há a sugestão que se estabeleça uma programação comemorativa que se estenda pelo mês de setembro. Programar e que as contratações tenham cláusulas rescisórias em caso de a situação sanitária não melhorar.

       O início da vacinação contra a Covid 19 foi retardado e agora está lento. O próprio Instituto Butantan, maior produtor de vacinas, teve que interromper sua produção por falta dos insumos que devem ser trazidos da China, país que está priorizando, primeiro, salvar os seus. Muitas querelas políticas, excessiva judicialização, notícias falsar, muita opinião controversa, desencontros de informações, por interesses particulares ou mesmo por falta de competência, estão ocasionando mortes e distância das soluções. Mas depois que tudo isso estiver acabado, certamente que teremos dados e informações que nos permitirão ver quem errou mais ou quem acertou mais. Por enquanto, nem se sabe em quem acreditar!

       Então, agora, com a esperança de que, mesmo com atrasos, a vacinação ajude a reduzir a transmissão do vírus letal, precisamos planejar ações de recuperação dos setores mais afetados de nossa economia, para recomposição da renda dos que mais precisam, dos que mais perderam até agora. Imagino que em setembro nossa vida esteja próxima de seu normal, aquele normal que nem sempre valorizamos, em que éramos felizes e não sabíamos. Vejo que os empresários, estimulados pelo SEBRAE, estão se propondo a realizar ações para a melhoria da economia. O setor público, que é o que costuma ser mais lento na arrancada, precisa se programar também, não se pode pecar por excesso de zelo. Alguns eventos já estão sendo agendados, a exemplo da Gera 2021. Claro que, adiante, se necessário for, se realinhem posições, se corrijam os rumos, mas a população precisa sentir que seus líderes estão acreditando em dias melhores.

       Os dados oficiais nos mostram que a situação está melhorando no Oeste e no Meio-Oeste Catarinense. Precisamos continuar com os cuidados recomendados pelas autoridades sanitárias, termos a sorte de que não faltem vacinas para que a transmissão do vírus possa regredir e os hospitais tenham vagas para que as pessoas possam ter o melhor atendimento possível. Um ponto positivo da semana foi que Joaçaba vacinou idosos a partir de 65 anos ainda na segunda-feira, enquanto que algumas outras cidades vacinaram este grupo apenas na terça.

       Fato positivo do início da semana foi a determinação da Governadora Interina Daniela Reinehr de que sejam acionados todos os meios possíveis para que o dinheiro pago pelos tais respiradores, ao custo de R$ 33.000.000,00 sejam devolvidos. Nessa, Moisés foi muito devagar. Alíás, a Governadora começou a substituir os secretários que auxiliavam o Governador afastado Carlos Moisés. Imagino que esteja confiante de que acabará ficando efetivada no cargo. Os empresários catarinenses estão pressionando para que o julgamento de Moisés ocorra o mais rápido possível. Não poderemos continuar na incerteza, pois isso prejudica Santa Catarina em todos os sentidos. Aguardemos e veremos todos os desdobramentos do caso.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Um comentário:

  1. Realmente a vida dos empresários e principalmente a dos trabalhadores vai a reboque. A dos empresários pelo vírus e pela falta de políticas adequadas; a dos trabalhadores, primeiro, pela destruição vergonhosa de seus direitos, pelo vírus e também por completa falta de políticas que os incluam.
    O golpe de 2016, perpetrado por uma assembleia de bandidos: Cunha,Lava Jato, mídia, STF, Forças Armadas, Fiesp..., dirigidos por Washington, destruíram tudo Aquilo que podemos chamar de Nação: as instituições primeiro, nossas grandes empresas (Petrobras, Odebrechet...), os direitos do trabalhador, a auto estima do cidadão. Esse foi o resultado primeiro, da demonização da política, tão bem executado pelo STF (Lava Jato), Forças Armadas, mídia, oligarquia dominante... tudo com a bênção da classe média completamente alienada. Nos legaram um País dividido cheio de ódio e desamor.
    Entendo então, que o problema do Brasil não é só a pandemia, é a sua completa falta de rumo, a falta de um projeto nacional que nos inclua a todos.
    Enquanto esse projeto neoliberal estiver em vigor, mesmo que o vírus seja vencido, o Brasil continuará descendo a ladeira como deseja o Tio Sam.
    O virus é uma verdadeira tragédia, mas, se olharmos bem, nos dá uma oportunidade única de repensarmos o nosso viver: o modelo capitalista que com seu individualismo, sua ganância destrói o meio ambiente, concentra riquezas e produz o indesejado mundo miserável que vivemos.
    Não podemos continuar sob o mesmo modelo: Crescer, lucrar, viajar, destruir...A contrapartida será consumir menos, viajar menos, lucrar menos, regenerar os ecossistemas e permitir que Pacha Mama respire e se regenere para que nós, simples espécie como todas as outras, possamos viver e conviver até com o vírus...
    Isso faz me lembrar a canção de Chico Buarque:
    APESAR DE VOCÊ
    AMANHÃ HÁ DE SER
    OUTRO DIA...

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