O médico brasileiro e a egípcia afrontada...
Uma vez, já faz
tempo, referi-me à mulher, no “Blog do Riquetti”, que atingiu nesta semana
1.000.000 de páginas visualizadas, que é bastante se considerarmos que seu
conteúdo é mormente literário, com poemas e crônicas, um mini texto: "A mulher foi concebida naturalmente
tão perfeita, que se fosse um árvore e perdesse as flores ainda continuaria
charmosa; se perdesse as folhas, tornar-se-ia um
corpo sublime; se perdesse os galhos, permaneceria sendo mulher; se
lhe tomassem as raízes, restaria como um anjo, divina, flutuante, elegante,
frágil mas forte, exalando amor e esperando respostas.
Almas não se destroem: recompõem imagens, corpos, seres. Mulheres serão sempre
perfeitas. Mulheres serão sempre mulheres, acima de tudo. E de todos!"
Pois bem, nas duas últimas
semanas, três mulheres foram gravemente e covardemente apedrejadas por brasileiros indecentes: Nisi Yamaguchi,
médica, doutora em oncologia, por suas posições em relação ao tratamento
precoce contra a Covid 19; uma funcionária da CBF, por Rogério Caboclo,
presidente da entidade máxima do futebol brasileiro; e uma vendedora egípcia,
afrontada pelo médico Victor Torrentino.
A médica Nisi Yamaguchi, ao ser
inquirida na CPI DO Senado, que trata
dos impactos da Covid 19, principalmente por dois crápulas deselegantes e
autoritários, Omar Aziz, presidente da Comissão, e Renan Calheiros, relator,
foi fortemente humilhada porque, na condição de convidada, não lhes dava as
respostas que queriam obter dela. Vi outros “interrogatórios” que fizeram
contra os homens que lá estiveram, na condição de interrogados ou de
convidados, mas ninguém foi tão humilhado como a oncologista, porque tem
posições favoráveis ao tratamento precoce contra a Covid. Otto Alencar, senador
bahiano, que é médico, então, passou-se. Arrogante e mal-educado, procurou
situar-se como o “sabe tudo” sobre comportamento de vírus. Mas não seja por
isso, pois vangloriar-se é bem do tipo dele. Nem sequer deixava a médica
formular suas respostas, ofendendo-a constantemente. Ridículo! Antiético e
abestalhado, vai sofrer processos em razão disso, aguardem! Uma outra médica
interrogada, por ter posições semelhantes às da maioria inquisidora, quase foi
alçada ao altar!
No Egito, um médico brasileiro, radicado
em Porto Alegre, que se diz “influencer”, pode ser considerado um péssimo
exemplo para todos e deveria ser banido de sua atividade profissional, pois, ao
falar com uma vendedora, teve a cara de pau de falar obscenidades à moça, em
língua portuguesa, sendo que a mesma, sem entender nada do que ele estava
falando, gentilmente lhe sorria. O safado, de nome Victor Torrentino, gravou um
vídeo de suas falas e postou em seu Instagram. Covardia linguística e moral,
pois usou-se do fato de ela não entender as bobagens que ele falava para fazer
graça entre seus possíveis seguidores. Levou ferro, merecidamente, pois foi
denunciado e acabou preso no Cairo pelo assédio verbal à vendedora muçulmana. A
ação de sua família, brasileira, e um bom advogado, com os pedidos de desculpas
da família e do próprio médico, ocasionaram a sua liberdade. Mas foi feio para
nós e mais feio ainda para ele, um inconsequente e antiético. A insinuação
sexual é crime no Egito.
No ambiente interno da CBF, o seu presidente Rogério Caboclo está sendo
acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária, o que levou ao seu
afastamento, por trinta dias, do seu cargo, sendo substituído por seu vice. Vídeo
divulgado amplamente foi a prova encontrada para o afastamento dele. A ele,
cabe o direito de se defender. Mas o que ele fez com sua cerimonialista é
absolutamente condenável. Aliás, a CBF há muito tempo está comportada numa
caixa preta, em que já se verificou corrupção e desmandos.
As agressões contra as mulheres, na
forma física ou verbal, são condenáveis pela sociedade e passíveis de punição
pela Lei. Humilhar pessoas, em qualquer situação ou nível, é atitude
deplorável. Costumo asseverar que as mulheres são agredidas por assédio físico,
moral ou sexual quando estão em situação de inferioridade física ou
hierárquica. Em ambos os casos o agressor se reveste de covardia. E, a
verdadeira mulher, de bom caráter, faz a denúncia contra seu agressor. Faz
porque assim tem que ser e porque não deve aceitar a humilhação, diferentemente
de algumas oportunistas que usam o expediente do envolvimento com famosos para
se promoverem e ganharem dinheiro.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Meu respeito ás mulheres, sempre. Agora, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A CPI pode ter sido "arrogante, áspera" com a médica do "gabinete paralelo", a que não sabe a diferença entre protozoário e vírus, no entanto, defende o uso da cloroquina no tratamento contra o Covid-19, quando o mundo inteiro da ciência diz que não há nenhuma eficácia contra o vírurs.
ResponderExcluirA hora que quebrar o sigilo destas ´pessoas ficará bem claro quais os seus interesses: encher o bolso, não importa as consequências. Por isso o medo do "capo maior". Se o serviço for bem feito seu destino será a Papuda. Lá é o seu lugar, de seus filhos e da camorra que o cerca.
A CPI, digo mais uma vez, pode dar em nada, mas o desgaste dessa quadrilha será irreparável. Só se seguram tutelados pelos generais de cofre cheio.
Concorde, está cada vez mais difícil defender esse (des)governo: 500 mil mortos na pandemia onde, pelo menos, 140 mil não teriam morrido se houvesse atuação correta das autoridades competentes - desemprego, fome, desindustrialização, destruição do meio ambiente, entrega do patrimônio público, destruição das conquistas trabalhistas, sociais. Luz, água, gasolina/diesel/gás, alimentos com o preço nas alturas. A inflação voltou e desde o começo nunca houve um plano mínimo de governo. Infelizmente mergulhamos o país no abismo. Faz tempo que acompanho a política, desde a eleição de Jânio Quadros. Nunca vi um governo praticar com tanto gosto a necropolítica (conforme o filósofo, historiador, teórico políticvo Achille Mbembe constata em seus estudos).
Por isso perguntamos: Quem matou Marielle? Aí sim é a profunda falta de respeito, com a mulher também. A propósito, Witzel, que também não é flor que não se cheire, na sua participação nesta CPI, hoje, quase falou o nome da figura.