Vem aí mais uma
reforma do Ensino Médio. Vai se aproximar daquilo que foi instituído pela Lei
5692 em 11 de agosto de 1971. Em 1972, no meu primeiro ano do curso de
Letras-Inglês da Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras,
de União da Vitória Paraná, participei de um curso extra com 240 horas de
estudos sobre a nova Lei, e as ações e atribuições do Conselho Federal de
Educação. Foram muitas horas de estudo, trabalho e debates. Na época, também,
experimentamos a mais importante reforma ortográfica da nossa Língua Nacional. Também
mergulhei nos estudos do Inglês, da Linguística, da Gramática Construtural, do Português e suas literaturas, do latim, da
Literatura Inglesa e da Norte Americana. Professores excelentes, aulas durante
quatro anos todas as noites e todas as tardes de sábado, presenciais. Paralelamente,
curso de Inglês em três estágios no Instituto de Idiomas Yázigy. Tudo isso me
deu o norte para a atividade laboral como professor e, mais recentemente,
escritor.
Na época, foram
instituídos os cursos de Primeiro Grau, abrangendo os estudos da primeira à
oitava série, para crianças e adolescentes de 7 a 14 anos. E o Seguindo Grau
para os jovens de 15 a 17 anos, com a previsão de que se ingressasse nas
universidades a partir dos 18 anos. Adiante, uma reforma passou a tratar o
Ensino básico como Fundamental e Médio. Muda a nomenclatura, mas não mudam as
maneiras de se educar. Avança-se em alguns pontos, retrocede-se em outros!
Também instituiu-se o nono ano (já deixamos de ter séries) porque se entendeu que mais anos na escola
haveria mais aprendizagem pelos alunos. Há controvérsias!
Com relação ao
Ensino Médio, há 5 décadas começamos com o Núcleo Comum e com a parte
diversificada. Depois retrocedemos, ficamos com uma pluralidade de situações
que não ajudaram muito. Agora, com outros nomes, volta-se praticamente ao que
era antes, mas agora com a possibilidade de o aluno buscar uma linha de estudos
que vai da educação geral à profissional. Dias desses, o ministro da Educação falou
que deveriam haver menos faculdades e mais cursos técnicos. Alguns jornalistas
quiseram explorar isso contra o Ministro, mas foram vencidos pelas evidências.
Ele citou o exemplo da Alemanha, em que o jovem cursa até o equivalente ao
nosso Ensino Médio (antigos Colegial e Segundo Grau), e então é contemplado com
sua carteira de trabalho e pode buscar empego. A fala do Ministro é a mesma que
um empresário de Joaçaba, há mais de uma década, Luiz Wieser, me falou. Também
outros empresários de origem germânica já me falaram sobre isso.
Minha opinião é
a de que em vez de criarem o nono ano para o Fundamental, deveriam ter criando
o Ensino Médio de 4 anos, ideia que já surgiu no passado e que não vingou. Aí,
sim, o estudante em básico de ensino
médio poderia ter os dois primeiros anos especificamente na formação geral,
como o antigo Científico e nos dois seguintes ele poderia ter a parte
diversificada. E, o que pretendesse seguir uma carreira não técnica, mais
ligada às ciências humanas, teria os dois últimos anos com preparação para a
vida acadêmica no curso que escolhesse frequentar.
Em 2022 os
alunos passarão, gradativamente, por mudanças que se concluirão em 2024. As
atuais 2.400 horas do curso passarão para 3.000 horas. Dessas, 1.800 serão reservadas para as disciplinas
obrigatórias da Base Nacional Comum Curricular e 1.200 para os itinerários de
formação, que é o termo que passará a ser usado em substituição à antiga “parte
diversificada”, sendo que cada escola deverá oferecer pelo menos uma das
seguintes opções de itinerários: a) Linguagens e suas Tecnologias; b)
Matemática e suas Tecnologias; c) Ciências da Natureza e suas Tecnologias; d)
Ciências Humanas e Sociais aplicadas; e) Formação Técnica e Profissional. Guarde
isso, leitor: “Itinerários”. Você vai ouvir muito esta palavra doravante!
Não vou entrar
em detalhes de como serão operacionalizadas as aulas e seus horários e períodos
de estudo, pois isso ainda demandará muita assimilação pelos gestores da
Educação. Mas, para professores e gestores que tiveram que se adaptar
rapidamente à realidade das aulas virtuais ou das híbridas, será bem mais fácil
fazer isso. E, quem sabe, consigam despertar um maior interesse à classe
estudantil, pois a evasão escolar sempre foi uma realidade, agora acentuada
durante o período da pandemia da Covid 19.
Perguntar não
ofende: Dizem os jornalistas que o STF é uma pedra no sapato de Jair Bolsonaro.
Não seria ele, também, uma pedra nos
sapatos dos ministros do STF? Ainda: Se Roberto Jefferson tiver preservados
seus direitos políticos, agora trabalhando para se tornar mártir, não se
tornará ele um novo “Enéias”?!
Euclides Riquetti- Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Concordo com boa parte do teu discurso, naquilo que discordo tentarei explicar meu pensamento: também entendo que a principal preocupação do MEC deve ser o ensino básico e o médio/profissionalizante. Agora, afirmar que o ensino superior deve ser para poucos é algo completamente reprovável. O Brasil é muito grande (área, recursos naturais, população...) e não pode pensar pequeno sob pena de ser engolido pela tirania do Norte.
ResponderExcluirO que nos mata é esse eurocentrismo crônico "o que é nosso não. presta e o que fazemos está errado". Faz mais de 500 anos que estamos copiando, primeiro a Europa, agora os EUA. Basta! Precisamos urgentemente pensar ao invés de copiar, fazer aquilo que Simón Rodriguez já dizia no século XIX, quando, junto com Simón Bolivar, pensava a educação da Pátria Grande.
O Brasil precisa prestar atenção à sua realidade - muitas vezes aquilo que é bom para a Alemanha não é bom para o Brasil. Não quero dizer com isso que devemos virar as costas para outros que já fizeram. O que quero dizer é que precisamos valorizar primeiro aquilo que é nosso.
Você disse: perguntar não ofende. Então, pergunto: ^dá para acreditar no ministro da Educação desse hediondo governo. Eles não têm projeto nenhum para o Brasil, apequenam e matam todo dia nossas esperanças. Até quando?