terça-feira, 1 de março de 2022

Política é paixão, política é interesse!




      No Brasil, a política e o futebol sempre foram pautados na paixão. Por ela, e em consequência dela, as pessoas se ofendem, se agridem, até se matam. Com o futebol a situação não é muito diferente.

       As pessoas, desde a sua infância, convivem com a política primeiro  em sua casa, depois junto aos amigos, começam a ter a cabeça feita no Ensino Médio, e já têm um lado definido ao saírem da Universidade. O cidadão vai defender uma ideia, uma tese, uma ideologia, conforme é direcionado pela paixão ou pela influência externa. Com o futebol, o caminho é mais curto, o ser já sai vacinado de sua casa.

       A paixão cega as pessoas. O ser se vê envolvido e age além de suas convicções. Ofende, briga, bate. É ofendido, encrenca-se, apanha. Mas não se entrega! Na política, como no futebol, a paixão está muito presente. Todos dizem ter razão, o lado que defendem é o melhor, quem pensa diferente é bandido e precisa ser banido. Porém, o mundo real não é bem assim.

      Política e futebol ocupam os maiores espaços nos meios de comunicação. Com os anos, as páginas policiais e os noticiários “mundo cão” foram conquistando grandes espaços e captando, com maestria, a atenção do videota e do leitor.

       Nossos noticiários de rádio e TV, a imprensa escrita e a digital, tudo se divide, no presente momento, entre o desastre ambiental ocorrido em Petrópolis e o conflito entre a Rússia e os Estados Unidos. A envolvida é a Ucrânia, mas a queda de braço acontece entre o presidente Russo Putin e o estadunidense Joe Biden.

       Com relação a Petrópolis, infelizmente, as perdas de vidas humanas. O abalo, a tristeza, o desespero dos que buscam encontrar os corpos de familiares desaparecidos. E a natureza cobrando a conta pelos maus tratos dos anos. Adianta criticar? – O que precisamos é tirar lições para evitar que os desastres não ocorram em outras cidades, menores ou maiores.

       Em se tratando da encrenca entre Biden e Putin, o Poder Bélico e o Econômico fazendo sua costumeira confusão, bastante teatro e ostentação, de ambos os lados. Olhando-se para o lado dos estados Unidos, lembremos que sempre que um presidente não está com grande popularidade por lá, ele arruma uma guerrinha entre um cliente que compra suas armas e um suposto inimigo, e continua ditando as regras para o mundo.  Ninguém tem bola de cristal para saber o que vai acontecer, mas destruir e autodestruir-se não passa pela cabeça de ninguém. Muita gente vendendo armas, ganhando dinheiro, e muitos de nós, trouxas, defendendo um lado. Setores da imprensa brasileira, os metidos a cientistas políticos, que nunca se elegeram para nada e que costumam errar em sua opinião querendo dizer que o Brasil vai perder porque o Presidente Bolsonaro esteve lá com o Putin. Mas, lamber as botas dos norte-americanos, alguma vez deu vantagem ao Brasil? Nada, porém, justifica as atrocidades que o presidente russo, Putin, vem cometendo contra a Ucrânia, condenadas pelo mundo.

Drogas – feminicídios – analfabetismo – Pelos menos três cargas de cigarros, com cerca de  750 mil maços, foram apreendidas em poucos dias em Capinzal, Ouro e Catanduvas, provenientes do Paraguai.  E drogas pesadas sendo tomadas de traficantes em todo o território catarinense. Os homens brutos continuam matando mulheres e a Covid fazendo estragos. Os acidentes acontecendo nas rodovias e, agora mais uma vez a promessa de construção de uma ferrovia de Oeste a Leste, agora no discurso de Carlos Moisés, uma retórica já manjada. Os radares eletrônicos multando pessoas distraídas em lugares com insuficiência de sinalização e os buracos azarando a vida e ocasionando prejuízos aos motoristas.

       Mas, o que mais me impressionou foi um fato do qual fomos co-protagonistas nesta semana: Estávamos caminhando pela Rua da Apae, aqui perto de casa, quando uma jovem senhora, bem comunicativa e simpática, com um filhinho de uns seis anos, nos parou para perguntar-nos se havia passagem de ônibus às 11 horas, no ponto próximo à Celesc. Falamos que no ponto, provavelmente, haveria uma plaqueta com os horários e itinerários dos ônibus urbanos. A cândida e humilde jovem senhora, muito educada por sinal, respondeu-nos que não sabia ler, por isso não poderia saber se passaria ou não ônibus por ali naquele horário. Verificamos e não havia nenhuma tabela de horários naquele ponto. Mas não foi isso que nos indignou: A indignação veio por vermos que ainda temos pessoas que não sabem ler em nossa cidade, em Santa Catarina e no Brasil. Falhamos, né? Que tal uma “busca ativa’ nos bairros de Joaçaba? Nenhum discurso se sustentará se ainda tivermos pessoas que não sabem ler.

       Aconselhamos a mulher a procurar uma escola e solicitar que lhe ensinem a ler!

Euclides Riquetti – escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Um comentário:

  1. Richetti., entendo que na ocupação da Ucrânia, a Federação Russa é a principal vítima. A Ucrânia é o "boi de piranha" a serviço dos interesses do Império com apoio dos poodels europeus.
    Desde a ruína da URSS, que teve seu desfecho em 1989, o decadente Império americano se achou completamente dono do mundo. A União Soviética, que tanto os incomodava, "parecia" fora de combate.
    Para comprovar isso basta lembrar os discursos de Bush, Obama...
    prepotência pura, com as palmas da massa ocidental, vítima de propaganda criminosa da mídia e Deep State.
    Para quem quiser entender um pouco mais essa questão da Ucrânia recomendo a leitura de artigo escrito pelo Ex- Secretário de Estado americano Henry A. Kissinger, de março de 2014 - "Para resolver a crise na Ucrânia".
    Kissinger pode ter sido um criminoso de guerra - suas proezas mundo afora comprovam - porém, diferente de Biden, é profundo conhecedor das realidades internacionais. Aí a grande diferença.
    Fico com o que escreveu o nobre pensador argentino Atilo A. Boron
    "Em suma: las aparencias no siempre revelan la esencia de las cosas, y lo que a primera vista parece ser una cosa - una invasión - mirada desde otra perspectiva y teniendo en cuenta los datos del contexto puede ser algo completamente distinto"

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