Cada eleição tem
sua história e suas “estórias”. A deste ano está sendo marcada por uma
polarização entre esquerda e direita, entre o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da
Silva , do PT, e Jair Messias Bolsonaro, do PL e atual Presidente da República.
E outros candidatos querendo se aproximar dos índices de preferência que ambos
ostentam, e dos eleitores. Ciro Gomes, do PDT, e Simone Tebet, do MDB, esforçam-se para se mostrar-se ao eleitor em geral, porém, até agora, pouco
resultado não têm conseguido. Falsas notícias, produzidas por seguidores de
candidatos, têm sido propagadas através da internet, e com isso a briga
judicial vai ser grande, mas no fim pouco vai mudar. Só acredita em fofoca quem
pé mal informado.
A TV Globo está
realizando sabatinas com os candidatos a Presidente da República, tendo
iniciado na segunda, 22, com o Presidente Bolsonaro e na terça, 23, com Ciro
Gomes. Na quinta a vez de Lulae na sexta de Tebet. A postura do jornalista Willian
Bonnemer e uma sua auxiliar foi condenável. Com ar de debochado, tanto ele
quanto sua companheira de bancada, nem davam tempo para o candidato Bolsonaro
responder-lhes as perguntas, se tornando insistentes e chatos. Mas conseguiram
uma audiência para o Jornal Nacional que há muito tempo não conseguiam, inclusive alavancando-a para a novela Pantanal, que veio logo após. Claro que o Presidente é polêmico, fala sem
medir as palavras, tinha que ser cobrado por coisas que falou durante a
Pandemia. Mas, mesmo sob a intensa
pressão dos jornalistas, Bolsonaro conseguiu sair-se bem. Teve que dar explicações sobre a vacinação
contra a Covid 19 e sobre questões ambientais. Saiu-se melhor quando se referiu
à Economia, entendendo-se o controle da inflação e a redução de impostos para
que os combustíveis e a energia para que cheguem ao consumidor com menor custo.
Entendo que os debates e as entrevistas mudam pouco ou nada a opinião popular.
Quem escolheu seu candidato, entre Lula e Bolsonaro, dificilmente mudará de
opinião.
Até vou
mencionar aqui umas coisas que vi acontecerem ao longo de minha vida, no
acompanhamento à política:
No início da
década de 1960, em Capinzal, quando Ouro, Lacerdópolis e Presidente Castello
Branco ainda faziam parte de seu território, um candidato concorria a Prefeito pelo
PSD e outro pela UDN. Ivo Luiz Bazzo, que adiante foi prefeito em Ouro por duas
oportunidades, era cabo eleitoral do candidato da UDN e foi com este pedir
votos lá na beira do Rio Pelotas. Uma família de ribeirinhos, com onze
eleitores, garantiu aos políticos da UDN de que votariam no candidato daquele
partido. Na apuração dos votos,
apareceram 11 cédulas com onze votos tanto para o candidato da UDN, quanto para o do PSD. A família toda votou nos
dois candidatos e os 11 votos foram anulados.
Dias depois,
Bazzo visitou a família e perguntou o que aconteceu que eles provocaram a
anulação dos votos. E o patriarca lhe respondeu. “Olhe, seu Bazzo, nóis somo de
palavra. Prometemo que íamo votá no seu candidato que pareceu sê um home muito
bom. Depois veio o outro, que também era bom e nóis gostamo dele também. Daí
que resolvemo votá nos dois, pruque os dois parecia sê homes muito bom”.
Outra vez,
quando fui candidato a Prefeito em Ouro, fui à casa de um correligionário pedir
os votos para mim. Lá chegando, estava em casa apenas a esposa do companheiro,
que não me conhecia pessoalmente ainda. Falei que estava fazendo campanha para
Prefeito e entabulei a conversa que julgava adequada. Ela me falou que votaria em
mim se eu lhe desse uma geladeira nova. Falei-lhe que isso não era coisa legal
e, ainda por cima, eu era um simples professor e que nunca poderia comprar uma
geladeira para ela. Então ela me falou: “Ah, você é o professor, aquele que
rodou meu filho lá na escola?” Ponderei que o filho dela era um bom rapaz, mas
que era seminarista e que tinha que trabalhar muito na granja dos padres,
ficando-lhe menos tempo para estudar, et cetera e tal. E que ele fora reprovado
pelo Conselho de Classe, não conseguindo aprovação em três disciplinas. E ela,
abriu um sorrisão e, para minha surpresa, me falou: “A geladeira eu quero do
outro candidato, que é rico. Mas vou votar em você, professor, porque você
reprovou meu filho e, assim, ele não precisou
ir para o Seminário no Paraná e voltou para morar casa. Eu ia morrer de
tristeza se ele fosse embora e, porque rodou na escola, foi dispensado do
seminário e está aqui de volta, morando comigo. Pode contar com os nossos
votos”!
O eleitor é
assim: se tiver um candidato de sua preferência, pode ter todos os defeitos,
mas vota nele!
Euclides Riquetti – Escritor- www.blogdoriquetti.blogspot.com
Richetti, li sua crônica com muita atenção.
ResponderExcluirCom sua licença, me permito fazer algumas observações sobre o que penso do grave momento vivido por esta Nação às vésperas de comemorar seus 200 anos de "Independencia".
Infelizmente , neste momento, o povo está afastado das comemorações (...) a data foi sequestrada pelo candidato do Planalto e transformada em palanque político.
Como disse, se não me engano, Raymundo Faoro, em seu ensaio "Os Donos do Poder" "Eles querem uma nação para 20 milhões e uma democracia sem povo".
Com relação às entrevistas dos candidatos à presidência da Repúblioca penso diferente de você e me atenho apenas à entrevista de bolsonaro..
Primeiro, não vi os entrevistadores (Bonner e Renata) importunando bolsonaro, como sempre fizeram com Lula, principalmente.. Eles foram camaradas demais com o entrevistado a ponto de parecer tudo combinado.
Todos sabemos o quanto bolsonaro é tosco, qualquer contrariedade é motivo de descontrole.
Nessa entrevista não houve contraditório. bolsonaro começou a entrevista engoilindo em seco e terminou dando risada...
Não se perguntou sobre o escandaloso Orçamento secreto onde a corrupção oficializada coloca na mão dos pilantras do centrão R$ 50 bilhões. para a compra de votos;
Não se perguntopu sobre as compras exóticas (Ministério de defesa) - toneladas de picanha,camarão, salmão, cerveja, viagra, leite condensado...enquanto 33 milhões de brasileiros passam fome, mais de 60 milhõeos convivem com a insegurança alimentar além, dos mais de 10 milhões de desempregados..
Não se perguntou sobre o sigilo de cem anos decretado pelo presidente para ocultar os crimes cometidos por ele, sua família e seus colaboradores...;
Não se perguntou sobre o enriquecimento estrondoso de sua família, nas últimas três décadas, nem sobre a origem do dinheiro...;
Não se perguntou sobre os assassinatos de Marielle, Anderson, Dom Phillips, Bruno Pereira, Marcelo Aloizio de Arruda... e sobre as chacinas de pobres negros e indígenas aplaudidas pelo ocupante do Planalto.
Não se perguntou sobre suas relações com as milícias e o que elas representam em seu governo..
Não se perguntou sobre tanta coisa que poderia ter sido perguntado. O tempo era curto, é verdade, porém, a entrevista foi ao nível da midiocridade de bolsonaro.
Que pena!