Ruquetti, com o então Senador Jorginho Mello
no Hotel Joaçaba - domingo cedo.
No domingo pela
manhã, após votar em urna da Escola Nossa Senhora de Lurdes, aqui perto de
casa, dirigi-me ao Hotel Joaçaba, que frequento diariamente, pois o
proprietário Valdecir Piovesan é meu companheiro de caminhadas. Tenho amizade
com todos os seus familiares. Sabe aquela história de estar no lugar certo na
hora certa? Pois isso aconteceu comigo na metade da manhã de domingo. No hotel,
após cumprimentar o proprietário, a esposa Laiane a uma funcionária da
recepção, eu estava postado em frente do elevador, quando sai dele o Senador
Jorginho Mello, candidato a Governador de Santa Catarina, que nem havia ainda
votado. Abraçamo-nos, tiramos foto juntos
e fomos para a sala do café.
Na mesa com ele,
a vereadora Rita Weiss, o ex-Vereador Elói Hoffelder e o ex-Prefeito de Herval
d ´Oeste, Paulo Nerceu Conrado, o Mancha. Naquela hora, um canal de televisão
relatava uma pesquisa do dia anterior, em que indicava 67% dos votos para
Jorginho Mello, do PL, e 25% para Décio
Lima, do PT. Falei: Vai dar 70 a 30! A vereadora Rita falou que Décio não
atingiria 30% e que Jorginho chegaria fácil aos 70%. Resultado: Jorginho obteve
70,69% dos votos válidos e Décio 29,31%. Foram 2.983.949 votos conferidos a
Jorginho e 1.237.016 a Décio. Uma diferença pró Jorginho Mello de 1.746.033
votos. Realmente, o bolsonarista Jorginho é um campeão de votos.
Voltando para
casa, um senhor me abordou e me perguntou o que eu achava que ia dar na eleição
para Presidente da República. Falei: Se Lula ganhar, não dá mais que dois por
cento dos votos. Se Bolsonaro ganhar, não dá mais que um por cento! E deu
50,90% a 49,10%. E acrescentei: Só dá Bolsonaro se houver uma grande abstenção.
E deu Lula.
Jorginho dos
Santos Mello é governador eleito em Santa Catarina, no segundo turno das
eleições deste ano, realizado no domingo, 30. É o melhor percentual de votos
neste País, dentre os governadores eleitos e que assumirão os cargos no
primeiro dia de 2023. A história política de Jorginho, sempre habilidoso e bem
articulado, o levou à vitória consagradora.
Mello começou
como vereador em Herval d ´Oeste, aos 18 anos. Foi por quatro vezes Deputado
Estadual, duas Deputado Federal, uma Senador da República, e agora Governador
dos catarinenses. Formado em Estudos Sociais pela UNOESC, também é em
Administração e Direito pela Unisul. É sabido que na sua infância, o menino
nascido em Ibicaré, foi engraxate e vendedor de paçoquinhas na estação do trem
de Herval d ´Oeste. Funcionário de carreira do BESC, antigo Banco do Estado de
Santa Catarina, chegou a ser Gerente e Diretor do mesmo.
Sua primeira
eleição como Deputado Estadual veio com o importante apoio dos colegas do BESC.
Mesmo adiante, nunca se desligou dos amigos e eleitores que fez naquela
época. Por sua origem humilde, tem
facilidade de aproximar-se de pessoas de todas as classes sociais. Sabe fazer
escolhas e opções políticas. Nas eleições de 2018, elegeu-se Senador da
República tendo como suplente a Sra. Ivete Appel da Silveira, viúva do
ex-Governador Luiz Henrique da Silveira, in memoriam. Pode-se asseverar que
isso foi uma jogada de mestre. O partido dela, MDB, participou da chada do
Governador Carlos Moisés, que tentava a reeleição mas que, no primeiro turno,
foi superado, por pouco, por Décio Lima, do PT.
Em seus
discursos de campanha, Jorginho Mello mostrou-se defensor da classe dos
professores, pois tem formação para tal, embora não tenha exercido aquela
profissão.
Eleição de Luiz Inácio Lula da Silva - Lula foi o vencedor do pleito. Vai ser
diplomado e tomará posse. Não tenho nenhuma dúvida sobre isso. Não sou um
escritor ou articulista torcedor, emito minha opinião baseado num conjunto de
informações que obtenho. Já escrevi de que, independente de quem ganhasse, não
teria vida fácil. A encrenca já começou. Conheço bem o pós-eleições de
resultado apertado. Participei de uma municipal em que o vencedor teve 63 votos
de diferença. Na eleição seguinte, o que ele apoiou ganhou por 16 votos. Num
universo de 5.500 eleitores. Divisão da população e muitos conflitos. Quem
perde por pouco, não se conforma. Assim vai ser o mandato de Lula. Terá que
abraçar-se com o Centrão e vai enfrentar forte oposição popular. E, se o eleito
fosse Bolsonaro, não seria diferente. Só mudaria o lado dos atores. E a bagunça já começou!
Euclides Riquetti – Escritor – Autor de “Crônicas do Vale do
Rio do Peixe e Outros Lugares” e “Crônicas dos Antigos Rio Capinzal e Abelardo
Luz – Ouro e arredores” – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Minha coluna no Jornal Cidadela -
Joaçaba - SC, em 04-11-2022
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