A inversão da ordem dos poderes. Quem manda e quem obedece
Historicamente,
entendia-se que quem mandava no povo era o Poder Executivo: Presidente no País,
Governador no Estado, e Prefeito na cidade. Veio a Constituição de 1988, muito
esperada, e que deveria ensejar um Brasil altamente democrático pela aprovação
e promulgação da nossa Constituição Cidadã, aquela em que a palavra direitos
aparece numericamente e infinitamente mais que a de deveres. No entanto, ela
cita, e não poderia ser diferente, que deve haver harmonia entre os três
poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário.
O entendimento
que os cidadãos comuns tinham, até então, era o de que o Legislativo seria
subordinado ao Executivo. E o Judiciário era distante deles, independente. A
Justiça era muito respeitada, até temida. No momento, ela é desrespeitada e
temida. Sim, porque no Superior Tribunal Federal, o STF, e no Tribunal Superior Eleitoral, TSE, começaram a passar de sua conta! Agora, o Judiciário
manda, o Legislativo cobra, e o Executivo obedece. Não é muito diferente disso
que os cidadãos sentem a atual situação administrativa, política e judiciária
no Brasil.
No momento,
verificam-se dos embates: Um entre o
Executivo e o Legislativo, principalmente ao nível da Câmara dos
Deputados e o Governo Lula; outro, entre o STF e a classe política, aquela que
o próprio Supremo vem classificando como “de extrema direita”. Todo o conceito
que este Poder formou e todas as decisões pelo togados tomaram, nos últimos 5
anos, vão na contramão do que a maioria da população pensa, tanto que amargam
uma alta rejeição popular. Onde erram? – Erram ao emitir sua opinião publicamente,
praticamente antecipam os seus votos que proferirão nos julgamentos, falam
sobre politica mais do que os próprios políticos. Principalmente quando fazem
palestras ou concedem entrevistas a jornalistas estrangeiros.
O mundo
globalizado, inicialmente ensejado para os negócios entre os produtores de
diferentes países, passou para o futebol, e agora passa também para a
política. Vai além dos interesses comerciais, dos domínios territoriais, das
brigas religiosas. Há um forte crescimento da política e dos confrontos
ideológicos. E isso vem sendo fortalecido à medida que crescem as facilidades e
são multiplicadas as plataformas da comunicação digital. Nós não sabemos se
isso vai algum dia parar, ou onde vamos parar. No entanto, sabemos, pela
experiência e pela vivência, que toda a tecnológicos nova suplanta a velha. O que
não muda é a cabeça das pessoas.
Diante do
quadro, posições defendidas por alguns, que decidem com requintes de
ditadura, são propagadas ostensiva e
extensivamente pelo planeta. No momento, enquanto guerreiam no Leste Europeu e
no Oriente Médio, com ações bélicas calcadas em novas tecnologias, mas com os
métodos bárbaros de sempre, o Brasil se vê envolvido numa guerra internacional
digital entre um dos ministros do STF, Alexandre de Moraes, e o bilionário Elon
Musk, dono da Tesla, da plataforma C, (antigo tweeter ou tuíter), e de outros
empreendimentos de grande investimento e que lhe conferem poder. Moraes tem o
apoio do Governo da Hora e Elon do anterior. Moraes tem apoio de pelo menos
dois outros ministros do STF, de grande parte do Executivo e de uma minoria
dos legisladores. E isso vem como resultado de o Poder Judiciário de Brasília
querer “mandar mais do que os demais”, acusando, condenando e mandando prender
gente que não pensa como eles ou tentando calar sua voz.
Temos um início
conhecido, mas não sabemos qual será o fim d a história toda. Mas a História
nos mostra que todos os ditadores, com o tempo, acabaram se dando muito mal. Ninguém
é eterno ou detém, eternamente, o Poder que julga ter.
Brincando com a
Educação – Professores das universidades federais entram em greve. Professores
da rede estadual de Santa Catarina entram em greve. Governo Federal não cumpre
o que prometeu. Governo catarinense não dialoga com os professores e vai na
contramão das suas promessas de campanha. Conheço bem o assunto.
Há mais de 30
anos, numa situação parecida, fizemos uma greve em Santa Catarina que durou 59
dias. Depois, vieram os descontos dos dias parados, a reposição das aulas e
consequente a reposição dos dinheiros. Por mais que se tente recuperar as
aulas, não se recupera a aprendizagem no mesmo volume do que é perdido. Foi
assim no pós-pandemia. E vai ser assim agora. Só existe um jeito de isso não
acontecer: é os governos dialogarem com os professores e proporem o
cumprimento, mesmo que gradativo, da recomposição salarial de quem trabalha na
educação, em todos os níveis.
Euclides Riquetti – Escrior – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC em
25-04-2024
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