Rio Grande do Sul - Muito além dos transtornos e do sofrimento - editorial
As cheias no vizinho estado gaúcho trouxeram aos riograndenses a dor e muito sofrimento. Por outro lado, mostrou-lhes, e a nós mesmos, algumas facetas do Ser Humano. Primeiro, o sentido de solidariedade, que começou nos municípios não atingidos pelos desastres climáticos, seguindo-se pelos seus vizinhos (nós), de Santa Catarina, secundada por São Paulo, e depois pela população de todo o território brasileiro , dos países vizinhos (Uruguai e Argentina), e estendendo-se para a Europa e os Estados Unidos. O Ser Humano, em sua grande maioria, é solidário nas horas mais difíceis.
As imagens do desastre ambiental foram, rapidamente, retransmitidas ao mundo. Qualquer pessoa, de qualquer idade ou condição sócioeconômica, apenas com um simples telefone celular, pode, em segundos, mostrar ao mundo a realidade da situação. E as doações, de todos os cantos, chegam aos locais atingidos em quantidades extraordinárias.
As perdas de vidas abalam extremamente os familiares das vítimas. Depois, os transtornos de terem que abandonar suas casas e verem seus pertences sob as águas barrentas. A dor de ver os animais de estimação terem que ser deixado para trás. Ou o apego das pessoas aos mesmos. Vem a ação de voluntários, primeiro com botes, tratores, barcos, lanchas, motonáuticas, helicópteros. A inundação, primeiro, exige que a energia elétrica tenha a interrupção de seu fornecimento. Depois, a falta desta ocasiona a paralisação das operações das estações de tratamento de água. Os recursos de comunicação vão cessando, resta o telefone celular. As baterias destes vão perdendo a carga e as pessoas ficam sem a comunicação com os familiares. Bate o desespero...
Diante de um cenário desolador, a torcida política tecendo críticas e falando bobagens. De todos lados! E, o pior, indivíduos inescrupulosos saqueando, tentando abusar de mulheres e crianças. São os seres da pior espécie!
Para muitos ilhados, resta saber do que está se passando pelo radinho de pilhas. Vêm as notícias de que a calamidade se expande e que as águas podem levar mais de um mês para que o Guaíba, na região baixa de Porto Alegre, volte ao nível de três metros, 2 e 30 abaixo de onde chegou, para que volte à sua caixa normal. Compreendo muito bem a situação, pois vivi, de alguma forma, algumas enchentes do Rio do Peixe e do Rio Iguaçu.
Chegam donativos, vem o apoio de pessoas. Os empresários privados são mais ágeis do que a burocracia oficial e chegam primeiro. Aqui de Santa Catarina tanto pelo seu Governo quanto por proprietários de aeronaves, a ajuda chegou primeiro para efetuar o resgate de parte das vítimas. Enquanto isso, uma emissora de televisão, focava sua atenção para o show de uma cantora norteamericana que se apresentava no Rio de Janeiro, na noite de sábado. As outras emissoras já se faziam presentes quando a outra, afamada, amada e odiada, chegou com aquela imponência de seus apresentadores e repórteres. Levaram vaias, foram hostilizados.
Não farei política nem me aproveitarei da situação para me manifestar criticamente a todos os que estão tirando proveito da situação para ganhar, de alguma forma, pessoalmente, comercialmente ou politicamente. E vejo como nós temos jornalistas totalmente despreparados para levar as notícias aos telespectadores. Uma vergonha algumas posições que tomam, ou as bobagens que falam. Precisam aprender a serem relatadores de fatos e não TORCEDORES, puxa-sacos de patrão, oportunistas, chapa branca, ideologistas, despudorados de alma e coração.
Aos gaúchos, um abraço afetuoso. O tempo oportunizará que tudo se refaça, se recupere. Só não haverá recuperação das vidas perdidas. Que Deus conforte os que sofrem!
Euclides Riquetti
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