domingo, 13 de outubro de 2024

A Pedagogia das Urnas – mais uma vez!





       As eleições para a escolha dos prefeitos e vereadores que comandarão ou legislarão nos municípios brasileiros, ocorrida no domingo 06 de outubro, como das vezes anteriores, traz aos candidatos não eleitos verdadeiros ensinamentos. Costumo dizer que as derrotas nos ensinam bem mais do que as vitórias, em todos os sentidos.  As ocorridas no último domingo não fugiram da regra e nos mostraram que, quem não se atualiza, não se elege. E, dentre os atualizados, também haverá ganhadores e perdedores.

       Ao contrário das judicializadíssimas eleições em nível federal, nas locais não se usam termos como “democracia”, a palavra tão maltratada, usada por pessoas que têm a mídia na mão, mas que agem bem longe disso. Milhões são desperdiçados em mediações e julgamentos de querelas insignificantes, mas que, devidamente impulsionadas, nutrem encrencas e agiram a mente de milhões de pessoas. No pleito presente, vimos barbaridades piores do que as dos tempos da UDN e do PSD, das vassouras e das espadas, de Jânio Quadros e do Marechal Lot. Agora, a briga vem nas redes socias.

        Os jornalistas, ativistas políticos por sinal, sem nunca terem disputado nem uma eleição de síndico de prédio sem elevador, emitem opiniões infundadas, erram feio. Os institutos de pesquisa continuam dando uma puxadinha para o candidato que lhes paga, mas procuram ser disputou uma vaga de vereador, não se elegendo. longo da história, foram fadados ao fracasso e ao desaparecimento, como o caso do Ibope, que nem mudando de nome consegue sobreviver.

       Os olhos e ouvidos da maioria dos brasileiros se voltaram para a cidade de São Paulo, onde três candidatos disputaram os votos com chances de irem para o segundo turno, o atual prefeito Ricardo Nunes, pelo MDB; Guilherme Boulos, pelo PSOL, aliado ao PT; e Pablo Marçal, do minúsculo PRTB, que não tinha nenhum segundo de tempo em rádio e TV, mas que com grande habilidade e domínio nas redes sociais, angariou 28% dos votos dos paulistanos e, por pouco, não se viu no segundo turno. Marçal é um fenômeno político, como foram lá atrás Jânio Quadros, depois Lula, mais recentemente Bolsonaro, e agora ele. Inteligentíssimo e habilidoso na comunicação, um novo-rico que diz o que acha que deve para atingir seus objetivos políticos. Suas estratégias precisam ser analisadas com profundidade. Aquilo que ele fala, no intuito de obter votos e simpatias, é uma outra questão. Cabe à Justiça, assegurado seu amplodireito de defesa, julgar com imparcialidade os seus atos e suas falas.

       Aprendendo muito por aqui também – As eleições nos mostraram, por seus resultados, que as pessoas querem mentes novas atuando. Os “Dinos”, aqueles que nunca leram a história de  José Waldomiro Silva, tentaram e, respeitosamente, posso dizer que até passaram vergonha. Silva, depois de ter sido prefeito de Joaçaba e deputado estadual, voltou aqui e não conseguiu se eleger vereador. A história se repetiu em Joaçaba, com Harmindo Haro Neto (PSD); em Ouro, com Vítor Faccin (PT). Em  Zortéa,  Paulo Franceschi. ex-Prefeito, ficou em terceiro lugar na busca por novo mandato pelo PSDB.

       Os prefeitos eleitos das nossas cidades – Joaçaba elegeu o empresário e político Vilson Sartori, tendo como vice o contador Jorge Dresch, um verdadeiro “Marco Maciel”, o tipo de parceiro que representa muita segurança para qualquer administrador púbico. Herval d´Oeste elegeu Ronaldo da Rosa, do PSDB, tendo Gilmar Moraes, agropecuarista, como Vice. Ronaldo não se elegeu em 2020, mas ficou à disposição da cidade para ajudar e não ficou fazendo futrica. O seu vice, uma pessoa simples, mostrou ser um bom empreendedor rural e cidadão bem intencionado. Em Luzerna, Juliano Schneider se reelegeu, com nossa amiga Tita de vice. É uma nova geração de políticos que veio se firmando na vizinha cidade. Tita é uma forte atuante nas lides comunitárias, inteligente e carismática. As três cidades estarão em boas mãos.

       Em sua entrevista para a NSCTV, um dias após eleito, Sartori manifestou sua intenção de Governar para Todos os Joaçabenses, e não poderia ser diferentes. Terá muitos desafios, ele bem sabe disso. A Saúde precisa de um “sacode” geral, que abrange inclusive alguns Planos de Saúde. Precisamos de um secretário ou secretária ágil, que conheça a área, tenha boa capacidade de gestão  e saiba lidar com os profissionais. A mobilidade urbana precisa de intervenções severas, projetos ousados e inteligentes, em ações que custam dinheiro, mas que devem ser buscados em Brasília e em Florianópolis. E cabe ao Governador Jorginho Mello fazer com que o projeto do  contorno viário ande com celeridade. Nossas cidades precisam disso, é coisa séria e não pode ser objeto apenas de narrativa política.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

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