segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Reflexão para final de ano (crônica)


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          Quando criança ainda, numa de minhas férias escolares, fui passar um mês com meus avôs em Linha Bonita. Os Baretta  eram comerciantes, tinham um casarão que mais atrás servira também de pousada. E, naqueles idos de 1961, eu era bastante observador, cuidava dos movimentos das pessoas e daquilo que faziam. Lembro que,  nos domingos à tardinha, após os jogos de futebol, vinham os jovens de toda a redondeza para jogar baralho. E tomar umas "birotas". Naquele tempo não tinham geladeira, pois não tinham energia elétrica suficiente, embora a maioria das casas tivessem  um rodão d´água, que acionava um dínamo, que permitia clarear os ambientes apenas para umas duas, no máximo três lâmpadas. Então, a cerveja era resfriada num tanque de alvenaria, construído sob o assoalho de madeira, com água do poço, retirada com baldes de madeira também. E pediam para minha nona, Severina, cozinhar ovos na água, em dúzias, para matarem a fome no final de tarde.

          Lembro que um dos jovens senhores que vinham até lá era o Vitalino Bazzo, com chapéu de feltro cinza, terno da mesma cor, de um xadrez discreto. (Foi na década de 1970 que os paletós "xadrezão" entraram na moda. Combinavam com aquelas calças boca-de-sino e os cabelos longos das pessoas).  baldes do poço. E havia o Américo Módena, o Fernande Maziero, o Dirceu Viganó, o Nézio e o Vilson Rech, o Alcides Antonietto, o Nelson Falk, o Itacir Dambrós, o Valdir Baretta, que se misturavam com outros mais jovens e com meus tios. Tinham chapéu de feltro, que eram os chiques. Alguns, de palha. Comprei um aos 9 anos, quando já estava moranda na cidade e trabalhava. Lavava louça e lustrava a casa para uma prima. Com meu primeiro salário, comprei um belo chapéu.... Ah, e trabalhar não tirou nenhum pedaço de mim, não me queixo disso, mas me orgulho, pois aprendi a valorizar todas as minhas coisas.

          Na época, havia um cidadão que vinha da Estação Avaí, que ficava do outro lado do Rio do Peixe ,o Nelson Martins, e ia ver a namorada, filha de um dos muitos Barettas que ali moravam, do Serafim. E tinha algo que dava inveja a todos os outros: um par de galochas de borracha, pretas. Era um material bem elástico e flexível, um "sapato maior que envolvia um sapato menor", que não deixava que o de couro embarrasse, nem que nele entrasse umidade. E ainda tinha um guarda-chuva com as varetas de madeira, bem grande. Vinha a pé, passava pela balsa ou bote, vinha de uma distância de dois quilômetros e meio para ver a namorada. Quando passava defronte à bodega, todos o invejavam. Naquele tempo não conhecíamos ainda as capas  chuva, de nylon, que apareceram por lá apenas uns cinco anos depois. Imagine o sucesso dele se tivesse também uma capa de chuva. Ter uma, foi um de meus sonhos de adolescência, que não pude realizar, pois só "quem podia" conseguia ter uma. (Só consegui comprar um chapéu...)

          Era o tempo em que não havia tratores para trabalhar. Colhíamos trigo com foicinhas, usávamos as enxadas para carpir, as máquinas pica-paus para plantar milho. E trilhadeira alugada para colher o trigo. Havia máquinas acionadas a mão para debulhar ou moer milho. Depois vieram equipamentos a gasolina e os elétricos. Foi uma "revolução na roça".

          E, relembrando dessas coisas, das galochas que caíram em desuso, lembrei-me do cinzeiro que meu pai ganhou de uma aluna, lá do Belisário Pena, do 4º ano, a Cássia.  Isqueiro  era um presente bonito para um aniversário, dias dos pais, formaturas. (Agora, eu não daria cinzeiros ou isqueiros para ninguém).  E davam também abotoaduras, algumas combinadas com um filete metálico que prendia a gravata, tudo ornando e combinando. E, antes ainda, as mulheres usavam luvas e  chapéus, que as tornavam mais elegantes. Bonitas não, pois bonitas elas já eram, apenas que os ornamentos as deixavam mais atraentes, chamativas, engraçadas.

         Hoje os sonhos de consumo são outros, criaram outrs necessidades para nós, encontraram outras formas de nos atrair, contagiar. As máquinas de escrever foram substituídas por computadores com impressoras. Muitos deixaram de fumar e dar um isqueiro ou um cinzeiro de presente é coisa muito brega e deselegante. Luvas, agora, para o trabalho,  para pilotar motos, ou proteger contra o frio. As máquinas fotográficas convencionais foram substituídas por digitais. Os filmes de pelícola 35 mm estão dando lugar a sistemas digitalizados. As vitrolas , os gravadores de rolo ou fita, os toca-discos, deram lugar a mídias moderníssimas, chegando-se aos blue rays.

          Muitos  acessórios clássicos, tão presentes nas novelas e filmes de época e revistas  podem voltar à nossa mente nesses dias em que paramos para refletir a chegada de mais um final de ano. Pensar nos chapéus de feltro, nas abotoaduras, nas luvas das senhoras, nos isqueiros, nos cinzeiros, nas galochas, nas agulhas dos toca-discos e nos discos de vinil. Quanta coisa mudou e quanto ainda tudo vai mudar. Até as bodegas das colônias desapareceram, junto com a energia da juventude de muitos amigos que se foram ou que estão aí, resistindo ao tempo. Olhamos para trás e vemos um filme que nos traz simples, mas saudosas lembranças.  E nos resta pedir saúde a Deus, e que nossas ideias não caiam de uso, não se tornem obsoletas também!

Euclides Riquetti

A chama da paixão que arde





Quando a chama da paixão arde
Não importa se é noite, dia, ou fim de tarde....
Quando um coração transborda amor
Pouco conta se faz frio, neva ou faz calor...

Quando um sorriso num rosto se estampa
Porque a alegria vem dele brotando...
Quando, na manhã azul, o sol se levanta
 E seus raios as areias da praia vão bordando...

Quando os namorados fazem juramentos
E querem  misturar pra sempre os sentimentos...
Quando a poeira estiver se assentando na estrada
Depois do trote galopante da boiada...

Quando minhas rimas facilmente se combinam
Porque as palavras se foram campear ao vento...
Quando a melodia das canções nos fascinam
Mesmo que a alma se fira em sofrimento...

O coração arde em paixão
Sim, de verdade, é  a chama da paixão que arde!

Euclides Riquetti

Meus braços estendidos

Meus braços estendidos





Não derrames lágrimas que não sejam por alegria
Não deixes que te atormentem por motivos banais
Não aceites que te insultem em nenhum de teus dias
Não permitas que te entristeçam nunca, jamais!

Anda, vai em busca do que te possa fazer muito feliz
Anda, vai realizar nos horizontes azuis o teu sonhar
Anda, vai encontrar  a voz doce que sempre te diz:
Que na vida há muitas  formas de querer e de  amar.

Saiba que em todas as estradas haverá espinhos
Que a maioria dos  problemas podem ser superados
Que o mundo te dará  oportunidades e novos caminhos...

E que,  tanto no céu azul,  quanto nos campos floridos
Sempre haverá canções bonitas, ou sonetos rimados
Um coração muito aberto,  e meus braços estendidos!

Euclides Riquetti

Feliz ano novo!


Alegria, muita alegria
Nada de decepções
Nada de desilusões
Apenas alegria
Muita alegria!

Alegria que brota do coração
Alegria que se propaga
Que chega acalmar a alma
Alegria de montão
A vida em comemoração!

Muita alegria para mim
Pra ti, pra nós
Jamais ficarmos sós
Simples assim:
Alegria pra ti e pra mim!

Alegria que impulsiona
Que leva a novos caminhos
Sem dores e sem espinhos:
A alegria que se soma
Se eterniza e tem aroma!

Alegria com aroma de flor
De beleza e muita cor
Alegria com muita paz
A alegria que a vida  nos traz:
A alegria de ter o teu amor.

Feliz ano novo!

Euclides Riquetti

Catando grimpas e revirando a memória! Saudosismo...




          Há algumas coisas que a gente fazia quando criança e que, depois, o tempo nos dá uma pausa e as esquecemos por completo. Adiante, circunstancialmente, surgem ocasiões que nos fazem voltar atrás e nos remetem a reflexões... a lembranças, ternas e agradáveis lembranças!

          Pois, nesta manhã agradável e ensolarada aqui do Sul do Brasil, saí para dar uma volta na quadra, aqui perto de casa. Levei um pedaço de fio de luz que estava ali, "pendurado num prego". Ora, ainda tem gente que pendura coisas em pregos, como têm aqueles que mais ainda, penduram "num prego atrás da porta". Tenho um almoxarifado cheio de ferramentas em minha casa. Organizado, não bagunçado!

           Tenho muitas ferramentas, pois as fui angariando desde a construção da casa. Não vou ficar aqui dizendo quantas e quais, pois você não vai, mesmo, se interessar por minhas ferramentas, desde as convencionais às elétricas, do martelo à serra elétrica, da picareta à furadeira. Mas tem os "brinquedos", os apetrechos do esporte, das raquetes de tênis de quadra aos molinetes de pesca do Fabrício, da bola de futebol à de basquete, ainda todas as medalhas que ele ganhou desde o futebol até o haecon-do.

            Mas hoje vou falar das grimpas das araucárias. Das que caem dos pinheiros quando sopra o vento. Das da região de União da Vitória, onde morei na juventude, onde eu li "Eu Vi Cair o Último Pinheiro", do autor José Cleto, pai do Esoani Parísio Cleto, o fera que tirou primeiro lugar no vestibular de Letras da Fafi, em 1972, que tinha barba de filósofo, era uma inteligência acima da média, bem sucedido,  mas muito simples e amigo, capaz de dar atenção ao mais simples dos mortais... Ele nos dizia que seu nome era raro porque os pais, José e Celina usaram, as três ultimas letras de José, invertidas: ose virou "eso"; e de Celina: ina virou "ani" e, aglutinando-as, deu eso+ani= "Esoani". E assim os pais escolheram seu nome, exótico, diferente, único, talvez.

          E vou falar das aventuras da infância, primeiro no leãozinho (Capinzal-Ouro), onde o Stefenito Frank ajuntava os pinhões no potreiro, acendia um fogo de grimpas e jogava sobre este os pinhões, sapecando-os. Delícia!

           Lembro, também, dos pinhões maduros  que catávamos nos potreiros do Benjamim Miqueloto e do Augusto Masson, e que sapecávamos no meio das grimpas em chamas, nos domingos de tarde, ali próximo da "cadeia", no Ouro. O Dito, o Itcho e o Zé (Rosito, Heitor e Raul Masson); o Nito e o Neri (Irenito e Neri Miqueloto); o Bode Branco  e o Carlinhos (Ivo e Carlos Guerra), o Lombo Preto (Arcílio Massucatto), dos Coquiarinhas (Altivir e Valdir Souza), meu o Foguete e o Pisca (Ironi e Euclides Riquetti...), o Paulinho (Adelir Paulo Lucietti), o Tostão e o Nego (Darci e Valdecir Lucietti), o Armindo (Ermindo Campioni); o Tratorzinho (Luiz Alberto Dambrós), o Adecho, o Ademar e o Micuim  (Adelcio, Ademar e Adelto Miqueloto)   o Cosme e o Moacir (Richetti), do Nereu e do Nico (Nereu e Irineu Oliveira), e outros moleques.

          Pois hoje eu cato grimpas, como fiz outrora, para começar o fogo na churrasqueira aqui de casa. Melhor que papel, é fogo imediato e garantido. Lenha queimando, churrasco delicioso, pois, quem tem o costume de fazer fogo com lenha, não troca por carvão de jeito nenhum...

Grande abraço a todos os amigos que passaram pela minha vida, os que aqui citei e os demais, alguns presentes e outros já ausentes, foram morar no céu. A estes, minhas orações...

Euclides Riquetti
19-07-2015

Apenas me abrace


 
 

 
 

Apenas me abrace
E,  se quiser, me beije
Mas não me deixe
Me abrace, me abrace...

Apenas me abrace
E diga que me ama
Que seu coração... me chama
Me abrace, me abrace...

Apenas me queira
Me deseje, me beije
Me beije , me deseje
Me queira, me queira...

Apenas me diga
Me sinta, me minta
Me minta, me sinta
Mas me diga, diga:

Faça-me acreditar
(Faça-me pensar)
Que vale a pena sonhar
E amar... amar... amar!

Euclides Riquetti

A canção do amor verdadeiro










Sabe aquela canção nova, que de tanto que você a ouve, parece ser já bem antiga e você a canta no chuveiro?

Sabe aquela blusa que você considera manjada, mas que acaba sempre tirando do cabide, porque ela lhe deixa bem?

Sabe aquele caderno amarrotado, até gasto de tanto você pegar na mão, onde fez registros de sua vida?

Aquele onde um dia registrou seus sentimentos, transformou-os em poemas verdadeiros, mesmo sem a métrica convencional?

Sabe aquelas histórias que eu lhe conto, e que você finge que é a primeira vez que ouve, mas que já sabe de cor?

Sabe aquelas pedras das calçadas das ruas por onde você passa, e que já a conhecem muito bem, de tanto que você as pisou?

Sabe aquele sol que brilhou em muitas de suas manhãs e tardes, e que parece ser novo a cada dia?

Sabe aquele azul do céu, tão já conhecido seu, e que pode ser ainda mais bonito?

Sabe aquele vento que já roçou seu rosto tantas vezes, e que em cada uma delas parece ser mais doce e mais suave?

Sabe todos aqueles poemas que eu já lhe fiz, os milhares de versos, as rimas ricas e as rimas pobres, as estrofes boas e as bagunçadas?

Sabe aquela esperança, que mesmo nas horas mais difíceis, rebate na porta de seu quarto e a anima para dias melhores?

Sabe todos aqueles abraços e aqueles beijos entusiasmados que nós já tocamos?

         Pois tudo isso é muito perene, eterno, real, e precisa ir-se repetindo sempre, como uma grande manifestação de carinho e amor. Pois o verdadeiro amor é marcado por coisas simples, mas fundadas e verdadeiras, que se registram na nossa vida, no nosso dia a dia, nas calmarias e nas turbulências, nos defeitos e nas nossas virtudes, na nossa insistência de querermos ser felizes, pois bem que o merecemos.

Com muito carinho,

Euclides Riquetti

Resposta a Mister Safik... (Eu, Touareg...)

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Imagens de "O Tempo" - Capinzal - SC

          Saudade é um sentimento nobilíssimo. Pessoas que sentem saudades e medo estão sempre vivas, atentas ao derredor.

          Os anos 50 não restam apenas em tua nostalgia, mas na minha, no verdor de minha infância. Boas lembranças dos tempos em que se tomava o bote e se buscava a Ilha da Siap, da malandragem dos mais velhos: primos, irmãos, amigos... na escusa busca de frutas naquelas paragens e, da subida nos cipós, nas brincadeiras de Tarzan, no armar de linhas de pesca nos sarandis, nas brincadeiras de virar o bote, na procura de lugar em que "desse pé", no leito das límpidas águas do Rio do Peixe.

          Juro-te, peloas goiabas, caquis e melancias afanados, que foram os grandes anos de minha vida. Juro-te, pelos lambaris, carás, joanas,  mandis e jundiás pescados, que foram as melhores aventuras de minha vida. Juro-te, pelas águas transparentes das corredeiras da Ilha, que quando avistávamos as meretrizes banhando-se nas margens do lado esquerdo, cobríamos os olhos para não fazer pecado... e quando, por deslize, os dedos se abriam e nossos olhos buscavam, furtivamente, o corpo daquelas banhistas, íamos, na primeira oportunidade, ao confessionário de nossa suntuosa Matriz São Paulo Apóstolo, onde, nos meses de janeiro, gastávamos nossos trocados na pescaria e nos cavalinhos da Grande Festa em que, não raro, bandas animavam o ambiente e o chope animava o povo, que era muito feliz. Não procurávamos o Frei Lourenço, o mais severo dos freis, mas o outro Frei, aquele que vivera as agruras da Segunda Guerra Mundial, viera da Itália, que era mais condescendente e impunha penitências mais leves. Diziam as Senhoras que era o confessor preferido, parcimonioso, atencioso, compreensivo, além de outros "oso" e talvez "ivos".

          Como são boas as lembranças. Boas lembranças do tmpo em que, ma ponte pênsil, trafegavam alguns automóveis, dizem que até o caminhãozinho FORD Gigante (ou era Chevrolet), das Indústrias Reunidas Ouro! Depois, o orgulho de ver a Ponte Irineu Bornhausen ali, imponente e formosa, sombreando as águas e ligando as duas cidades gêmeas do Baixo Vale.

          Como era bom ir à Comercial Baretta e comprar anotando "na caderneta", ir à loja das Indústrias Reunidas Ouro comprar sabão e banha "Ouro", e vinagre "Horizonte"! Tomar gasosas de framboesa no engarrafamento da Indústria de Bebidas Prima, comprar capilé no Bar Avenida, no Bar do Adelino Beviláqua, jogar bola nos campinhos esparramados por aí, como aquele do "Morrinho do Pão-duro", onde hoje é a Central telefônica da cidade, ou no Municipal, nosso "terrão", onde jogavam Vasco, Arabutã, São José, Ouro, Operário do Mandu, Botafoguinho dos Baratieri, Flamenguinho do Coquiara, Fluminense do Rogério Caldart, Palmeirinhas da Rua da Cadeia (o do meu irmão Ironi), Vasquinho dos filhos do Ernesto Zortéa, Ameriquinha dos riquinhos da área central, e outros, que, "pelo conjunto da obra", não deixavam a grama crescer. E havia ainda os recessos, como quando o Circo Robattini veio e instalou-se no campo, com picadeiro vestido de maravalha da Zortéa ou dos Hachmann.

          Realmente, foi de comoção o passamento de Maria Lúcia, que devia ter a sua idade, que ia ao Mater Dolorum com casacão xadrez verde e branco, alguns detalhes em preto. Fora a Dona Linda Santos e depois ela. Depois foram outros. O Juca, o Sr. Sílvio Santos, o Moretto, todos grandes amigos. Que pena! Quanta gente boa se foi... Dos Santos e de tantas outras famílias que ajudaram a construir nossa História.

          Também foi o  de tua professora Julieta, que perdeu a vida em General carneiro, em fevereiro de 1980, em acidente de carro, juntamente com seus pais. Mas a outra professora tua, continua aqui, participando de eventos culturais de nossa cidade.

          Nossas cidades, Ouro e Capinzal, mudaram muito. Uns foram embora, vieram outros. Restaram lembranças, vieram acontecimentos, desenvolvimento, eventos, acontecimentos com perdas e ganhos.

          Assim, Mr Safik, ajudo-te a relembrar algumas coisas: os cinemas deram lugar às locadoras de vídeo, as lojas aos supermercados, as canetas-tinteiro aos computadores, os telefones pretos aos celulares, os jipes e as rurais aos carros modernos. Mas não podemos esquecer da Aero Willys do Barison, das lemosines do Fleck, dos jipes dos colonos, dos DKWs do Atolini e do Carleto Póggere, nem dos ônibus a gasolina da "União da Serra", todos de nossa infância. Abraços!
Touareg - Nascido em 23 de novembro de 1952.

(Publicado no Jornal A Semana - Capinzal-SC, em 25-04-2007, na Columa do Ademir Belotto, com a utilização do pseudônimo "Touareg", em  resposta a uma carta publicada anteriormente, por um autor que utilizou o pseudônimo "Mr Safik", que viveu a juventude em Ouro, trabalhou nos Estados Unidos,  e voltou para Florianópolis após a ataque de 11 de setembro às torres gêmeas.

Euclides Riquetti - o Touareg...

Quero ver você sorrindo




Quero ver você sempre sorrindo
Feliz, alegre, contente
O seu sorriso é tão lindo
Que não pode se apagar num repente...

Quero ver você cantando
Apenas canções de bom gosto
Ouvirei você e sonhando
Esperarei que venha agosto...

Quero ver seus olhos brilharem
Irradiando felicidade
E quando as luzes se apagarem
Dormirei sentindo saudade...

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti

domingo, 30 de dezembro de 2018

Gente que fez: Universidade do Vale do Iguaçu - União da Vitória - PR



                                   Avenida Manoel Ribas, União da Vitória - PR - foto da época
          No início da década de 1970, quando ingressei da FAFI, em União da Vitória, iniciava-se, na cidade, uma forte campanha para que a cidade pudesse se desenvolver. Até então, vivia-se em função da industrialização da madeira com fornecimento para o mercado interno e para exportação. Havia madeireiras poderosas na cidade. Serragem e beneficiamento de pinheiro araucária,   imbuias e outras madeiras nativas garantiam a economia.

           Na época, pelo menos dois fatores deram um "baque" na economia local: Com a guerra de Israel e os Países Árabes, em outubro de 1973, houve alta nos preços dos combustíveis, em especial a gasolina. Não se conhecia ainda o etanol e havia muitos caminhões acionados a gasolina, elevando os custos de produção. O óleo diesel era mais barato e a solução foi os proprietários irem comprando motores a diesel e adaptando-os aos caminhões Ford  e Chevrolet. Em  seguida, veio uma "proibição" da exportação de madeiras e a economia de Porto União da Vitória foi muito abalada. Lembro-me do desespero de empresários com menos poder de fogo e dos operários com medo de perderem o emprego e dos caminhoneiros perderem seus fretes.

          Talvez antevendo isso tudo, algumas pessoas influentes na cidade começaram a planejar a implantação de uma instituição de ensino superior forte, que viesse a alavancar o desenvolvimento de Porto União da Vitória: a criação da Universidade do Vale do Iguaçu, cujo embrião foi a FACE - Faculdade de Administração e Ciências Econômicas, com o empenho de pessoas dedicadas como José Nelson Dissenha, Moacir de Melo, Hélio Bueno de Camargo, o Professor Raul Bortolini, Odilon Muncinelli, Sérgio Ângelo Francisco Mattioli e alguns colaboradores.

         Lembro de uma reunião havida, possivelmente no Clube Apollo,  em que a ideia da nova Universidade nos foi trazida. A FAFI disponibilizava, então, Letras, Pedagogia, História e Geografia, que se transformou em Geociências. Na memorável reunião, o Dr. Mattioli, Juiz de Direito, falou da importância de termos a Universidade do vale do Iguaçu e de que precisávamos unir nossa força moral e intelectual, com apoio do empresariado e da classe política, para que isso acontecesse. Naquela noite, uma pequena mensagem nos era passada, impressa num pedacinho de papel: "Universidade do vale do Iguaçu - Não somos tão ricos que nada possamos receber, nem tão pobres que nada possamos dar" - guardo isso muito bem em minha memória...

         Os anos passaram, a maioria dos cursos sonhados na época já estão funcionando na UNIUV, a cidade sobreviveu a algumas enchentes, tem um comércio  e a prestação de serviços bastante diversificada, uma "capacidade intelectual instalada" forte e sempre em ascensão.

          As cidades não podem deixar de reconhecer a importância que as pessoas que mencionei acima, e muitas outras, tiveram para seu desenvolvimento e sua sustentabilidade. Parabéns a essas pessoas por terem plantado as primeiras sementes, lá atrás.

Euclides Riquetti
18-07-2015

Jeito de pecado






Foi de madrugada
Que pensei em você:
Senti algo no peito
Foi assim, do meu jeito
De gostar, de beijar, de querer.

Desejei o seu corpo
Elegante, maroto.
Beijei os seus lábios quentes
Acariciei seu cabelo envolvente
Amei você, perdidamente!

Fui atrevido, incontido bastante
Encantei-me com seu jeito elegante
E, entre pensamentos profanos
Meu coração cigano
Ficou transportado
Para o mundo desejado!

Desejei, ousei...
Pequei. Quis.
Quis ser feliz!...
E foi muito, muito bom!
Bom, mas com jeito de pecado!...

Euclides Riquetti

Se olhares para o céu


 
 

 
 
Se olhares para o céu e enxergares estrelas
Mesmo que poucas delas, difícil de vê-las
Se as estrelas do céu estiverem escondidas
Na noite escura, na noite sofrida
É melhor não estares lá...

Se olhares para o mar e as águas estiverem turbulentas
Mesmo que sem vento, nas manhãs cinzentas
Se as águas do mar não estiverem em calmaria
E teu coração sentir uma indizível nostalgia
É melhor não estares lá...

Se olhares para o vale e não avistares florestas
Mesmo que que ouças pássaros fazendo festa
Se não houver um rio, houver apenas deserto
Volta para trás, este não é o lugar certo
É melhor não ires para lá...

Mas se olhares para qualquer campo florido
De todos os matizes colorido
Um campo verde, com flores amarelas e discretas
E avistares nele um poeta...
Serei eu que estarei lá...

A te esperar!

Euclides Riquetti

Amar: Jamais te perder!


 

 
 

Mar...
Luar....
Olhar...
Sonhar! (Querer)

Flor...
Amor...
Calor...
Dor! (Sofrer)

Navegar
Divagar...
Namorar...
Amar! (Pretender)

Canção...
Paixão...
Emoção...
Coração! (Viver, viver!, viver!)

E, entre verbos e substantivos
Te ver... tecer... te ter...
E, entre versos (re) sentidos:
Teu ser...
Apenas te querer.
(Jamais te perder!)
 
Euclides Riquetti

No Dia do Homem








No dia do homem, quero um presente
Quero algo simples, mas significativo
Ou que seja muito surpreendente
Bem mais do que um abraço amigo...

No dia do homem, seu carinho de mulher
Seus afagos generosos, a doçura do beijo
Quero tudo de você e ao tudo o que me der
Retribuirei com  ardor, imedível desejo...

No dia do homem, quero se eu merecer
No dia do homem, quero nem sei o quê
No dia do homem, quero se eu merecer
No dia do homem, quero ter você!

Euclides Riquetti
13-07-2016

Choveu na madrugada






Choveu na madrugada
Um chuvinha fresca
Bem pitoresca
Que molhou minha calçada
Quando choveu
Na noite de breu
Na madrugada...

Choveu e molhou os gramados
Molhou as plantinhas
Mesmo as ervas daninhas...

Molhou os telhados
Molhou as florinhas
Todas as plantas minhas...

E, enquanto chovia
Alimentei os sonhos meus...
Senti saudades
De andar pela cidade
Buscando reencontrar
Os olhos seus!

Choveu a chuva do alento
Que mexeu com meu pensamento
Irrequieto
Mas discreto:

Aquele que a procura
Na noite escura
Apenas porque
Quer reencontrar você...

Choveu na madrugada

Mas, depois, veio, de novo, o sol
O bendito e abençoado sol!

Euclides Riquetti

Anda, na chuva


 

 

 

Anda, na chuva
Caminha, na curva
Anda, no dia desensolarado
Cinzento, nublado
Mas anda na chuva!

Deixa que a água fresca encantarada
Molhe tua alma esbranquiçada.
Deixa que teu  pensamento navegue,  solto
Sobre um mar confuso e revolto
Mas anda na chuva!

Anda, na chuva da tarde, da noite, da madrugada
Caminha na manhã, esperançada.
Abre tua alma (alva) jazida em incertezas
Pensa em mim, pensa com leveza.
Pensa em mim, na curva, na chuva.

Mas pensa em mim!

Euclides Riquetti

O mesmo sol...


 




Nasceu, hoje, o mesmo sol de sempre                                          
Dourado, simplesmente encantador
Irradiavam seus raios o calor
Mas ele estava bem diferente...

O sol, quando nasceu na manhã cinzenta
Disse-me "bom dia,  o que você quer"?
E eu falei uma coisa qualquer
Com minha voz embargada e sonolenta...

Era minha voz grave e de travesseiro
Minha voz após a  noite pouco dormida
Da madrugada indômita, desaquecida
Que me entorpeceu por inteiro...

E que o sol volte sempre
Tímido ou ousado
Como você voltará, certamente
Para ficar ao me lado!

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti
14-07-2016




Abençoa, Meu Deus, as pessoas de bem


 
 

 

sábado, 29 de dezembro de 2018

No silêncio da madrugada...


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 Acordo na madrugada, num repente
Apenas a música do silêncio e da magia...
Não há mais barulhos, foi-se a gente
Na fresca madrugada, calma e silente
Apenas uma leve nostalgia!

Na madrugada do lençol macio, da cama quente
Um frágil pulsar de corações
Nos corpos que se encostam levemente
Quando  amantes  se perdem sutilmente
E brotam mil amores, mil paixões.

É no silêncio da madrugada que eu escuto seu coração
Não sei  de onde, mas manda-me sua música contagiante
De seu pulsar harmônico embebido de paixão.

É na madrugada que meu pensamento move-se no ar
E vai em busca  de seus olhos cativantes
Vai em busca de encontrar seu belo olhar...

Euclides Riquetti

Lágrima de cristal


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Uma lágrima de cristal
Rolou em teu rosto
Belo
Perfeito
Natural...

Não era uma lágrima de desgosto
Nem de desconforto
Era apenas uma lágrima casual
Como tantas outras que caem
Em momento especiais.

Uma lágrima límpida
Transparente
Insípida
Intransigente
Que apenas queria cair
Rolar
Sumir
No mar!

Uma lágrima de cristal
Como uma joia preciosa
Esplendorosa
Excepcional
De  beleza colossal
Num semblante divinal.

Apenas uma lágrima tímida
Fugidia
Que chegou para me dar bom dia
E foi-se embora
Venturosa.

Euclides Riquetti

Gabriela Weber - Uma História de Amor!




                                      Relembrando...

 

          A Gabriela Weber era uma jovem muito bonita. Estudiosa.  Inquieta. Trabalhadeira. Caprichosa. Preocupada com o futuro. Responsabilíssima. Carinhosa. Generosa. Adorada pela família, pelo namorado, pelos amigos. Sonhadora, tinha os mesmos sonhos da maioria dos jovens de sua idade:  Queria ser feliz!

          Na manhã de 13 de outubro de 2011,   saí de casa muito cedo para ir ao meu trabalho em Ouro. Passei, de carro, pela Escola do Bairro Nossa Senhora de Lourdes, fui em direção à BR 282. Também Passei diante de uma sequência de casas ao lado esquerdo da Avenida Santa Luzia, e de prédios ao lado direito. Eram poucos minutos antes das 6,30. De uma dessas casas, também, saiu com sua motocicleta a jovem Gabriela...

         Gabriela tinha 18 anos, era terceiranista do Colégio Certi, aqui de Joaçaba. Trabalhava numa gráfica aqui na parte alta da cidade, 1 Km distante da sua casa.  No dia anterior, Dia da Criança, Dia de Nossa Senhora Aparecida,  recebeu um telefonema: Era para ir mais cedo do que o horário de costume para o trabalho, na manhã seguinte,  pois com a proximidade do final do ano havia muito serviço a darem conta. Acordou muito cedo naquele dia pós-feriado, plena Primavera. Os dias já costumavam clarear mais cedo, as pessoas eram acordadas pelos cantos dos passarinhos. Próximo à casa de Gabriela, muitos deles  nas árvores. Flores nas floreiras e nos jardins das casas. O vento, no entanto, sacudindo os eucliptos, as plantas pequenas, as árvores altas. O céu, naquela manhã, teimava em não clarear. Nuvens escuras o  cobriam, havia perspectiva de tempestade, de turbulência.

          Dona Rosa da Silva, a mãe da Gabi, não queria que ela saísse de casa, pois  o tempo estava ameaçador, perigoso. Mas o senso  de responsabilidade da jovem era muito grande. Tinha os sonhos a realizar, precisava ser assídua no trabalho, na escola. Nunca deixara de cumprir seus compromissos e não seria naquele dia que iria falhar.

          Gabriela logo ia casar. Amava e era muito amada pelo namorado, o Jair da Silva. Queria estudar Pedagogia, ser professora, adorava crianças. Não gostava de ver criança chorando, aquilo lhe partia o coração. Tinha a vocação para o magistério, para a maternidade. Gostava de crianças, gostava de animais. Tinha seus gatos  de estimação, não admitia que fossem maltratados. Duas semanas antes,  o casalzinho havia sido  padrinho de um casamento. O sonho deles era o do casamento também.

          Gabriela gostava de jogar  futebol e vôlei, de ir à praia. Viajar a encantava, principalmente quando o destino era estar nas areias das praias, nas águas  do mar. Tinha planos, muitos planos. Trocar a motocicleta por um carro para se sentir mais segura era um deles.

          Fazia amizades com facilidade, tinha amigos jovens, crianças, pessoas de todas as idades. Adorava festas sertanejas, que frequentava sempre que possível. Mas também gostava de estar em casa, junto com a família, escutado música ou vendo filmes na TV. A menina que gostava da cor pink e que tinha sonhos rosados e gostava da música "Sem ar", de D´Black (uma belíssima canção),  também gostava do Grupo Roupa Nova, de Jorge e Matheus, Fernando e Sorocaba, e Paula Fernandes.

          Mas naquela manhã em que saiu antes do horário de  costume para o trabalho, a moça bonita,  de pele macia, olhos brilhosos e cabelos castanhos,  não imaginava o que estava a esperá-la: No trajeto para o trabalho, na Rua 12 de Outubro, paralela à BR 282, os fortes ventos partiram o tronco de uma árvore. Fatalmente, Gabriela Weber ia passando pelo local com sua moto. Atingida na cabeça, teve morte instantânea. Chamada, sua mãe, a Dona Rosa, foi a terceira pessoa a chegar ao local. Foi levada ao Hospital Universitário Santa Terezinha pelos Bombeiros Socorristas, mas lá já chegou sem vida.

          A voz silenciou, o sorriso se apagou, seu rosto serenou... Gabriela partiu deixando uma legião de amigos e os familiares: Rosa e Osmar, seus pais; Carla Cristina, Daiane, Viviane e Douglas, seus irmãos; Vany, a cunhada, e os sobrihos. E Jair, o namorado, com quem pretendia realizar o sonho maior: O de viver, para sempre, sua História de Amor.

          Dos muitos recados que lhe passaram pelas  redes sociais, escolhi o postado por sua colega  Bonnie, que sintetiza o que seus amigos pensavam dela:

"Gabi, eu gostaria de dizer que você era uma pessoa maravilhosa e que nunca irei te esquecer. Foi um imenso prazer ter te conhecido, nunca me esquecerei de nosso tempo juntas na escola, de como você era simpática e bonita. Nunca achei que isso iria acabar um dia, sempre achei que você teria um grande futuro... Adeus, Gabi, em sinto muito... sem palavras... ( de sua amiga Bonnie)".

          Por dois anos eu  passava diante daquela casa e via a figura solitária de uma senhora que olhava para a rua, para o céu, imóvel sentada numa cadeira da varanda. Ficava imaginando o que aquela família deveria estar passando. E, quando lia notícias de  mães que perderam seus filhos, me comovia. Há uns meses subi a escada e fui conversar com aquela mulher simples e  de aspecto tão triste. Apresentei-me, ouvi sua história, a  da  filha Carla Cristina, e pedi-lhes licença para escrever esta crônica sobre a Gabi. A Gabi, como tantos outros jovens que perderam a vida, não foi  uma simples folha em branco. Teve seus sonhos, sua História. Amou e foi amada.  Não partiu por vontade própria, mas a fatalidade a afastou de seus entes queridos.

          Tenho em mim a lógica de que os filhos é que devem enterrar os pais. Infelizmente, como a Dona Rosa, muitas outras mães tiveram que passar por isso.

          Que Deus tenha para a Gabriela um belíssimo lugar no paraíso. Que possa, com sua bondade e sorriso, ser luz para os que aqui ficaram e que sentem muita dor pela sua perda.

           Esteja bem, tenha a certeza de que seus familiares e amigos muito a amaram também, Gabi!

Euclides Riquetti

Me dê um motivo decente...


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Me dê um motivo decente
Apenas um, qualquer que seja
Mas algo que me convença
Que não me quer, nem me deseja...

Me dê um motivo plausível
Uma prova incontestável
Para algo tão impossível
Que não seja refutável...

Me dê um motivo sério
Algo que possa ser aceito
Não quero nenhum mistério
Talvez seja meu defeito...

Então, apenas me dê um motivo
Um argumento bem forte
Talvez seja algo proibido
Ou apenas falta de sorte...

Apenas um..
Apenas isso...
Não é nada demais!

Euclides Riquetti

Ganhar teu beijo

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Quero dar-te um abraço terno
Um abraço simples, mas que seja eterno
Não mais descolar-me de ti:
Um eterno e terno abraço,  (em ti...)
Eterno, eterno abraço terno!

Quero levar-te o abraço do encantamento
O abraço que se perde no firmamento
E que se encontra, depois, ali depois do raio de sol
O abraço que se esconde... sob o branco lençol!
E que te percas em mim por um mágico momento...

Quero que aceites meu abraço dado
Quero que me apertes  no abraço apertado
O abraço na manhã que te surpreende
O abraço no teu corpo que me acende
E que busca o teu beijo sagrado...

Enfim, não te surpreendas, não
Com as reações de teu coração!
E não te assustes com minha ousadia
Nem  te incomodes com tanta rebeldia
Pois quero apenas tua atenção.

Quero dar-te um abraço terno
Quero ganhar teu beijo, quero muito, quero!

Euclides Riquetti

Abençoa, Meu Deus, as pessoas de bem


 
 

 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Um poema de amor e paz




Estou te escrevendo este poema
Faço o que todo o poeta faz
És uma flor roubando a cena
Em meu soneto de amor e paz.

Um poema de muita alegria
Um sonho de cor e sedução
Pinto o cenário que um dia
Deu-me à luz muita paixão.

Descrevo flores e perfumes
Com seus mais finos odores
Teus olhos são os meus lumes
Desenho-os em multicores.

Nada há que mais  me envolva
Não  há nada que me apraz
Nada há mais  que me revolva
Do que um poema de amor e paz!

Euclides Riquetti

Como se fosse sábado...






Engraçado...
Hoje me pareceu...
Como se fosse
Um dia de sábado!
E amanhã seria domingo
Um dia muito lindo!

Ora, meu pensamento faz calendários
Cria dias imaginários
Conforme sua conveniência...

Meus interesses se sobressaem
Enquanto as pessoas se distraem
E fogem da subserviência...

Fogem dos controles a lógica
Da vida metódica
O medo da mudança...

Mas há horas que se procuram
Novos e animadores horizontes:

Os horizontes que inspiram o poeta
Ele e sua pena indiscreta
Que corre sobre os papéis
Com versos amenos ou...
Cruéis!

Mas o poeta acanhado
Dá o seu recado:
O mundo é apenas uma passagem
E é preciso ter coragem
Para os novos desafios
Sejam nos dias chuvosos
Seja nos dias de estio.

E, não sei por que motivo
Mas há algo aqui comigo
Que me induz e impulsiona
A dizer que o que aprisiona
A ninguém faz bem.

E que todos os dias possam ser como os sábados
Com os pensamentos motivados
A pensar que o amanhã seja mais um domingo
Sempre adorável, sempre muito bem vindo!

Apenas assim...

Euclides Riquetti

No gramado de minha casa

No gramado de minha casa
 


 

 
 
 
No gramado de minha casa caem peras
São peras verdes, peras amarelas
Frutas pesadas, mas singelas
No meu gramado me caem lágrimas e estrelas.

No gramado de minha casa choram emoções
De ver a criança deslizando os pés delicados
E os beija-flores buscando o adocicado
(No meu gramado acalentamos corações).

A pitangueira, ali, atrai os passarinhos
Ela, com os  pequenos frutos alaranjados
Eu, aqui, com os meus zelos e cuidados
Jogando alpíste para os pequeninhos.

E as bergamoteiras acanhadas
Sombreiam as pequenas jaboticabeiras
Ameaçadas pela corpulenta ameixeira
Reverenciam as  laranjeiras carregadas.

E vêm canários, pardais ou tico-ticos
De todos os lados, até de azul  penugem
Nem se vê de onde, mas de repente surgem
Trazendo raminhos nos pontudos bicos.

É a natureza que sobrevive à fúria  humana
Antagonizando com os blocos de concreto
Contra o vidro, o cimento, o prumo certo
Majestosa força, soberana!

E os caquizeiros, respeitosos, aguardam o entardecer.
Buscam encontrar o aroma da romã
Que não vem, porque a mão humana, esta vilã
Não lhes sobrou lugar para crescer.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Quisera que me quisesses


 

 
  
Eu quisera que tu me quisesses como eu te quero
Eu quisera que tu me entendesses como eu te entendo
Eu quisera que tu me dissesses,  pois  não compreendo
Por que não dizes as palavras que eu tanto espero?

Eu pensei que  em teus sonhos divinos  estivesse presente
E mergulhei na paixão desmedida que tanto nutri
E agora me vejo sozinho, afastado de  ti
Sedento de amor e desejo na noite fervente!

Os anos passam, o mundo anda ligeiro, ligeiro
Não há porque não deixar as coisas acontecerem
E os sonhos precisam ser vividos agora,  por inteiro.

Os anos passam e as pessoas também se vão
Sem que elas possam tudo isso perceberem
Sem conviver  com  a alegria de uma paixão...

Euclides Riquetti

Feliz novo dia!





Quando, de manhã, você tiver constatado
Que tudo o que fez ontem foi altamente produtivo
Que o caminho que você percorreu foi bem pavimentado
Para que sua luz intensifique seu brilho antigo...

Quando, de manhã, você tiver já planejado
Ter um dia junto com as pessoas que você quer
Ter um dia magnífico, um dia bem abençoado
Fique esperançosa com tudo o que lhe vier...

Quando, na manhã, o sol ressurgir, depois do dia chuvoso
E os ventos já estiverem totalmente acalmados
E você puder receber um abraço sutil e carinhoso
Terá as recompensas pelos sonhos sonhados...

E, quando os dias se mostrarem mais claros e bonitos
Porque a primavera florida já se aproxima
Verá que há mais azul a cingir o firmamento infinito
Porque sua alma é a luz que a todos ilumina!

Tenha um dia bastante abençoado
Um FELIZ NOVO DIA!

Euclides Riquetti

Eu e meus pecados




Aqui estou, meu Senhor
Eu e meus pecados
Não queremos muito, não
Apenas sermos perdoados.

Eu, por havê-los cometido
Por ter perdido,  às vezes,  a razão
Por não ter escutado meu coração.
Eles, por me terem seduzido.

Somos,  ambos,  duas almas descuidadas
Merecemos, assim, o incondicional  o perdão
Não somos da história o vilão
Queremos nossas culpas deletadas!

Preciso em minh' alma toda a alvura
Iniciar,  cada mês,   novinho em folha
Então, peço perdão, não tenho escolha
Perdoa-me, Bom Senhor lá das Alturas!

Falo por mim e por meus pecados
E por isso mesmo já vou escrevendo
Não podemos chegar em dezembro
Sem que sejamos perdoados
Eu... e meus pecados...

Perdão, Senhor, perdão!!!
Euclides Riquetti

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Canção do som do mar





Ao cantar esta canção
Me lembro, com emoção
Da praaaaia!...

Foi lá que eu te conheci
Me encantei quando te vi
Na praaaaia!...

Encontrei-te junto ao mar
Com a  areia a te queimar
Da praaaaia!...

/Hoje eu canto esta canção/Que me traz tanta emoção/
Ao lembrar o som do mar/Ao lembrar o som do mar... do mar!/
(duas vezes)

Foi amor, foi alegria
Foi amor naquele dia
Na praaaaia!...

Eu me lembro bem feliz
Do ceú claro, azul aniz
Da praaaaia!...

Na verdade eu nunca tinha
Visto algo tão bonito
Na praaaaia!...

/Hoje eu canto esta canção/Que me traz tanta emoção/
Ao lembrar o som do mar/Ao lembrar o som do mar... do mar!/
(duas vezes)

Foi  minha vez primeira
A pisar naquela areia
Da praaaaia!...

Não me deste o telefone
Mas escreveste teu nome
Na areeeeia!...

Até hoje te procuro
Seja claro, seja escuro
Na areeeeia!...

/E hoje eu canto esta canção/Que me traz tanta emoção/
Ao lembrar o som do mar/Ao lembrar o som do mar... do mar!/
(duas vezes)
Euclides Riquetti

Silêncio no Asfalto - (Soneto vencedor do Concurso Miguel Russowsky de Poesias)











Euclides Riquetti recebendo premiação das mãos de Jucelino Ferraz, Prefeito em Exercício de Joaçaba, pelo primeiro lugar no "Concurso de Poesias Miguel  Russoswsky", em 20-12-2018,  na categoria Soneto. O concurso foi promovido pela Gerência  da "Casa da Cultura Rogério Sganzerla" 




Silêncio no asfalto


O asfalto liso, azul-cinza matizado
É palco de nostalgias e de dilemas
O asfalto que tem o brilho prateado
É canteiro de meus prantos e poemas.

O asfalto escuro vai perdido na curva
Onde morre o sonho e vagam os atritos
Coração dilacerado em alma turva
Na sentida dor, abalos e conflitos.

O asfalto inóspito se alonga na vista
Duas faixas douradas decoram a pista
No desafio sutil, terno e sedutor.

É um instigar e uma dúvida presente
Tétrico palco da tragédia iminente:
Calou-se a voz do poeta sonhador...



Euclides Riquetti