Quando você vê as estatísticas apresentadas nos gráficos da imprensa televisionada ou mesmo nos sites, verá que alguns estados estão com percentual menor e outros maior de pessoas vacinadas. Fica a impressão de que alguns estão relapsos e outros estão mais ágeis, mas a questão não é tão simples como parece.
O Rio Grande do Sul e alguns estados do norte estão sempre com quase cinco por cento a mais que o Paraná e Santa Catarina. Ocorre que a quantidade de doses de vacinas enviadas para os estados pelo Ministério da Saúde são determinadas pelos números do IBGE. As estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam as faixas etárias da população. E os critérios da idade são o principal fator a influenciar na destinação das doses. Depois há todos os outros, como profissionais que atuam diretamente no combate à Covid 19, professores, pessoal da segurança pública, etc.
O Rio Grande do Sul é o estado onde há maior longevidade e isso significa que a sua população é mais idosa do que a dos outros estados. Então, de início e na continuidade, teremos mais vacinados ali. Adiante, na reta final, as pontas estarão se ajuntando. Haverá pouca diferença nos percentuais lá pelo mês de setembro.
A imprensa faz muita especulação e diz muita coisa sem pesquisar para ver como as coisas são realmente. E o pior que fazem é emitir a opinião sobre coisas que conhecem até menos do que eu e tantos amigos meus. Aliás, tenho alguns amigos que têm um posicionamento caótico sobre o assunto pandemia. A realidade da pandemia é perversa. Por exemplo, aqui em Santa Catarina, a NSCTV, que é afilhada à Rede Globo, divulga sempre que as cidades de Joinville, Blumenau e Itajaí são as onde há o maior número de contágios. Se pegarem essas cidades e fizerem a conta sobre o número de infectados ou de óbitos para cada 100.000 habitantes, verão que os índices são baixos em seu território. Florianópolis, por exemplo, tem um nível de infecção bem menor que que a média estadual. Itapema, Bombinhas e Porto Belo, índices baixíssimos. Mas de você pegar Erval Velho, Ouro, Jaborá e Joaçaba, aqui na nossa região, verá que os números assustam, embora nas três últimas tenham decaído na última semana.
O esforço para que todos tomem as vacinas disponíveis é importante, não importando qual a origem ou qual laboratório produz. Os estados, alguns deles, têm critério para mudar a faixa de aplicação. Aqui em Santa Catarina, para descer da faixa de 50 a 54 anos, por exemplo, o município precisa ter aplicado as doses em 75% das pessoas nela enquadradas. Se não correrem atrás das pessoas, não atingem a meta e não podem baixar para a faixa de 45 a 49 anos. Então, façamos força para "empurrar" os familiares e amigos a tomarem sua vacina e, inclusive, a segunda dose.
Há ainda a competição entre as esferas de poder nos três níveis: federal, estadual e municipal. Todos divulgando calendários de vacinação baseados nas expectativas de receberem as doses do Ministério da Saúde. Falta de um planejamento considerando as estatísticas e as possibilidades de terem as doses à disposição.
Mas considero a briga competidora salutar. Briguem para ter mais vacinados e façam menos politicagem, todos!
Euclides Riquetti
27-06-2021
Como diz um amigo meu: "o importante é o rumo o resto tem pouca importância". Se não houver a intenção de manipular e distorcer os dados, como costuma fazer metodicamente esse maldito desgoverno bolsonaro, tudo vale.
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