Como se fosse um verso reverso
Ou um soneto já muito declamado
Encontro o teu olhar desconfiado
E busco reunir teu sorriso disperso.
Como um conto sem personagem
Ou um calendário já anacrônico
Configuro-te num senso irônico
Para chegar e ir pedindo passagem.
Como um compositor sem violão
Ou um poeta sem mesmo um papel
Como o pintor sem nenhum pincel
Vou-te desenhando com o coração.
Como um ignoto catador de estrelas
Passo pela tua rua e abro a tua janela
E te entrego a cândida flor amarela
Para que a guardes onde possas vê-la.
Peço que a cheires nas noites solitárias
Para que captes a minha sensibilidade
E me namore sentindo muitas saudades
Quando tentas dormir e não consegues.
Euclides Riquetti
01-12-2021
Boa tarde, Euclides, simplesmente maravilhoso! Todo seu trabalho é muito bem elaborado e tecido com esmero e paixão. Parabéns, afetuoso abraço. Miriam Carmignan
ResponderExcluir