Todas as perdas nos entristecem. Muito mais quando ocorre com pessoas nossas amigas de longa data. Os meses de novembro e dezembro ficarão em minha memória saudosa em razão da partida de muitos amigos. Presto aqui minha homenagem àqueles que, de alguma forma, fizeram parte de minha vida num ou outro momento. Há poucos dias eu falava com uma amiga e comentávamos sobre as perdas de pessoas com quem mantivemos laços de amizade em nossa vida. Sugeri que as perdas são muitas porque conhecemos muitas pessoas, temos uma longa vivência profissional, social e comunitária. Ela concordou comigo. Os anos nos trazem a amizades e nos levam outras. É o ciclo da vida. Só perde amigos quem os tem!
Lúcia Mauricéia da Silva e Jorge Augusto da Silva eram um belo casal. Conheci-os em 2005, quando eles foram morar em Capinzal. O Geólogo Jorge Augusto era fanático por política. Tinha o seu lado, mas conseguia relacionar-se bem com os que pensavam diferente dele. Tinham um menino, o Jorginho, que ficou adulto. Uma vez fomos a Brasília, eu, ele e o prefeito José Camilo Pastore.
Era ligado ao Governo da época. Foi em 2006. Hospedamos num hotel de bom padrão. Ele iria conosco protocolar projetos em favor do Município do Ouro. No Hotel, percebeu que tomava café próximo de nós uma senadora catarinense. Foi lá, apresentou-se à "companheira" e grudou nela. Conseguiu audiências em ministérios, onde protocolamos projetos importantes e que deram resultados positivos. À noite, fomos convidados a jantar como Emílio Ângelo Carmignan, meu cunhado, que era funcionário de carreira de um importante órgão nacional.
Lúcia foi internada em Lages, onde residiam seus familiares e ficou na espera do transplante de órgão vital. Falceu antes de isso se concretizar. Tive alguns contatos com ela nos dois meses que antecederam a sua partida. Jorge Augusto, depois de um considerável tempo de internação em Joaçaba e Florianópolis, nos deixou, vitimado por doença grave.
Felícita Scalsavara, esposa de meu colega professor Sílvio Scalsavara, mãe da Kátia, da Cássia e do Carlos Sócrates. Pela condição profissional, trabalhei três décadas na rede estadual com o professor, mormente na Escola Prefeito Sílvio Santos, em Ouro. O casal mantinha uma lanchonete na Rua Sete de Abril, em anexo à sua residência, em Ouro. Muitas vezes fomos lá jantar e confraternizar com amigos. Faziam um leitão ao forno muito caprichado. Nosso colega professor Polaco (Carlos Roberto da Silva), era o chef por opção. Delícias!
A Felícita participava da vida política da cidade, tendo até assumido por um período a vereança junto à Câmara Municipal. Fazia parte do Grupo Pìccola Itàlia Del Oro, atuante em coral e eventos de gastronomia e cultura, como a Noite do Queijo e do Vinho, realizada anualmente no Clube Esportivo Floresta.Sua participação na vida cultural e social em Ouro foi muito expressiva.
Ficou mais de 4 meses internada no Hust, aqui em Joaçaba, chegando a fazer sessões de hemodiálise. Eu e a Miriam a visitamos no início da doença e, depois, fomos tendo contato diário com o Sílvio, que nos mantinha informados diariamente. Mandei, diariamente, mensagens de esperança para os familiares, que não se concretizaram. Eu tinha a convicção de que ela ia dar a volta, mas não aconteceu. Teve infecções, estava muito debilitada e acabou nos deixando.
Luciana Cristina Franceber Groth, partiu na sexta-feira, aos 49 anos. Deixou o marido Davi e as filhinhas Maria Clara e Betina. O casal e os familiares são pessoas do bem e das melhores relações em Joaçaba e Herval d ´Oeste. Foi uma década de luta dela contra uma doença agressiva. Suportou tudo como se nada estivesse acontecendo com ela. Há alguns anos eu costumava ver ela e as duas meninas sentadas nos bancos da capela Santa Luzia, aqui perto de casa, enquanto o Davi participava da equipe litúrgica, inclusive proferindo a pregação da Homilia. A comunidade esteve acompanhando toda a trajetória de seu sofrimento e esteve presente na derradeira despedida.
Eles residiam cerca de 1 Km de minha casa, perto da casa dos pais dele, que tinham muita admiração e consideração pela nora. Os pais dela, Querepino e Eni, são meus amigos dos tempos de juventude. Ele era policial em Ouro e Capinzal, ela veio do Rio Grande do Sul e foi acolhida pelos meus tios Maria (Lucietti) e Vitório Richetti. Crada como filha, com muito carinho. O Juliano, irmão dela, é afilhado de meus irmãos Iradi e Ironi (este saudoso). Sou bem amigo do Júlio e da Leila, que vejo constantemente aqui em Joaçaba. A comunidade esteve presente e a celebração de despedida, numa capela da Frei Bruno, foi realizada por Dom Mário Marquese, nosso Bispo da Mitra Diocesana de Joaçaba. Os presentes emocionaram-se muito, pois ela era uma pessoa muito querida por todos.
Ivo Maximiliano Faccin - Faleceu aos 83 anos, aqui em Joaçaba. Foi velado na Frei Bruno, na sexta-feira. Era meu amigão desde há muitos anos. Foi personagem de uma crônica minha de meu segundo livro. Convidei-o para o lançamento de "Crônicas dos Antigos Rio Capinzal e Abelardo Luz-Ouro". O lançamento, programado para março de 2020, teve que ser adiado por causa da pandemia do novo coronavírus. Ele tinha até comprado um par de sapatos novos para ir ao evento.
Tenho amizade com um de seus filhos, o João Paulo, que é bancário atencioso aqui em Joacaba. A esposa é filha de uma parente nossa, que minha mãe chamava de Tia Faustina, in memorian.
A família do Ivo é muito grande, tinha irmãos. Sou amigo da Ione (esposa do Valêncio José de Souza), do Elói e do Antônio Carlos Faccin, que trabalhou muitos anos no SIMAE de Capinzal e Ouro.
Depois de ter trabalhado em Capinzal, desde os seus 14 anos, quando foi atendente em posto de gasolina de Edgar Lancini, por muitos anos atuou como motorista-vendedor dos produtos da Bitter Águia, representando-a nos estados do Sul do Brasil. Já aposentado, costumava frequentar, diariamente, a Praça da Prefeitura de Joaçaba, onde encontrava-se com outros amigos aposentados e os taxistas. Era respeitado e querido por todos.
Professor José Walter Lins - Deixou-nos no sábado, 16 de dezembro de 2023. A notícia do seu falecimento veio através de grupo da ACP local - Associação Catarinense de Professores. Estava com 73 anos, mas sempre cultivou plena forma física. Morava em Herval d ´Oeste e fizemos um curso juntos no SESC de Joaçaba. Fizemos boa amizade e sempre que nos encontrávamos na rua batíamos gostoso papo. Era conhecido como professor Walter e tinha formação em Educação Física.
A sua partida foi muito sentida por todos, pois era uma pessoa muito carismática e prestativa, sempre dando palavras de inventivo a todos. Gostava de falar de pescarias, principalmente de uma que fez no Pantanal Matogrossense. Valorizava sua família e era muito querido nas cidades de Joaçaba e Herval d ´Oeste.
Que Deus proteja os entes queridos de todos eles e que sua imagem e exemplos fiquem registrados em nossa memória com o nosso carinho.
Euclides Riquetti
19-12-2023
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