sexta-feira, 29 de março de 2024

Um Brasil de analfabetos – muito discurrso e pouco resultado! (E o Mobral?)

 


       O Brasil está com quase dez milhões de pessoas de 15 anos ou mais analfabetos. Isso é muito assustador. De 2019 até 2022, a taxa de analfabetismo no nosso País caiu de 6,1 % para 5,6%. Isso ocorreu durante o Governo de Jair Messias Bolsonaro. Mas é pouco! Mais de metade dos analfabetos vivem no Nordeste e são, na maioria, idosos.

       Em dezembro de 1967 foi criado o MOBRAL, Movimento Brasileiro de Alfabetização, que tinha objetivos bem claros de erradicar o analfabetismo do Brasil. Municípios, Estados e Federação iriam trabalhar em conjunto com a própria sociedade para somarem todos os esforços possíveis a fim de fazer com que as pessoas aprendessem a ler e a escrever. Somente em setembro de 1970 o Mobral passou a ser mantido com recursos da Loteria Esportiva e do Imposto de Renda. Como foi criado na época do Regime Militar, muitos entes não fizeram nenhuma força para que desse certo. Na década de 1970, tínhamos 1\4 da população brasileira sem saber ler e escrever. É possível estudar? – Direi que se o cidadão está diposto a isso, ele consegue, sim! Basta que tenha vontade!

       Meus estudos do antigo primário e ginásio deram-se na década de 1960, em Capinzal. Na seguinte, eu estava concluindo meu Técnico em Contabilidade (1971), e em 1975 concluí o Universitário. Havia incentivos para se estudar? O único era o apoio dos meus pais e irmãos, e minha consciência de que estudar era um fator importantíssimo para que eu pudesse ter uma vida com estabilidade, constituir uma família e poder sustentá-la. A CNEC era uma instituição comunitária, recebia um pequeno auxílio da prefeitura de Capinzal e nós pagávamos mensalidade. Um dos alunos cobrava a mensalidade dos demais e com isso tinha a dele abonada. Trabalhava no pesado e à noite ia para a escola. Hoje é exitoso empresário.

       Na época, eu trabalhava como lavador de carros e frentista em posto de gasolina, ia para o trabalho cedo e dormia menos horas do que o recomendado para um jovem à noite. Mas nunca desisti, muitas vezes o sono batia durante a aula e os colegas e professores me animavam para eu ficar acordado.

       Em 1972, após passar no vestibular, tornei-me acadêmico na Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras, a FAFI, de União da Vitória, no Paraná. Trabalhei numa concessionária da Mercedes-Benz durante os quatro anos e mais um após a conclusão do curso. No início, ganhava o salário mínimo, Duzentos e Cinquenta Cruzeiros por mês. A mensalidade era de Cinquenta Cruzeiros, valor ínfimo, por ser uma fundação estadual. Gastava Cento e cinquenta de república e como eu fazia algumas horas extras, me sobravam Cinquenta para passar o mês, com a lavagem de roupas, o cinema, o lazer.

       Meus pais me ajudaram no início, pois eu fazia cursos intensivos de Inglês. A ajuda, no primeiro ano, foi de Oitenta a  Cem cruzeiros por mês. Antes de terminar o primeiro ano, eu já ganhava o suficiente para cobrir todas as minhas despesas e dispensei a ajuda da família. No terceiro ano, me ofereceram  uma Bolsa de Estudos. Com o dinheiro, comprei um fogão a gás de 4 bocas, marca Geral. No quarto ano, dispensei a bolsa. Eu já me sustentava e tinha um nível social e econômico muito satisfatório. Em 1976, já formado, lecionei Inglês no cursinho do Instituto de Idiomas Yázigy e Português, por dois meses, no Colégio Industrial Coronel Cida Gonzaga, em Porto União, no Científico, em nível de  Segundo Grau na época.

       Desde a criação do Mobral, passamos pelos governos militares, Sarney, FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro e agora Lula de novo. E continuamos com um índice vergonhoso de analfabetos. Quem falhou?

       A política em Joaçaba – O Prefeito de Joaçaba tem se manifestado pela candidatura própria de seu partido, o PSDB, para Prefeito de Joaçaba. Está aberto a coligações. O PP, agora presidido por Djimi Parno, está se organizando e articulando. Tem um rol de filiados extenso e está filiando novos eleitores. Tem como pré-candidatos a Prefeito o empresário Hipólito Kremer, que não teria rejeição, e a vereadora Disneia de Marco. Parno  está buscando candidatos à Vereança, dentro de um perfil que o seu Partido definiu. O Progressistas é sucessor do antigo PDS, o Partido Democrático Social. O PP, segundo seus novos dirigentes, está aberto a negociações com outros partidos para a formalização de coligações.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com


Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

Em 28-03-2024

 

 

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