Sem você
Parece que o sol já não brilha no meu dia
E que as noites estreladas já não se repetem
Some minha inefável e costumeira alegria
E as lâminas d´água nem sequer a refletem.
Sem você
Minhas noites primaveris parecem outonais
E não tenho o seu corpo grácil para afagar
Nem minhas roseiras me parecem naturais
Já não brotam novas rosas para contemplar.
Sem você
Eu me desloco por aquelas ruas perigosas
Subo escadarias e desço íngremes ladeiras
Nem sinto que me perco em ruas pedregosas
Não percebo que a tarde já não é fagueira.
Sem você
Sou apenas um grão de areia num universo
Uma gotícula de água que escorre pela folha
Da roseira onde me inspiro para meus versos
Como uma lágrima tênue a rolar como bolha.
Euclides Riquetti
02-10-2024
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