sábado, 21 de dezembro de 2024

Analfabetismo - violência – incertezas na economia e na política - para onde vamos?

 


       O Brasil continua com elevado número de analfabetos. Segundo o IBGE, o censo de 2022 mostra que ainda somos um país de analfabetos. Se considerarmos que as cidades precisam investir ao menos 25% de seu orçamento em Educação, isso é um indicativo perverso. Você tem visto vídeos ou reportagens sobre as escolas do Norte e Nordeste? Viu a precariedade das suas instalações físicas? Você, leitor, leitora, acha que quem escreve nomes próprios  com letra inicial minúscula tem condições de ensinar?

      No pós governo militar, tivemos sete presidentes: Fernando Collor de Melo, que sofreu impedimento. Itamar Franco, que o substituiu. Fernando Henrique Cardoso, que o sucedeu e cumpriu dois mandatos. Luiz Inácio Lula da Silva, que  governou por dois mandatos e está na metade de seu terceiro. Dilma Rousseff, um mandato e meio. Michel Temer, meio mandato. Jair Messias Bolsonaro, um mandato, tentou a reeleição e perdeu. Estamos no Lula 3.

       São três décadas e meia de governos com alternância entre direita e esquerda e “do meio”: Collor foi um playboyzinho despreparado para governar. Contrariou alguns setores e ferrou-se. Itamar Franco, enquanto riam de seu topete, fez um ótimo governo, criando o Plano Real e estabilizando nossa moeda e nossa economia. FHC, metido a intelectual, comedor de buchada de bode, foi oportunista e andou de carona no real. Para reeleger-se, manobrou o câmbio do jeito que quis. Lula foi bem em seus dois primeiros mandatos e mostrou que a esquerda podia governar e conviver com a direita. Virou até presidiário. Dilma era uma despreparada, foi motivo de piadas e não conseguiu relacionar-se bem nem com os seus partidários. Sofrendo impedimento, foi substituída por Temer, que realizou reformas importantes e saíu do governo com baixa popularidade. O milico Bolsonaro foi razoavelmente bem na economia, mas falou muitas bobagens e isso lhe custou caro. Lula, no presente mandato, também por suas falas, está comprometendo o futuro do Brasil por causa do endividamento. Precisamos de muita responsabilidade. E a imprensa, que tem seus lados de preferência, precisa ir para o foco jornalístico e sair desse seu comportamente excessivamente opinativo.

       Continuamos com elevado índice de analfabetos, criamos um monte de preguiçosos e não vemos luzes que nos retirem da escuridão educacional ou social. Na economia, vivemos em solavancos. Na saúde, notícias de gente morrendo nos postos de saúde e  nas emergênias dos hospitais. A situação climática, cada um defende e narra seu pensamento e seu interesse. Na segurança, enquanto se discute sobre o imposto das armas, gente é assaltada e assassinada em todos os lugares. Feminismo em alta mas mulheres sendo covardemente mortas pelos maridos brutamontes. Crianças e velhos maltratados.

       Por favor, não me venham falar em “políticas públicas”. Falem-me de ações e soluções públicas. Não banalizem o termo democracia, vivam-na em sua alma e em sua conduta em casa, na escola, em sua igreja, em seu clube, e  não fiquem enchendo o saco.

       E os beneficiários dos programas sociais do Governo Federal, que esforço fazem para buscar emprego? Ou preferem fazer biscates ou trabalhar por dia a fim de não perderem as vantagens a que se acostumaram receber? E muitos  afastados do trabalho por limitação laboral ou doenças, continuam trabalhando não registrados em empresas.

       Então, precisamos melhorar em muitos aspectos. Mas, se não levarmos a educação muito a sério e cortarmos benefícios de aproveitadores, não poderemos esperar por um País melhor!

       O Brasil endividado cujo futuro nos incomoda – A situação política, no Brasil, é muito bagunçada. No momento, está em níveis insuportáveis para nossos ouvidos e olhos. O termômetro de nossa economia anda em duas linhas: o preço do dólar e os índices da Bolsa de Valores. E ambos são assustadores.

       Picolé de chuchu cada vez mais xuxu – Geraldo Alkmin, vice presidente do Brasil, vive o seu pior momento como político. Apenas um arremedo do que foi o exitoso e equilibrado Governador de São Paulo, médico por formação. A imprensa até tem poupado o Governo de suas críticas, embora os fatos mostrem a fragilidade de  Geraldo.

       Com a internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o qual sofreu duas cirurgias na cabeça na semana passada, o normal seria que este tirasse umas semanas para se recuperar, mas nada! Até a Lei dos créditos de carbono foi sancionada por Lula enquanto estava na UTI no seu pós-cirúrgico. Inconcebível isso! Inclusive alguns jornalistas militantes teceram severas críticas pela postura do Presidente. Deveria ter passado ao Vice, da forma mais institucional possível. Recuperar o cor´po e a mente para voltar com muito gás para dirigir os Brasil na segunda parte de seu terceiro mandado.

       Isso nos remete a refletir sobre o medo que ele e seus assessores filiados ao PT e PSOL pensam e temem: Geraldo Alkmin faria com Lula o que Michel Temer fez com Dilma Roussef?

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 Minha coluna no Jornal Cidadela-- - Joaçaba - SC

Em 19-12-2024

Um comentário:

  1. Minhas "verdades" são bem diferentes das suas.
    Em primeiro lugar precisamos contextualizar o momento em vivemos, além de toda a carga que trazemos como nação (nossa gênese), desde 1500, isso aqui sempre foi uma grande fazenda, primeiro dos europeus depois, dos americanos, sempre com poucos senhores e muitos súditos (mais de trezentos anos de escravidão).
    O capitalismo, que segundo Aníbal Quijano, nascia com a fundação do Novo Mundo, no século XVI, nadou de braçada através do genocídio dos povos originários e da predação monstruosa de suas riquezas pelo colonialismo europeu, depois americano.
    O coisa evoluiu, vieram, grosso modo, o Iluminismo, a Revolução Industrial, a formação das nações europeias , a "Independência" das colônias do Novo Mundo, duas Grandes Guerras, a transferência do comando mundial da Europa para os Estado Unidos até chegarmos nas décadas de 1970-80 e com elas o famigerado neoliberalismo de Hayek e Friedman comandado por Reagan e thatcher.
    O Brasil entrou um pouca mais tarde nesta onda, poderíamos considerar de Collor para cá.
    Na década de 1990, FHC, durante seus dois governos, alterou a Constituição para se adequar ao sistema neoliberal e estuprar a Nação. Vendeu o que pode por um precinho chinfrim. Quem não lembra da entrega da Vale do Rio Doce que valia 100 e foi entregue por 3,2. A coisa foi assim. Se alguém tiver dúvidas a bibliografia sobre a época do pseudo intelectual filósofo é abundante e para melhor entender basta ler os livros: A Privataria Tucana - Amaury Ribeiro e O Príncipe da Privataria - Palmério Dória
    Por acaso, na época eu trabalhava numa empresa de energia elétrica de capital misto, porém com o controle do Estado. Lembro-me que antes dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágono a pressão do governo para privatizar (vender a preço de banana) o patrimônio público era brutal, quase todos os dias recebíamos delegações do mundo inteiro ( americanos, chineses, europeus ...) interessados na pechincha do FHC e do famoso arquiteto "gorducho" Jaime Lerner. - que Deus o tenha , apesar de tudo (do Banestado, do desmonte das empresas, do pedágio mais caro do Brasil que pagamos ainda hoje).
    Resumindo: depois desse longo preâmbulo digo o seguinte:
    - O que você chama de "um monte de preguiçosos" eu chamaria de "vítimas do sistema". Prefiro assim,, na dúvida, pró réu. Não que não tenha vagabundagem,
    A vagabundagem não é um privilégio nosso, é mais fruto do eurocentrismo. presente no nosso pensar colonial desde o princípio.. Para entender isso precisamos ler Aníbal Quijano, Walter Mignolo, Franz Fanom, Aimé Césaaire...
    - Sobre o analfabetismo entendo, que a falta de soberania em virtude da ditadura do mercado, impede que o país estabeleça e cumpra metas razoáveis e decentes.
    O exemplo mais gritante foi produzido pelo assaltante dos nossos direitos trabalhistas e previdenciários, o 'vampiro" Michel Temer: o congelamento dos gastos públicos por 20 anos.
    - O endividamento do Brasil é fruto da ditadura do mercado (juros altos, terrorismo especulativo com o dólar, sanções do império do caos a potenciais parceiros comerciais e a maneira udenista de nos vermos, essa vassalagem ordinária) Juracy Magalhães produziu uma pérola quando disse. "O que é bom para os Eua é bom para o Brasil" . Bolsonaro representa hoje esse pensamento em toda sua plenitude
    O investimento público social não é o problema, é a solução.
    Quanto menos o governo investe mais os números mostram nossa decadência.
    Então, o analfabetismo no Brasil se mantém ou até cresce por tudo o que foi dito acima.
    O Natal está aí e é um bom momento para fazermos uma profunda meditação sobre tudo o que vem acontecendo com a humanidade. Será que se Jesus Cristo vivesse hoje aprovaria esse capitalismo neoliberal que privilegia meia dúzia e descarta os demais? Será que aprovaria o genocídio brutal e covarde perpetrado pelo sionismo israelo-americano? Será que aprovaria aquilo que o homem está a fazer com a natureza?
    Tenhamos um bom Natal e aproveitemos para pensar nisso.

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