terça-feira, 8 de julho de 2014

Tangos e tragédias! a realidade de nosso futebol...

          Desta vez fui eu que liguei para o Amílcar: "Amílcar, como está? Como é que foi o jogo do Brasil aí?" E ele: "Se nóis num tivesse tomado nenhum, nóis teria ganhado de um a zero!" Eu só queria zoar um pouco...

          Eu estava com dor de cabeça. E posso garantir que não foi por causa do futebol. O Seu Guilherme Doin me disse, uma vez, que não ia mais ao campo ver o Arabutã jogar porque seu coração não aguentaria ver o time perder. Também estava decepcionado com o seu Flamengo, o Palmeiras e a Seleção. Imagine se estivesse ainda vivo, o que estaria nos dizendo, agora. Minha dor de cabeça veio por causa de umas preocupações na parte da manhã, mas que foram resolvidas. Quando tomamos o sexto gol ( o sexto do cesto), eu estava dormindo no sofá. Acordei com a gritaria do pessoal que estava, jocosamente, anchando o jogo engraçado! Aprendi, com o Doin, que não se deve sofrer muito por causa do futebol. Já temos outras coisas o suficiente para nos incomodarem...

        Dia desses, escrevi no facebook que os torcedores brasileiros não querem tatuagens e nem cabelos "diferenciados". Querem "garra". E que uma produção de marketing envolve nossa seleção e todo um aparato promocional em cima do futebol. Agora, não quero ser portunista, quero ser realista:  não há mais times bobos, o futebol evoluiu no mundo todo. Aqui, evoluímos na vaidade. Foi frequente ver, durante a Copa, notícias de que familiares de jogadores estavam indo com jatinhos particulares ver os jogos. Nesta semana, um jogador que está no exterior veio para negociar contrato com o Criciúma: veio de jatinho! Ostentação desnecessária!

          O futebol é algo apaixonante. Joguei bola desde minha infância até há meia dúzia de anos. Cinquenta anos correndo atrás da bola. Futebol amador, por diversão. pagávamos para jogar, todos nós. Duas lesões muito sérias, parafuso de titânio dentro do joelho, mas mesmo assim continuei a jogar. Jogar para se divertir, por amor à bola, para integrar-se com amigos, para fazer amigos.

          O que aconteceu hoje com a seleção brasileira jamais seria imaginado, não apenas por nós, mas por qualquer vivente terrestre.

          Minha conversa com o Amílcar foi só para dar uma descontraída. Eu, como você, gostaria de poder comemorar uma belíssima vitória. Nem que fosse nos pênaltis. Mas a indiscutível superioridade alemã foi arrasadora. Inimaginável. Sete gols marcados. Nosso time bagunçado, com ataque inoperante e o meio desarticulado. Vingou o ditado que fiz: "A melhor defesa é um bom ataque". E o nosso, sem o brilho individual do Neimar, não existiu. Mais uma vez nos fica a lição: Todos os projetos, para terem êxito, precisam acontecer "em equipe". Não se pode ficar na dependência deste ou daquele.

         Os alemães nos venceram porque são melhores do que nós, mais organizados e determinados. Mereceram!

          Agora, voltar à normalidade o mais rápido possível. E torcer para que possamos sair com uma honrosa "Medalha de Bronze". Será que a gente consegue?

          Eu procuro me acalmar escrevendo. Meu vizinho, Valério Dalcortivo, já abriu a sanfona. Está tocando umas vaneronas e toca até tango. Melhor tangos do que tragédias!

Euclides Riquetti
08-07-2014

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