Cada vez mais as ações comunitárias se fazem presentes nas cidades. Uma prática muito antiga, que foi muito forte na colonização do Sul do Brasil, por italianos e alemães, diversifica-se e se consolida fortemente. Bom para a população em geral, bom para o Poder Público, que vê a comunidade se mobilizando para ter sua infra-estrutura adequada, bom para nós, que podemos ter lazer barato e de excelência. Bom para a cultura, que se propaga sem propagandismos.
Desde criança acompanho o trabalho comunitário. No Leãozinho, (Capinzal, depois Ouro...), quando eu tinha 3 anos e morava com meus padrinhos, a Família de João e Rachele (Vitorazzi) Frank, lembro-me bem, as pessoas já trabalhavam pela sua comunidade. Na Capela de Santa Catarina, e na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, as pessoas rezavam os terços, cantavam, rezavam a Ladainha de Nossa Senhora, em Latim. E havia os que dirigiam o time de futebol, que mais tarde se chamou Primavera, que montavam as bodegas em dias de jogos para angariar um dinheirinho que servia para as despesas com aquisição de bolas e camisas.
Em Linha Bonita, além das atividades da Capela São José, os fabriqueiros (fabricieri...), faziam as lides comunitárias e organizavam as festas. Até mesmo havia uma equipe de marceneiros que fabricava os caixões para os funerais, quando dos falecimentos. Faziam de madeira, revestiam com tecido (azul e rosa para as crianças, brancos para os medianos e negros para os idosos). Havia o campo de futebol, na propriedade de Arturo Viganó, em que nunca faltava a bebida nos dias dos torneios. No estabelecimento de meu avô, Victório Baretta, havia um telefone comunitário, já no final da década de 1950, coisa muito rara para a época, tratando-se de área rural, distante pelo menos 12 Km da cidade cidade de Capinzal.
Mas essa prática estava presente em todas as comunidades. Inclusive, por ocasião da celebração de casamentos, era comum a vizinhança ajudar na preparação dos banquetes, quando não algum gaiteiro da comunidade animava um bailinho para os noivos e convidados, muitas vezes nos paióis das propriedades rurais.
Hoje, fico ouvindo as chamadas no rádio e as publicações na internet sobre os eventos que acontecem, em todos os finais de semana, na região. São muitos. Realizam pasteladas, feijoadas, costelões, buchadas, jantares, bingos, rifas, bailes, torneios de pênaltis, torneios de laço, de bochas, rodeios, cafés coloniais, festas juninas e julinas, feirinhas, codornadas, sempre com um objetivo: angariar fundos para as entidades que os organizam. E as pessoas trabalham GRATUITAMENTE. Têm meu aplauso todas as iniciativas comunitárias, sejam elas quais forem.
Sempre digo e tenho uma opinião bem clara sobre um fato, que é minha constatação: APPs de escolas e diretorias de igrejas (da grande maioria delas), administram com muito responsabilidade, eficiência e competência todos os recursos que conseguem angariar. Isso vale também para as APAEs, Hospitais Filantrópicos, se estendendo também a muitas outras.
Parabéns a você que já fez ou faz parte de uma entidade que desenvolva ações comunitárias, pois são as considero AÇÕES DO BEM!
Euclides Riquetti
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