Horácio Heitor Breda, na inauguração da Ponte Irineu
Bornhausen, em Capinzal- SC - 1956
Bornhausen, em Capinzal- SC - 1956
O Horácio Heitor Breda era gaúcho de Flores da Cunha. Veio para Videira bem jovem e, depois, foi convidado a trabalhar nas Indústrias Reunidas Ouro, na antiga Rio Capinzal. Era um excelente moço de escritório, entendia de tudo, um autêntico contabilista. Trabalhou uns anos por aqui e depois foi embora, lá para Maringá. Era bom administrador e empreendedor, foi trabalhar por conta em sociedade com um irmão.
No início da década de 1950 o recém emancipado Município de Capinzal tinha uma forte divisão política. Na margem esquerda do Rio do Peixe, onde havia o principal núcleo populacional e a melhor infraestrutura, inclusive com dois hospitais, hotéis e a estação do trem, situava-se a sede municipal e havia a predominância política do partido PSD. O PTB também tinha sua força. Mas, à margem direita, o Distrito de Ouro, antigo Abelardo Luz, tinha a predominância política da UDN. E os udenistas pensaram numa estratégia para ganhar as eleições. Ivo Luiz Bazzo, jovem militante desta, foi de jipe, com um amigo, até Maringá e convidou o Breda para voltar à cidade e concorrer a Prefeito do Município de Capinzal.
Para a época, bastava que o candidato e estivesse residindo cidade há seis meses do dia da eleição. Então, trouxeram o Sr. Breda para residir na casa do Ivo Luiz Bazzo, ali na Rua do Comércio. Ficou ali morando, candidatarm-no e elegeram-no Prefeito de Capinzal. Em seu mandato foi inaugurada a Ponte Irineu Bornhausen, que ligou as duas margens do rio, e ainda adquiriu da família Sartori uma edificação de alvenaria, no Distrito de Ouro, onde instalou a Prefeitura. A sede municipal era na margem esquerda e a Prefeitura na margem direita do Rio do Peixe. Breda fez grandes realizações no município que governou de 1954 a 1959.
Entrevistei o Breda, por telefone, há 5 anos, no estúdio da Rádio Capinzal, com o apoio do Ademir Pedro Belotto. Produzimos um vídeo em DVD com meu texto e a narração do Belotto. Colhi imagens em álbuns fotográficos e escutei do Ivo Luiz Bazzo, do Nélito Colombo e do Pedro Zaleski mutas histórias sobre o Breda. Então, eu tive os argumentos para fazer-lhe as perguntas, a que ele habilmente respondeu. Foi muito amável e mantenho o material comigo, vou preservar.
Mas as boas partes da história não são as da política. Era conhecido como exímio atirador. Costumava passar (a pé) pela Ponte Pênsil Padre Mathias Michelizza e observar as águas então límpidas do Rio do Peixe. E, lá de cima, via os peixes na água. Mirava seu reluzente revólver "38 Smith & Wesson" e acertava o exemplar que escolhesse. Amigos iam retirar os peixes da água e dar-lhes o melhor destino, a grelha ou a frigideira.
O Kurt Brecht, também conhecido como Fritz, foi um dos melhores latoeiros/funileiros de automóveis da história da cidade. Agora aposentado, sempre que o encontro nosso "Chapeador", levo com ele um bom papo. Pois ele me contou que, na época em que era Prefeito, o Breda levou um Buick, carro formidável e fabricado em Detroit, para que fizesse uns reparos, deixasse "nos trinques". O moço Fritz abriu o porta-malas e descobriu, enrolado numa manta, um reluzente rifle. Disse-lhe o Breda que era para caçar "bichos grandes". Ficaram muito amigos. O Breda deixou fama como atirador.
Ao término do mandato, Breda voltou para Maringá, onde continuou a trabalhar com negócios próprios e, em 2007, foi morar na Agronômica, em Florianópolis. Em muitos encontros promovidos pelo SEBRAE em que participei, conversei e obtive informações sobre ele com um rapaz casado com uma de suas netas. Até lhe mandei um CD do Grupo Píccola Itália Del Oro, para que escutasse. Há um ano não tinha mais notícias dele. No sábado, 13 de abril, recebi a informação de que ele havia falecido. Aguardei que sites regionais trouxessem notícias sobre o fato, mas nada descobri. Apenas o site de uma Funerária da Capital indicava a hora do sepultamento, no Jardim da Paz, em Florianópolis. Também não soube que tivessem decretado Luto Oficial na cidade onde foi Prefeito. Ontem, o DC trouxe em seu obituário uma nota sobre seu falecimento, colocada por familiares. E vi no facebook uma postagem do Dr. Lourenço Brancher mencionando isso. E comentários de amigos que lamentam que as pessoas que fizeram a história das cidades sejam facilmente esquecidas.
Aos amigos e familiares do Breda, aquele rapaz alto e elegante, chapéu de feltro, paletó cinza, que governou Capinzal e se constituiu num dos grandes pilares de sua História, manifesto minhas mais sinceras condolências. Foi muito gratificante ter ouvido das pessoas que o conheceram sobre seus feitos e sua habilidade como administrador público. Sempre o admirei. E, nas vezes que falei com ele ao telefone, senti a firmeza de uma pessoa de sentimentos nobres, humilde, bom caráter, e com alto espírito público: "Grande Horácio Heitor Breda"!
Euclides Riquetti
22-04-2013
No início da década de 1950 o recém emancipado Município de Capinzal tinha uma forte divisão política. Na margem esquerda do Rio do Peixe, onde havia o principal núcleo populacional e a melhor infraestrutura, inclusive com dois hospitais, hotéis e a estação do trem, situava-se a sede municipal e havia a predominância política do partido PSD. O PTB também tinha sua força. Mas, à margem direita, o Distrito de Ouro, antigo Abelardo Luz, tinha a predominância política da UDN. E os udenistas pensaram numa estratégia para ganhar as eleições. Ivo Luiz Bazzo, jovem militante desta, foi de jipe, com um amigo, até Maringá e convidou o Breda para voltar à cidade e concorrer a Prefeito do Município de Capinzal.
Para a época, bastava que o candidato e estivesse residindo cidade há seis meses do dia da eleição. Então, trouxeram o Sr. Breda para residir na casa do Ivo Luiz Bazzo, ali na Rua do Comércio. Ficou ali morando, candidatarm-no e elegeram-no Prefeito de Capinzal. Em seu mandato foi inaugurada a Ponte Irineu Bornhausen, que ligou as duas margens do rio, e ainda adquiriu da família Sartori uma edificação de alvenaria, no Distrito de Ouro, onde instalou a Prefeitura. A sede municipal era na margem esquerda e a Prefeitura na margem direita do Rio do Peixe. Breda fez grandes realizações no município que governou de 1954 a 1959.
Entrevistei o Breda, por telefone, há 5 anos, no estúdio da Rádio Capinzal, com o apoio do Ademir Pedro Belotto. Produzimos um vídeo em DVD com meu texto e a narração do Belotto. Colhi imagens em álbuns fotográficos e escutei do Ivo Luiz Bazzo, do Nélito Colombo e do Pedro Zaleski mutas histórias sobre o Breda. Então, eu tive os argumentos para fazer-lhe as perguntas, a que ele habilmente respondeu. Foi muito amável e mantenho o material comigo, vou preservar.
Mas as boas partes da história não são as da política. Era conhecido como exímio atirador. Costumava passar (a pé) pela Ponte Pênsil Padre Mathias Michelizza e observar as águas então límpidas do Rio do Peixe. E, lá de cima, via os peixes na água. Mirava seu reluzente revólver "38 Smith & Wesson" e acertava o exemplar que escolhesse. Amigos iam retirar os peixes da água e dar-lhes o melhor destino, a grelha ou a frigideira.
O Kurt Brecht, também conhecido como Fritz, foi um dos melhores latoeiros/funileiros de automóveis da história da cidade. Agora aposentado, sempre que o encontro nosso "Chapeador", levo com ele um bom papo. Pois ele me contou que, na época em que era Prefeito, o Breda levou um Buick, carro formidável e fabricado em Detroit, para que fizesse uns reparos, deixasse "nos trinques". O moço Fritz abriu o porta-malas e descobriu, enrolado numa manta, um reluzente rifle. Disse-lhe o Breda que era para caçar "bichos grandes". Ficaram muito amigos. O Breda deixou fama como atirador.
Ao término do mandato, Breda voltou para Maringá, onde continuou a trabalhar com negócios próprios e, em 2007, foi morar na Agronômica, em Florianópolis. Em muitos encontros promovidos pelo SEBRAE em que participei, conversei e obtive informações sobre ele com um rapaz casado com uma de suas netas. Até lhe mandei um CD do Grupo Píccola Itália Del Oro, para que escutasse. Há um ano não tinha mais notícias dele. No sábado, 13 de abril, recebi a informação de que ele havia falecido. Aguardei que sites regionais trouxessem notícias sobre o fato, mas nada descobri. Apenas o site de uma Funerária da Capital indicava a hora do sepultamento, no Jardim da Paz, em Florianópolis. Também não soube que tivessem decretado Luto Oficial na cidade onde foi Prefeito. Ontem, o DC trouxe em seu obituário uma nota sobre seu falecimento, colocada por familiares. E vi no facebook uma postagem do Dr. Lourenço Brancher mencionando isso. E comentários de amigos que lamentam que as pessoas que fizeram a história das cidades sejam facilmente esquecidas.
Aos amigos e familiares do Breda, aquele rapaz alto e elegante, chapéu de feltro, paletó cinza, que governou Capinzal e se constituiu num dos grandes pilares de sua História, manifesto minhas mais sinceras condolências. Foi muito gratificante ter ouvido das pessoas que o conheceram sobre seus feitos e sua habilidade como administrador público. Sempre o admirei. E, nas vezes que falei com ele ao telefone, senti a firmeza de uma pessoa de sentimentos nobres, humilde, bom caráter, e com alto espírito público: "Grande Horácio Heitor Breda"!
Euclides Riquetti
22-04-2013
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