É vergonhoso, lamentável, mas
verdadeiro, infelizmente. O Brasil regredindo em sua qualidade de ensino,
especialmente em matemática e ciências. Em leitura, estamos entre os 10 piores
do mundo num contexto de 80 países avaliados. A constatação vem pelos
resultados do Pisa divulgados nesta semana, que é um Programa Internacional de Avaliação
de Estudantes. Estabilizamos em leitura no fundo do poço e nas outras duas disciplinas
estamos indo de marcha à ré.
Isso nos remete a refletir sobre o
assunto e relembrar de o quanto já perdemos de tempo sentados nos bancos
escolares no presente Milênio, aprendendo menos do que deveríamos. Foi muita
balela, muito discurso ideológico, muita filosofia, muito papo inútil e
aprendizagem evolutiva, que é bom, nada! Muitos especialistas, mestres e
doutores aparecendo no ensino privado ou no público, muita titulação, mas os
resultados decepcionantes. Muitos diretores de escolas fracos, sem liderança
sobre professores e alunos, incapazes de encontrarem meios de trazerem os pais
para o âmbito dos educandários. Imagino que apenas metade deles ainda consegue
ter o controle da situação em sua escola. E não vejo como que isso vá melhorar!
Dirigentes precisam ter capacidade de gestão e também conhecimento da
psicologia, da didática, o técnico na sua área de formação, geral nas outras
áreas, capacidade de liderar equipes e pessoas, e vontade de tornar-se um bom
gestor. Os alunos precisam ter mais
vontade de estudar e aprender e os pais mais seriedade na cobrança dos estudos
a seus filhos.
A educação precisa acontecer na escola,
preferencialmente na sala de aula e em todo o âmbito da escola, não nos
gabinetes ou nos escritórios. Os educadores precisam tornar-se grandes
leitores, buscarem incessantemente a ampliação de seu leque de conhecimento,
tornarem-se exemplos a serem seguidos. A conduta dos educadores diante dos
alunos é avaliada constantemente, pelos mesmos. Sabemos que os alunos são
exímios observadores e, se não sentirem que estão sendo conduzidos à
aprendizagem por gente competente, passam a dirigir sua mente a outras coisas
de seu interesse, que lhes causam maior prazer.
Se compararmos a situação das escolas
com três décadas atrás, veremos que hoje as condições de trabalho são melhores,
há razoável ambiente físico de trabalho, os recursos tecnológicos são maiores e
melhores. Então, todos precisam colocar o corpo e a mente para andarem, agirem,
oportunizarem e EXIGIREM que tudo seja levado muito a sério para a aprendizagem
dos alunos e o êxito das escolas.
Para complementar, registro aqui que,
quando vou ao mercado comprar algo, tenho meus próprios critérios pessoais para
a escolha dos produtos que coloco no carrinho. Leio todos os rótulos dos produtos,
não compro pela marca, não sou adepto de marcas famosas. Primeiro, vejo se há a
qualidade sanitária, o modo como são embalados e conservados, as datas de
validade. Depois, meu critério de seleção contempla: a) O produto de produção ou
fabricação local; b) o de produção ou fabricação microrregional; c) o produto
de Santa Catarina. Depois, o produto nacional, e o importado somente se não
houver similar disponível. Com isso, ajudo minha cidade, minha microrregião,
minha região e meu estado a se desenvolverem mais, a obterem melhor arrecadação
de impostos, mais geração de trabalho e renda perto de mim. Também, ajudo a
quem me paga a aposentadoria a ter dinheiro para me pagar e mesmo para investir
naquilo de que a população precisa. Muito simples! E as escolas podem trabalhar
isso muito bem, levando alunos, professores e comunidade escolar a ajudarem a
si mesmos!
Euclides
Riquetti – Escritor em fase de produção do seu novo livro “Crônicas de Rio
Capinzal, Abelardo Luz/Ouro e arredores” (título provisório).
Publicado em 06-12-2019
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