quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Perdas de novembro: Homenagem a Edvirges Bazzo Baretta e Iva Masson e outros amigos

 



       O mês de novembro reservou-nos surpresas muito tristes. As notícias foram chegando como me chegaram os ventos das tardes quentes e das madrugadas amenas. Neste ano da ocorrência da pandemia que assombrou e causou muitas vítimas no mundo todo, alguns amigos partiram e nem sequer houve a merecida homenagem de despedida. Pessoas que, pela sua maneira de ser e de viver, mesmo na sua simplicidade, marcaram época. 

       Em Ouro, deixou nosso mundo terreno a Sra. Edvirges Bazzo Baretta, que era viúva de Aquilino Baretta, mãe de Robson, Rogério, Lúcia, Clotilde e Roberto, estes que lhes deram belos netos, com suas respectivas companhias. Vidi, como era conhecida pelos familiares e amigos, viveu em sua casa no início da Rua Júlio de Castilhos, na ida para a Escola Prefeito Sílvio Santos. Por mais de 30 anos, subi diariamente aquela ruela para ir lecionar na escola. E, na maioria das vezes, estava ela lá na área da frente, com a companhia dos filhos e filhas, com a simpatia de sempre, uma senhora bondosa e acolhedora. Trabalhei com suas noras Tulica e Rosane, a filha Lúcia e o filho Rogério, além de ter sido professor da Clotilde. 

       Dona Vidi gostava muito de política, era filha de Dona Lúcia Bazzo, irmã de Ivo Luiz Bazzo, que fora por duas vezes prefeito na cidade de Ouro, e que foi quem me encaminhou para a política partidária, me orientando e dando-me bons exemplos, o que muito me ajudou na busca exitosa ao cargo de prefeito municipal. Muitas vezes eu lá parava e me demorava, tomávamos chimarrão, comíamos pés-de-moleque e bolachas, bolo e outras coisas que oferecia a todos. Em muitas eleições, formávamos um grupinho com familiares, ali na varanda da casa, e observávamos os passantes, que subiam para votar. 

       As famílias Bazzo e Baretta eram muito unidas, criaram os filhos com bom padrão educacional e familiar, gozavam de grande prestígio na cidade. No início deste ano, já haviam perdido o Ivoney, de quem fui grande amigo e colega de trabalho, filho de Ivo e Iracema, irmão das saudosas Ivonete e Ionice, e da Ione. Ivoney deixou a esposa, Maria Helena, exitosa escritora de literatura infanto-juvenil,e os filhos André Luiz, da Fazenda Estadual, e Fernanda, médica renomada com atuação no Meio-oeste, abrangendo, principalmente Capinzal, Ouro e Joaçaba, além de outras cidades. 

       O Ivoney trabalhou como Tesoureiro, em cargo de carreira, na Prefeitura Municipal de Ouro. Na juventude, jogou muito futebol Discretíssimo, ia para a escola e chegou a estudar fora. Na década de 1970, jogava pelo time de sua paixão, o Arabutã F.C., treinando e atuando na Baixada Rubra, em Ouro. A sua pri8ncipal característica, além do bom domínio da bola, era seu chute muito forte. Uma vez, no estádio do Arabutã, logo na entrada da área, deu um chute em que a bola pegou no travessão e voltou lá para o meio do campo. Joguei com ele como companheiro e algumas vezes como adversário, no futsal, no Ginásio de Esportes André Colombo. Quando eu defendia, doíam minhas mão e braços quando eu conseguia rebater a bola, tão portentoso era o seu chute.  

       Na segunda quinzena, tivemos, também,  a morte súbita, em Capinzal, da amiga Ivanir Masson, a Iva, que trabalhava e era responsável pela loja da Dona Dilce, em Capinzal. Sentiu-se mal após ter ido votar, dirigiu até o Hospital Nossa Senhora das Dores e veio a falecer. Os amigos lamentaram muito a sua morte. Sua filha, Ayala, trabalha na Escola Mercedes Nascimento, aqui em Joaçaba, 500 metros de minha casa. Irmã do Masson "do Bradesco", e da Inês Masson, esposa do Guimar Dambrós.  Iva era tia da goleira de handebol titular da seleção brasileira por mais de uma década, Shana Masson. 

       No início de março, deixei convite para a Iva participar do lançamento de meu novo livro, Crônicas dos Antigos Rio Capinzal e Abelardo Luz-Ouro, que seria no dia 16 daquele mês, mas que tivemos que cancelar por causa do coronavírus. Prometera que compareceria, não falei mais com ela, e agora só me resta render-lhe, aqui, minha homenagem. De leitora de meu blog, gentilmente elogiosa sobre meus poemas e crônicas, acaba virando minha personagem. Deus lhe dê um lugar privilegiado em meio à sua legião de anjos. 

       Foram muitas as perdas durante este ano e das quais não pude me despedir: Registro, aqui, o nome daquelas com quem tive contatos por amizade, trabalho, parentesco ou convivência política e comunitária. 

De Capinzal: Dorival Grigolo (estava em Concórdia atualmente) , Deoclides Pedro da Silva, Glacir Boff, Saul Parisotto, 

De Ouro: Adélcio Miqueloto, Ailto Antunes Gomes, Silval Teixeira dos Santos, Fidelis Demin, Itamar Boff, Maria Deonilda Barbieri Lasta, Heitor Masson, Terezinha Lemes Scopel, Graciema Catarina Bonamigo Tonini, André Colombo, Elívia Dambrós Andreoni, Dorvalino José Spagnol, Adelaide Bonamigo Spironello, Rubens Caldart, Aurora Masiero Zanini e Cezira Tonini Faccin.

De Lacerdópolis: Euclides Miazzi, Aurélia Pitol Dal Oglio.

De Joaçaba/Herval d ´Oeste: Altivir Souza, Iltiane Miqueloto

       De cada uma dessas pessoas guardo nítidas lembranças. Podem não ser famosas, podem nunca ter sido notícia em nenhuma mídia, mas foram seres humanos com quem convivi, aprendi algo com cada um deles, por isso fico com eles registrados em meu coração, na mente, e aqui neste texto .

Deus abençoe a todos e as mais sentidas condolências aos seus familiares.


Euclides Riquetti e família

Joaçaba - SC - 26 de novembro de 2020

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