É sabido que as
cidades, hoje, até por imposição legal, precisam cumprir programas na área
social, visando a proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade, aquelas
que sofrem mais os impactos diante de todas as anormalidades pela situação da crise
sanitária atual e ainda pela própria situação permanente. O ser humano merece
ter oportunidades para melhorar sua condição social. Porém, nem sempre ele se
esforça para melhorar seu padrão de vida. Ou, então, falta-lhe apoio na
obtenção de suas condições básicas para viver com dignidade.
Nas cidades
grandes, nas grandes metrópoles, existem amontoados de habitações que não
oferecem nem o básico em termos de segurança para quem mora nelas. Até pelas
características locais, ali crescem os índices de violência, chegando-se à
banalização da própria vida. Além disso, a degradação sanitária está muito
presente. A infraestrutura urbana é precária e as pessoas que se sujeitam a
morar ali estão em permanente vulnerabilidade. Não se vislumbram soluções a curto
ou médio prazo para os seus problemas. A longo prazo, e eu me refiro ao prazo
de duas ou três gerações, poder-se-ia ter uma solução através de arrojados
programas de educação e da ação social efetiva. A situação é muito complexa e
tudo foi se agravando nos últimos 50 anos. O que já era ruim, ficou muito pior!
Mas, nas
pequenas cidades, as de menos de 50.000 habitantes, que são a maioria no País e
mesmo em nosso Estado, o que se faz para evitar que os problemas existentes se
avolumem ainda mais? Quais programas de
redução das vulnerabilidades sociais estão em andamento nas cidades? Isso seria
apenas coisa para assistente social, secretário responsável pela ação social, ou de prefeitos e até
vereadores? Então, leitor, leitora, convido você a pensar sobre o assunto,
relembre daqueles que você considera os “bons e áureos tempos”, e a estabelecer
comparações sobre os quadros atuais.
Há quantos anos
nossas cidades convivem com áreas de risco social e pouco ou nada se fez para
resolver, primeiro, o problema da moradia para as pessoas em vulnerabilidade
social? Especificamente em Joaçaba e Herval d ´Oeste, quais programas de
moradias para pessoas de baixa renda ou com ausência dela foram executados e
quais estão em andamento ou mesmo projetados? Então, amigos, vocês que andam
pelas cidades vizinhas, procurem ver o que as outras cidades fizeram ou estão
fazendo. Considere Luzerna, Catanduvas, Jaborá, Ouro, Capinzal, Lacerdópolis e
Erval Velho, nossas limítrofes. Estabeleçam apenas o presente milênio como
referencial e busquem as informações. Verão que estamos ficando para trás!
Não há como se
falar em índices de qualidade de vida que nos orgulhem se não resolvermos os
problemas que temos. Se compararmos com as grandes cidades e mesmo as pequenas
de lugares próximos, veremos que nossos problemas são menores que os deles, mas
existem. E resolvê-los, a começar pela Habitação, deveria estar entre nossas
prioridades. Há uma dúzia de anos atrás apresentei a algumas autoridades umas
ideias sobre como agir para fazer um programa, e executar, em que nossas áreas
em que moram pessoas muito desfavorecidas, poderiam tornar-se uma grande
bandeira política para os gestores da cidade. Na época, Chapecó, Concórdia e
Capinzal já estavam em fase bem adiantada. As pessoas que ouviram minhas ideias
acharam interessantes, mas não deram bola a elas. Quem sabe alguma liderança
autêntica, política ou empresarial, lidere uma discussão sobre o tema e
proponha que se passe a cuidar dele com mais carinho. Vai que um líder consiga
agregar todas as entidades e órgãos públicos para se organizar e estabelecer um
plano que fosse abraçado por todos para resolver a questão? Virar as costas
para a realidade de agora pode representar um considerável perigo no futuro.
Pandemia - Enquanto
isso, voltemos a ressaltar o risco ao qual todos estamos expostos aqui em
Joaçaba, Herval e Luzerna na questão da Covid 19. Se analisarmos as informações
oficiais do coronavirus.sc.gov.br, site oficial da Saúde em Santa Catarina,
veremos que, para grupos de 100 mil habitantes, estamos bem piores do que
Chapecó, Xanxerê, Concórdia, Capinzal e Videira. E também no comparativo com
Florianópolis, Joinville e Balneário Camboriú. Motivo para muita preocupação,
pois há intensa campanha nos meios de comunicação, principalmente no rádio,
para que as pessoas tenham os cuidados necessários. No entanto, para muita
gente, parece que tudo segue na normalidade. É só dar umas passadas nos bares,
principalmente dos bairros, e ver quanta
gente anda “vivendo sua vida na normalidade”, como se não houvesse o vírus
letal ainda circulando.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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