segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Vidas perdidas

 



Vidas perdidas


Vidas têm sido ceifadas, precocemente perdidas

Vão-se nas manhãs de chuva, nas tardes ensolaradas

Desprendem-se de seus corpos até nas madrugadas

Levadas por letal vírus, suas trajetórias interrompidas.

 

Em paralelo, uns se deleitam em alvos lençóis tecidos

Num repousar nos estrados tenros das camas quentes

Enquanto aquelas almas sofrem suas perdas, silentes

Pela ausência dos amados, que aos céus estão erigidos.

 

Busca-se o consolo na oração do silêncio e da magia

Enquanto os novos dias vêm, mas passam sutilmente

Resta uma doce saudade e as lembranças presentes

Dos seres muito amados por quem sentimos nostalgia.

 

As pessoas choram, mas as flores guardam seu viço

E, como vêm os dias de sol, vêm os de céu cinzento

Flutuam no ar os meus versos que pousam no relento:

A mim, importam-me todas as vidas, sim, apenas isso!

 

Uma vida não tem preço, nada há que se lhes pague

Culpados ou inocentes, desprezíveis ou contagiantes

Uns se foram, outros ficaram, bem alegres e cativantes

Pois que a música do viver pelos campos se propague.

 


    Euclides Riquetti                                                                                                                                (Elyseo Dechamps)


(Poema finalista do Concurso de Poesias Dr Miguel

Russowky - Casa da Cultura Rogério Sganzerla - Joa-

çaba - SC - Único classificado na categoria "Artista"

Prêmios: Troféu, Diploma, Coleção de Livros e 

dinheiro.)

 

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