Vidas perdidas
Vidas têm sido ceifadas, precocemente perdidas
Vão-se nas manhãs de chuva, nas tardes ensolaradas
Desprendem-se de seus corpos até nas madrugadas
Levadas por letal vírus, suas trajetórias interrompidas.
Em paralelo, uns se deleitam em alvos lençóis tecidos
Num repousar nos estrados tenros das camas quentes
Enquanto aquelas almas sofrem suas perdas, silentes
Pela ausência dos amados, que aos céus estão erigidos.
Busca-se o consolo na oração do silêncio e da magia
Enquanto os novos dias vêm, mas passam sutilmente
Resta uma doce saudade e as lembranças presentes
Dos seres muito amados por quem sentimos nostalgia.
As pessoas choram, mas as flores guardam seu viço
E, como vêm os dias de sol, vêm os de céu cinzento
Flutuam no ar os meus versos que pousam no relento:
A mim, importam-me todas as vidas, sim, apenas isso!
Uma vida não tem preço, nada há que se lhes pague
Culpados ou inocentes, desprezíveis ou contagiantes
Uns se foram, outros ficaram, bem alegres e cativantes
Pois que a música do viver pelos campos se propague.
Euclides Riquetti (Elyseo Dechamps)
(Poema finalista do Concurso de Poesias Dr Miguel
Russowky - Casa da Cultura Rogério Sganzerla - Joa-
çaba - SC - Único classificado na categoria "Artista"
Prêmios: Troféu, Diploma, Coleção de Livros e
dinheiro.)
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