Imagens Éder Luiz - Rio do Peixe em Joaçaba SC
A semana começou
com muita chuva se precipitando no Sul do Brasil. Uma sequência de temporais
nos dias anteriores levaram à culminância com outros de intensa precipitação
pluvial, ocasionando enchentes nos rios Do Peixe e Itajaí. Aqui em nosso vale, algumas
famílias tiveram que ser removidas de suas casas. Empresas também permaneceram
em alerta durante a tarde e noite da terça, 03, com as atenções voltadas para
as nascentes do Rio do Peixe, a partir do município de Calmon, localizado à
montante da cidade de Caçador. Pela experiência de muitos anos acompanhando as
enchentes do Rio do Peixe, sabemos que somente algumas horas depois de o mesmo
estabilizar-se em Caçador e Videira é que podemos saber o que acontecerá por
aqui.
Na enchente de
1983, durante o outono, foram ocorrendo vendavais e temporais. As terras
ficaram altamente encharcadas, tornando-se impermeáveis. Então, em cada nova
ocorrência de chuva, uma nova preocupação. Até que, na noite de 07 de julho,
tivemos aquela que consideram a maior delas. Destruição de casas, empresas,
estradas e até da linha férrea, com tombamento de vagões de trem. De lá para cá,
temos duas situações: A primeira, atenuante,
que denota que temos muito mais matas cobrindo as terras do vale nas áreas
rurais, tanto pelo abandono da atividade agrícola nos terrenos acidentados, com
declives acentuados, como pelo endurecimento das leis ambientais, que passaram
a exigir um mínimo de preservação das matas ciliares dos rios e riachos. A
segunda, agravante, que mostra que as cidades foram crescendo, novos
loteamentos sendo implantados, suas ruas pavimentadas, e as construções
residenciais, comerciais e industriais cobrindo grande percentual do solo. E
lixo sendo dispensado em todos os lugares. Ademais, fica difícil impedir que
construções novas substituam as antigas, localizadas bem à beira dos rios. No
nosso caso, o Rio do Tigre, de abrangência municipal, e o Rio do Peixe, de
classificação estadual, pois este corta quase todo o estado de Santa Catarina, a
partir do centro norte até o centro sul, onde deságua no Rio Uruguai.
As entidades de
Defesa Civil evoluíram muito nos últimos 30 anos. A necessidade fez com que se
buscasse a organização, se estabelecessem estratégias de proteção e evacuação em
casos de eventos climáticos adversos, houve uma significativa estruturação em
termos de estado de Santa Catarina, bem como da maioria dos municípios, sendo
que sempre foi cobrado destes a formulação de planos de evacuação e alojamento
em casos de enchentes. Felizmente, as chuvas pararam a partir das 18 horas de
terça e voltaram na manhã de quarta, porém menos intensas. Isso possibilitou que
os rios voltassem à caixa normal, dando alento aos moradores próximos. Os
estragos ocorreram em diversos pontos do Sul do Brasil. Aulas tiveram que ser
suspensas em muitas escolas, pois sempre há a preocupação com crianças na rua
em ocasiões assim. O escoamento da
produção agropecuária também foi prejudicado aqui no Meio-Oeste Catarinense.
Descaramento,
desrespeito e falta de educação – Temos, desde que aconteceu a redemocratização
do Brasil, observado comportamentos altamente condenáveis de grande parte dos
políticos e mesmo do judiciário, notadamente no STF. Um deputado federal que
falou mais do que devia e teve uma condenação pesada, continua a chamar a
atenção da mídia e a protagonizar eventos onde se apresenta como mártir e
ídolo. Os candidatos a presidente, principalmente, se ofendem através das redes
sociais e das mídias rádio e televisão da maneira que mais lhes convém. E,
desde deputados até vereadores, inclusive um aqui de Santa Catarina, temos
exemplos altamente condenáveis de assédio, desrespeito e de ofensas para com as
mulheres, para com pessoas de cor, para com pessoas pobres, e assim por diante.
Os fatos são graves e as consequências acabam sendo amenas, as punições são
leves. O respeito ao ser, oponente ou não, a boa conduta social, (já que a
moral seria pedir demais), deveria ser o mínimo que um cidadão tivesse que
apresentar aos que lhe votam e lhe confiam mandato.
Porém, vamos
continuar a ter a paixão política se sobrepondo à razão, o escárnio ao bom
senso, o bravatismo ao polimento!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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