domingo, 8 de maio de 2022

Situação climática – muitas preocupações e alguns (poucos) alentos


                                      Imagens Éder Luiz - Rio do Peixe em Joaçaba SC

      A semana começou com muita chuva se precipitando no Sul do Brasil. Uma sequência de temporais nos dias anteriores levaram à culminância com outros de intensa precipitação pluvial, ocasionando enchentes nos rios Do Peixe e Itajaí. Aqui em nosso vale, algumas famílias tiveram que ser removidas de suas casas. Empresas também permaneceram em alerta durante a tarde e noite da terça, 03, com as atenções voltadas para as nascentes do Rio do Peixe, a partir do município de Calmon, localizado à montante da cidade de Caçador. Pela experiência de muitos anos acompanhando as enchentes do Rio do Peixe, sabemos que somente algumas horas depois de o mesmo estabilizar-se em Caçador e Videira é que podemos saber o que acontecerá por aqui.

       Na enchente de 1983, durante o outono, foram ocorrendo vendavais e temporais. As terras ficaram altamente encharcadas, tornando-se impermeáveis. Então, em cada nova ocorrência de chuva, uma nova preocupação. Até que, na noite de 07 de julho, tivemos aquela que consideram a maior delas. Destruição de casas, empresas, estradas e até da linha férrea, com tombamento de vagões de trem. De lá para cá,  temos duas situações: A primeira, atenuante, que denota que temos muito mais matas cobrindo as terras do vale nas áreas rurais, tanto pelo abandono da atividade agrícola nos terrenos acidentados, com declives acentuados, como pelo endurecimento das leis ambientais, que passaram a exigir um mínimo de preservação das matas ciliares dos rios e riachos. A segunda, agravante, que mostra que as cidades foram crescendo, novos loteamentos sendo implantados, suas ruas pavimentadas, e as construções residenciais, comerciais e industriais cobrindo grande percentual do solo. E lixo sendo dispensado em todos os lugares. Ademais, fica difícil impedir que construções novas substituam as antigas, localizadas bem à beira dos rios. No nosso caso, o Rio do Tigre, de abrangência municipal, e o Rio do Peixe, de classificação estadual, pois este corta quase todo o estado de Santa Catarina, a partir do centro norte até o centro sul, onde deságua no Rio Uruguai.  

       As entidades de Defesa Civil evoluíram muito nos últimos 30 anos. A necessidade fez com que se buscasse a organização, se estabelecessem estratégias de proteção e evacuação em casos de eventos climáticos adversos, houve uma significativa estruturação em termos de estado de Santa Catarina, bem como da maioria dos municípios, sendo que sempre foi cobrado destes a formulação de planos de evacuação e alojamento em casos de enchentes. Felizmente, as chuvas pararam a partir das 18 horas de terça e voltaram na manhã de quarta, porém menos intensas. Isso possibilitou que os rios voltassem à caixa normal, dando alento aos moradores próximos. Os estragos ocorreram em diversos pontos do Sul do Brasil. Aulas tiveram que ser suspensas em muitas escolas, pois sempre há a preocupação com crianças na rua em ocasiões assim.  O escoamento da produção agropecuária também foi prejudicado aqui no Meio-Oeste Catarinense.

       Descaramento, desrespeito e falta de educação – Temos, desde que aconteceu a redemocratização do Brasil, observado comportamentos altamente condenáveis de grande parte dos políticos e mesmo do judiciário, notadamente no STF. Um deputado federal que falou mais do que devia e teve uma condenação pesada, continua a chamar a atenção da mídia e a protagonizar eventos onde se apresenta como mártir e ídolo. Os candidatos a presidente, principalmente, se ofendem através das redes sociais e das mídias rádio e televisão da maneira que mais lhes convém. E, desde deputados até vereadores, inclusive um aqui de Santa Catarina, temos exemplos altamente condenáveis de assédio, desrespeito e de ofensas para com as mulheres, para com pessoas de cor, para com pessoas pobres, e assim por diante. Os fatos são graves e as consequências acabam sendo amenas, as punições são leves. O respeito ao ser, oponente ou não, a boa conduta social, (já que a moral seria pedir demais), deveria ser o mínimo que um cidadão tivesse que apresentar aos que lhe votam e lhe confiam mandato.

       Porém, vamos continuar a ter a paixão política se sobrepondo à razão, o escárnio ao bom senso, o bravatismo ao polimento!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

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