sábado, 14 de maio de 2022

Concertos Itinerantes do Contestado – 110 anos da nossa guerra

 


Ramiro Amorin e seu par; personagem de Chica Pelega; Euclides Riquetti e Vicentinho Telles; e músicos ao fundo. 

 

       Os eventos culturais e as grandes feiras estão sendo realizados com frequência e intensidade aqui no nosso Estado de Santa Catarina. Aqui no Planalto, Meio-Oeste e Oeste Catarinense, onde a atividade agropecuária e industrial é muito forte, as feiras, mostrando a evolução tecnológica de insumos e de equipamentos para o plantio, o controle de pragas e a colheita da produção, muito bons eventos estão acontecendo. E os joaçabenses reclamam que aqui pouco disso acontece.  Neste fim de semana, acontece a ExpoCampos 2022, com a XV Feira Agropecuária, de Indústria e Comércio de Campos Novos, num evento grandioso e concorrido, que será realizado no Parque de Exposições Leônidas Rupp, às margens  da BR-2822, de 13 a 15 de maio. Shows com artistas locais, regionais e nacionais deverão atrair milhares de pessoas ao evento. Simone e Simaria, e Fernando e Sorocaba serão duas das atrações.

       Nas comemorações dos  110 anos da Guerra do Contestado, a partir de iniciativa da Prefeitura do Município de Irani, Joaçaba recebeu o espetáculo musical "Concertos Itinerantes do Contestado", na noite de sábado, 07, no Teatro Alfredo Sigwalt. O concerto "Tributo a Vicente Telles - O Mensageiro do Contestado”, apresentou peças musicais escritas pelo historiador catarinense. Os presentes puderam viver as emoções de lembranças do conflito que se deu de 19122 a 1916. Registros importantes que foram deixados por Telles, falecido em 2017. O historiador era natural de Palmas-PR e neto de um combatente daquela guerra.

       O espetáculo foi montado pelo seu filho Vicente de Paula, a partir de arranjos que criou com o comando do compositor Guinha Ramires e o Maestro Francisco Cristóvão Bettoni, e a execução pela  Orquestra Sinfônica Serra Catarinense. As canções entoadas-executadas foram compostas por Vicente Telles. As coreografias foram idealizadas por Ramiro Amorim, com o "Grupo de Danças Caboclas Vicente Telles". O Ministério da Cultura é o patrocinador da ação cultural. Vicentinho vem trabalhando há meses na composição dos arranjos, juntamente com Ramires. Vicentinho disse:  “Esse espetáculo é em honra a memória de meu pai e de todos os combatentes. É o legado que ele deixou para entrar na história!”

       Grande ênfase foi dada a duas personagens femininas, Maria Rosa e Chica Pelega (nascida em Joaçaba), e ainda ao Monge José Maria. Ao contrário do que alguns escritores se referem a José Maria, ele é cantado pelos iranienses como herói e não como vilão. Um dos grandes entusiastas de nossa cultura, praticamente o responsável pela vinda de todo o grupo a nossa cidade, é o incansável animador cultural Antônio Carlos Pereira, o Bolinha.

       A performance da orquestra e do grupo de danças, bem como de Vicentinho e das duas cantoras, foi excelente. As quase 100 pessoas que lá estiveram saíram de lá com sorrisos em seus rostos e conhecendo um pouco mais do importante historiador do Contestado, Vicente Telles, que tive o prazer de conhecer há duas décadas. Parabéns aos organizadores e a todos os que se apresentaram nas execuções musicais, danças e cantos. Tudo muito harmônico, com grande valor cultural. 

       Auê, mimimi e desperdício de energia – Brasília não para de gerar confusão. Agora, o novo Presidente do TSE, Edison Facchin é que está “de ponta” com as forças armadas. Um prato cheio para a imprensa, que especula isso e aquilo, fala muito e pouco faz. Abrem muito espaço para assuntos que, para uns, parecem relevantes, mas para os que trabalham e sofrem para pagar pelos preços altos dos alimentos e dos combustíveis, pouco disso interessa. Agora, sobem o preço do diesel, quase 9%. Uma vergonha se considerarmos os elevados lucros que a Petrobras vem tendo. Deveriam cobrar que a estatal invista em melhorar suas unidades de refino, para que possam processar o óleo bruto, e não apenas o leve, o brent, que precisa ser importado. Nada justifica que se produza extraia mais do que se consome, se exporte o bruto e se importe o brent porque nossas usinas não foram adaptadas para isso. Mas a “grande imprensa” está mais a favor de seus fortes patrocinadores. Nessa história, todo mundo tem pecado!

      Tem um candidato a presidente que é temido porque dizem que ele ameaça a democracia. Outro, que dizem que, se eleito, vai querer regular a imprensa. É muito mimimi e desperdício de energia. Duvido que haja qualquer retrocesso tanto na questão de um possível golpe quanto no controle da imprensa. Aquilo que agora chamam de “narrativas”, e que a gente classificava como ato de “encher o saco”, está, mesmo, enchendo o saco ou atazanando a nossa paciência. Os resultados das urnas serão respeitados, ganhem quem ganhar. Mas, quem fala bobagens e é foco dos holofotes, precisa cuidar melhor no que diz e naquilo que faz, já que o que já está feito, está feito!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com


Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 13-05-2022

 

 

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