terça-feira, 24 de dezembro de 2024

"O Cadorna" - homenagem ao amigo e companheiro! - revivendo as crônicas das saudosas memórias...

 


 




          A gente vai perdendo pessoas porque o tempo passa e nossa juventude e energia também vai-se indo. Nesta segunda-feira, pela manhã, foi a vez do Cadorna. O Cadorna teve este apelido que se derivou de seu verdadeiro nome. Uma corruptela de "Dirceu", do Dirceu Cadore. Sessenta e nove anos de muita amizade, muito carisma, muito trabalho, muita alegria distribuída por aí...

          Quando na minha adolescência, o Cadorna passava pela nossa Avenida Felip Schmidt com uma pick up Willys, das Indústrias Reunidas Ouro. Faltavam-lhe pelo menos uns três dedos da mãe esquerda, mas isso não o impedia de trabalhar. Sempre foi muito trabalhador. Era o lateral esquerdo do Arabutã Futebol Clube. Mais adiante, foi sucedido pelo Elói Dambrós. Depois, veio o Joe Bertola. E, muitos laterais esquerdos depois, o Cadorna foi lá pra Estância de São Pedro.

          Quando estávamos terminando o "Ginásio", no Juçá Barbosa Callado (no mesmo prédio do Grupo Escolar Belisário Pena, de Capinzal), ele foi nosso colega de aula. Havia o Chascove, o Osvaldino D ´Agostini, a Maria de Lourdes Savassi, a Erondina Moro, o Ivan Ramos, o Valdir Caresia, o Jair Nunes, o Jarmino Freitas, a Nelcinda Savi, a Soeli Penso (Moresco), os irmãos Nelci, José Carlos e Terezinha Andrioni, a Reanir, e muitos outros. Apareceu lá por uns tempos, mas não durou muito. Estudar não era com ele. Gostava, mesmo, era de dirigir carro. Mas era muito divertido, contava causos engraçados e piadas. Fazia piadas de sua mão em que faltavam dedos. Ria muito de si mesmo. Era uma pessoa bondosa, foi isso em toda a sua vida.

          As pessoas de minha geração, que viveram em Capinzal e Ouro, e muitos, muitos outro, conheceram muito bem o Cadorna. Sabem o que estou dizendo!

          Quando voltei de União da Vitória, onde fui morar para estudar, reencontrei-o. A partir de 1980, quando voltei ao Ouro, tornamo-nos companheiros na política. Foi militante em minha eleição, ajudou-me muito. Tinha muita amizade em todos os lugares do Município. Nunca pediu do  Poder Público nada para si. Viveu de seu trabalho, trabalhou até três dias antes de ser internado no Hospital e nos deixar. Nos últimos anos, trabalhou com a Família Cremonini, na Agropecuária Capinzal. Vendedor de produtos e insumos para a agropecuária, tinha as portas abertas em todas as casas da área rural onde  ia. Receber o Cadorna numa casa era só alegria. As crianças gostavam muito dele. Ele as chamava pelo nome.

          Poucas vezes o vi nos últimos cinco anos, depois que vim embora para Joaçaba. Antes, costumava encontrá-lo no Posto Dambrós,  no domingo pela manhã, ali no Ouro. Sempre tinha algo novo pra contar, tinha opinião sobre tudo, principalmente sobre política. Sabia respeitar a todos e era muito admirado por isso.

          O Cadorna fez a sua parte, não foi uma folha em branco. Escreveu sua história com trabalho, honradez e honestidade. Deixou os filhos Ana Paula, Dirceu Júnior e Ricardo. Os três foram meus alunos. Também a neta Letícia, as irmãs Margarida Salete, Irene e Ana Maria, e o  mano Alfeu.  Foi alegrar os companheiros e amigos que já estão no céu.

          Esteja com Deus, amigo!

Euclides Riquetti
27-01-2014

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